sábado, 23 de julho de 2011

Samaritana – Cidade Espiritual sobre Rio Claro

Foi na madrugada de 18 de julho de 2011 quando conheci a Cidade Espiritual Samaritana. O mentor Bartolomeu levou-me até a entrada da referida cidade. Disse ele que eu conheceria os trabalhos realizados por um grupo de entidades dedicadas às comunicações espirituais, semelhantes aos trabalhos realizados pelos médiuns na Terra, porém, essas entidades se dedicam às comunicações com planos diferentes da espiritualidade. Bartolomeu explicou:
-A cidade em que estamos é conhecida como Samaritana. Como referência de sua localização, temos na Terra a cidade de Rio Claro, em São Paulo. Aqui os trabalhos nada se diferem das demais cidades localizadas na Espiritualidade. Cumprem seus afazeres com especial atenção aos preceitos cristãos do “amar ao próximo” e da caridade incondicional. Entretanto, aqui temos um trabalho que se destaca pela semelhança com os executados pelos médiuns terrenos. São entidades abnegadas em desenvolver a comunicação mediúnica entre Espíritos de esferas diferentes. Não raras são as vezes que essas comunicações se fazem com entidades afeitas à obsessão. Buscam, com isso, formas de orientar para o bem e arredar essas entidades dos caminhos tortuosos da maldade, tecendo recomendações evangélicas e recobrando pensamentos de afeto daqueles que lhes foram familiares amorosos quando encarnados na Terra.
Ainda era noite na cidade. Porém, o movimento intenso das entidades destacava a quantidade de trabalho que ali eram exercidos.
Bartolomeu levou-me até uma área verde, onde estava estacionada uma pequena nave, semelhante aos teleféricos, pois era toda envidraçada, medindo aproximadamente uns dois metros de largura por quatro metros de comprimento. Sua altura interna era de uns dois metros aproximadamente. Não havia bancos para sentar, de forma que tínhamos que nos manter de pé. Uma entidade, posicionada numa das extremidades da nave, controlava um painel semelhante a uma tela de computador. O mentor Bartolomeu explicou sobre o fato de utilizarmos a nave:
-Estamos numa cidade muito interessante. Vamos utilizar essa nave de transporte local para nos dirigirmos até a região onde está localizado o grupo de trabalho. Como fica ao descermos algumas faixas vibratórias e afim de você não sofrer perturbações durante o deslocamento, a utilidade dessa nave vem bem a contento. O campo vibratório durante o nosso deslocamento poderia lhe impedir de penetrar na região, visto sua condição de encarnado. Veja! Iniciou o amanhecer. Aqui e em diversas outras cidades espirituais, devido à altitude em que se localiza, o amanhecer é mais rápido e muito antes do mesmo acontecer nas cidades terrenas.
De fato, o Sol passou a iluminas toda a região.
Imediatamente a nave se elevou do solo e iniciou seu deslocamento no sentido leste-oeste. Não andava a grande altitude e sua velocidade era moderada, propiciando visualizar a paisagem.
Seguíamos a uns dez metros de altitude sobre uma rua não muito larga; de uns quinze metros de largura aproximadamente. A rua era pavimentada com algo semelhante as lages de rochas. Era possível identificar a junção delas. As lages eram recortadas em grandes retângulos, sendo que a área da calçada era formada pelos mesmos blocos de lages, porém ficavam alguns poucos centímetros acima do nível da rua.
As casas se destacavam pela beleza. Todas as que vi naquela rua eram construídas em material, tendo suas paredes externas em cores claras. Todas elas eram formadas por gramados e jardins em sua volta. Algumas tinham árvores de grande porte, semelhante à araucária. Em outras casas havia espelhos d'água, com fundo azul iguais as piscinas, tendo grandes vasos, estilo grego, em suas extremidades, com flores coloridas semelhantes às violetas.
A rua por onde a nave se deslocava se dava em descida, de forma que cada vez mais parecia estarmos nos distanciando do amanhecer.
Não demorou muito e atingimos uma área sem residências, apesar de a rua continuar igual como antes. No local correspondente ao das residências, notei a existência de extenso calçamento onde estavam diversos pequenos obeliscos de pedra, com altura de alguns cinquenta centímetros aproximadamente, no máximo.
Logo vi na nossa frente uma grande muralha de rocha, com uns vinte metros de altura e tendo uma abertura de uns três metros de largura, visto que a nave passou quase rente às laterais da mesma, por uns dez metros de altura, sendo que a nave passou quase rente a parte superior da abertura. A largura da muralha era de um metro aproximadamente.
Após essa passagem, a noite voltou a se fazer e vi outra cidade ainda sobre os efeitos da noite. Porém, apesar de ter a impressão de entrar em outra cidade, Bartolomeu explicou ser a mesma Samaritana. Mas essa onde agora nos encontrávamos tratava-se da parte localizada em nível vibracional mais baixo e mais internalizada nas faixas vibratórias do Umbral. Ali estão centros de socorro, hospitais, postos de auxílio, clínicas de restabelecimento, alojamentos de repouso e câmaras para contato e orientação, bem como a residência de diversos trabalhadores prestadores dos serviços que lhes competem.
A nave havia estacionado logo após cruzamos pela abertura. Essa parte da cidade era numa descida mais acentuada do que a área do outro lado da muralha.
Uma mulher caminhou ao nosso encontro logo ao descermos da nave. Ela vestia roupas escuras, o que me chamou a atenção. Bartolomeu, percebendo minha perplexidade, apenas sorriu e disse tratar-se da Irmã que nos conduziria até a câmara de contato. A mulher, de estatura baixa, tinha os cabelos pintados em duas cores. Compridos até a altura dos ombros, eles eram de cor azul celeste da metade para baixo e a parte de cima era em tom amarelo claro. Ao se aproximar, ela nos cumprimentou:
-Boa noite, Irmãos. Sou a assistente Maria Rita e recebi a permissão de conduzi-los até nossa Irmã Samaria.
Maria Rita percebeu meu sentimento de perturbação diante de sua fisionomia e procurou acalmar a situação.
-Irmão. Não tenha medo. Estou aqui para auxiliar. Não vou lhe fazer nenhum mal e não pretendo lhe causar nenhum transtorno. Estou trabalhando e buscando ensinamentos direcionados ao bem. Ainda tenho momentos de recaídas, com pensamentos relacionados aos prazeres que alimentavam meus desejos na carne. Mas deixe minhas desculpas para mim mesma. Vamos para a câmara da nossa Irmã Samaria. Ela vos aguada e lá você se sentirá melhor.
Maria Rita colocou sua mão direita em minhas costas e solicitou seguirmos pela avenida. Bartolomeu seguia junto, ao meu lado direito.
A cidade Samaritana, nesse lado da muralha, não mantinha a mesma beleza da outra parte. Entretanto, as ruas, residências e prédios mantinham as mesmas semelhanças.
Na nossa caminhada, descendo pela rua, passamos diante de um prédio de três andares. Sua fachada era de uns cinquenta metros, sendo a parte térrea toda envidraçada e com excelente iluminação, possibilitando enxergar a movimentação interna. Maria Rita informou se tratar de um Hospital Psiquiátrico.
Na quadra seguinte, de onde estava localizado o Hospital, a rua continuava numa curva para a esquerda. Nessa, um paredão de pedras parecia ter sido construído para conter o barrando de terra. Desse paredão, em alguns pontos, vertia um pouco de água. Passando essa quadra, a outra ficava numa área plana. Ali estavam algumas casas. Na frente de todas elas haviam bancos em pedra ou madeira onde estavam diversas entidades acomodadas.
Chegamos à frente da terceira casa. Maria Rita solicitou para entrarmos. Fomos atendido por duas outras mulheres, que nos receberam com largo sorriso. Eram duas senhoras.
-Sejam bem-vindos. Nossa Irmã Samaria lhes aguarda na Câmara.
Bartolomeu conversou rapidamente com as senhoras. Em seguida subimos por uma escada em caracol localizada no canto da sala.
No andar superior estava uma senhora, muito sorridente, sentada junto de uma mesa redonda. Na sua frente estava uma pequena pilha de folhas de papel em branco e alguns lápis. Esse andar era todo envidraçado, com cortinas em tom claro. Aquela ali era a Irmã Samaria.
-Meus Irmãos. Que nosso Pai se faça com muita luz em seus corações. Irmão Charles, eu sou a Irmã Samaria. É bom tê-lo aqui para conhecer nossos trabalhos. Eu e seu mentor Bartolomeu conversamos sobre a necessidade em abrirmos sobre as atividades realizadas aqui. Recebemos a permissão dos nossos orientadores superiores e cá estamos transbordando em alegria.
Bartolomeu passou a conversar com Samaria. Também agradeceu pela oportunidade de estarmos ali e comentou sobre a importância dos trabalhos realizados por Samaria. Conversou, ainda, com as outras duas Irmãs que estavam posicionadas de pé, uma em cada lado de Samaria que permanecia sentada.
Enquanto conversávamos sobre os trabalhos de comunicação destinados aos necessitados que sobem do Umbral e passam a habitar aquela parte da cidade, percebi a luz do Sol começar a iluminar parte da câmara onde estávamos.
Samaria explicou que ali, naquela parte da cidade, são trazidos muitos Irmãos resgatados nas regiões do Umbral. Em sua maioria seria entidade com diferentes desequilíbrios no pensamento, necessitando disciplinar suas maneiras de pensar. Somente quando os atendidos alcançam um equilíbrio razoável no trato de seus pensamentos, é que podem habitar a parte superior da cidade de Samaritana. Isso evita desequilíbrios na harmonia fluídica da cidade.
Sobre o trabalho exercido por ela, disse tratar-se de consolos preciosos aos Espíritos que necessitam viver por algum tempo naquela parte da cidade:
-Aqui nesse lado da cidade, temos os mais importantes trabalhos para desintoxicação e limpeza fluídica para os resgatados. Muitos resgatados trazidos para cá viveram por muito tempo nas regiões do Umbral. Não raras são as vezes que muitos preferem continuar nas regiões trevosas. A faixa vibratória dessa parte da cidade permite um meio de acesso para muitos desses Irmãos. Aqui iniciam diversos trabalhos de adaptação e onde são orientados em pensamentos sadios para o Espírito. Todos eles têm familiares e amigos na Espiritualidade que clamam por socorro a eles. Meu trabalho e de muitas outras Irmãs e Irmãos aqui é de proporcionar esse contato. Como médiuns, tal como ocorre na Terra, nossos resgatados, depois de se adaptarem à cidade, nos procuram para terem notícias dos familiares e amigos que deixaram na Terra. Conforme a situação, muitos desses familiares já se encontram na Espiritualidade. Como em muitos casos a aproximação deve ser feita com cautela, cumpre-nos comunicar pela telepatia com esses familiares e passar, como carta, mensagens de consolo, esperança do reencontro e de exercício e dedicação ao bem. Sentimo-nos felizes quando vemos nossos resgatados, após lerem as cartas, reelaborarem a maneira de verem e perceberem a vida e passarem a emitir e produzir pensamentos mais iluminados, direcionados ao afeto e irmanação.
Samaria disse que o trabalho de escrever as cartas é incansável e praticamente ininterrupto, visto que os mesmos resgatados retornam diversas vezes para terem notícias dos familiares e amigos que se encontram em planos superiores. Mas tão logo tenham condições de compreender sua condição e consiga certa melhora em seus pensamentos, sua moradia passa a ser na parte superior da cidade e aí os encontros com familiares e amigos que já se encontram na Espiritualidade lhe são oportunizados.
Enquanto conversávamos, uma das assistentes deu-me um copo com água, tirada de uma jarra de vidro localizada em uma mesinha junto da janela, onde os raios do Sol transpassavam, produzindo um efeito de cores na mesma.
Depois de beber a água, Samaria comentou com Bartolomeu sobre meu retorno. Disse que ali na câmara eu estava protegido dos miasmas fluídicos que poderiam perturbar no meu equilíbrio emocional. Comentou que ao beber a água, eu havia recordado o Centro Espírita onde trabalho e com isso estava preparado para retornar.
De fato, ao pegar o copo com água, recordei do Centro Espírita.
Bartolomeu agradeceu a oportunidade concedida pela Espiritualidade Superior e pela disponibilidade da Irmã Samaria em nos receber. Em seguida Bartolomeu colocou a sua mão em meu ombro e solicitou para irmos. O que fizemos instantaneamente.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Departamento da Encarnação – Parte II

Não demorou muito e logo uma entidade veio ao nosso encontro. Ela saiu do corredor ao fundo da sala onde estávamos. Aproximando de nós disse:
-Sejam bem-vindos meus Irmãos queridos. Que nosso bom Deus derrame muita luz e paz em vossos corações. Podem me chamar de Romildo. Aqui estamos todos muito atarefados com os trabalhos de encaminhamentos dos que necessitam descer para iniciar os procedimentos de aproximação aos trabalhos de encarne. Mas eu estou à disposição para cumprir a tarefa de acompanhá-los até ao veículo que conduzirá os encarnantes para a Terra. Sou um dos assistentes responsáveis em receber e conduzir os encarnantes para os trabalhos de iniciação. Meu querido Irmão Bartolomeu, conforme nosso combinado, dentro das condições estabelecidas pelos dirigentes do Departamento, nosso Irmão Charles nos acompanhar ao interior do pátio, onde nosso transporte já está sendo ocupado pelos encarnantes e seus Irmãos e Irmãs responsáveis pelos trabalhos de facilitação dos processos encarnatórios.
Bartolomeu agradeceu a atenção do Assistente Romildo:
-Irmão Romildo! Muito agradecido pelo abnegado desprendimento em nos atender. Rezo por você e pelos bons trabalhos executados por todos os Irmãos e Irmãs do Departamento. Conforme conversamos outrora, quando dos preparativos e agendamento da nossa visita, trouxe nosso Irmão Charles para visualizar e relatar, mesmo sem grandes detalhamentos específicos, sobre o encaminhamento dos encarnantes. Nosso Pai Celestial autorizou esse trabalho cujo propósito é facilitar a compreensão sobre os trabalhos da Espiritualidade, que se abrem aos olhares verdugos daqueles ainda insensíveis ao mundo invisível e acalenta os corações de todos os sabedores da relação entre o mundo terreno e a Espiritualidade.
-Certamente! -Disse Romildo- Os trabalhos do Departamento da Encarnação estão intimamente conectados aos encarnados, mesmo àqueles que preferem ignorar a existência do Mundo Espiritual. Mas sabemos perfeitamente que tal cegueira é temporária e não demora a humanidade toda terá provas dessa relação.
O assistente Romildo vestia um jaleco branco comprido até a altura dos joelhos. Sua fisionomia era de um senhor de aproximadamente setenta anos, com cabelos brancos. Sua maneira de falar era calma, lenta e compassada. Com olhar penetrante e trazendo um leve sorriso, proporcionava um encantamento cativante. Dirigindo-se a mim, comentou:
-Irmão Charles! Que nosso bom Deus permita muita luz em sua jornada em direção ao progresso. Saiba meu Irmão, aquilo que muitos encarnados consideram como situações de desamparo, ou como maldades produzidas pelas circunstâncias e que afetam o conforto material e moral dos encarnados, nada mais são do que a ação de forças a despertar o Espírito que as sofre para o progresso. Muitos dão passos importantes em direção ao nosso bondoso Pai quando sofrem reveses materiais, perdas sentimentais ou flagelos de algum gênero. Aqui no Departamento, instruímos os encarnantes a destacar em seu planejamento o encontro com determinadas situações que lhe despertem para o Amor de nosso Pai e para sua própria evolução Espiritual. Muitos que lerem a descrição que fizeres sobre nosso Departamento, poderão recobrar imagens dos momentos antecedentes à encarnação. Você mesmo, meu Irmão, já passou por diversos centros de trabalhos dedicados à encarnação, assim como todos os Espíritos, encarnados ou não. Mas agora vamos passar para o pátio interno, onde nosso transporte nos aguarda. Estamos quase no momento da partida e devemos chegar à crosta antes que amanheça nas cidades terrenas de nossa circunscrição.
Colocando sua mão sobre meu ombro, indicou o caminho. Entramos no corredor que conduzia ao interior do Departamento. Alguns metros à frente havia uma abertura à nossa direita. Dali foi possível visualizar um grande espaço semelhante a uma praça. Havia canteiros com flores, árvores de pequeno porte, um chafariz e duas áreas, uma em cada lateral onde estavam estacionados dois aeróbus.
Dessa abertura, na minha esquerda, havia uma escadaria que ligava o pátio aos andares superiores do Departamento. Também ao longo da fachada que circundava o pátio, com tamanho um pouco menor do que um campo de futebol, estavam localizadas diversas portas.
Romildo nos levou até o aeróbus estacionado na nossa direita. A impressão era de estar atravessando uma praça. Durante esse pequeno trajeto, presenciei a revoada de pequenos pássaros amarelos. Suas asas, ao voar, pareciam acender uma luz lilás.
-Muito bem meu Irmão Charles! Nossos Irmãos Superiores lhe dão as boas vindas e desejam felicidades aos encarnantes e seus guias. -Disse Romildo.
Diante da curiosidade e da incompreensão do que disse Romildo, Bartolomeu buscou esclarecer.
-Charles! A Espiritualidade tem muitas maneiras para se manifestar. Essa revoada de pássaros é uma delas. A Espiritualidade Superior serve-se desses Irmãozinhos menores para iluminar e encher de alegria os corações dos encarnantes e seus guias.
Romildo orientou para nos acomodarmos no aeróbus, pois o mesmo já iria partir. Ali dentro estavam umas cinquenta entidades. Havia diversas entidades vestindo jalecos de cores em tons claros. Essas eram as entidades guias dos encarnantes, conforme explicação do assistente Romildo. Junto dessas entidades e mesmo no colo de algumas, havia crianças e adolescentes; esses eram os encarnantes.
Quando a porta do aeróbus foi fechada, as entidades guias iniciaram a oração do “Pai Nosso”, ao que, de ato contínuo, também acompanhei. O aeróbus iniciou sua subida. Pela janela era possível observar nosso distanciamento do pátio do Departamento. Em seguida, depois de tomar certa altura, o aeróbus passou a andar em grande velocidade. A cidade Horizonte de Luz, ao ficar para trás, parecia ter desaparecido instantaneamente de minha visão. No momento que terminou a oração iniciada ainda no Departamento, o aeróbus estacionou num local entre Caxias do Sul e Farroupilha, numa localidade de estrada de chão. A penumbra do amanhecer destacava o pálido brilho do Sol no horizonte.
As duplas foram saindo do aeróbus. Todas estavam sorridentes e desejando sorte e felicidades reciprocamente. Enquanto elas desciam do aeróbus, uma chuva caía sobre todos. Mas essa chuva não molhava o chão de terra da estrada onde estávamos. Bartolomeu explicou serem as bênçãos da Espiritualidade Superior para os encarnantes e seus guias.
Quando desci do aeróbus, Romildo e Bartolomeu conversaram rapidamente. Romildo agradeceu pela oportunidade. Bartolomeu destacou sobre os trabalhos de desprendimento do Irmão Romildo e orientou para eu retornar; o que fiz após agradecer e me despedir de ambos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Departamento da Encarnação – Parte I

Na madrugada do dia 13 de julho de 2011, fui levado pelo mentor Bartolomeu para a cidade espiritual Horizonte de Luz. Chegamos diante de majestoso prédio, com a frente toda envidraçada. Com porta de entrada larga, de uns cinco metros aproximadamente, compunha-se de duas colunas em granito claro a formar a fachada. Nas colunas, de um metro de largura cada uma, estavam inscritas mensagens de perseverança e amor. Bartolomeu, antes de entrarmos nos prédio, fez-me aproximar de uma das colunas e comentou:
-Charles! Estamos no Departamento da Encarnação. Aqui são encaminhados os Irmãos e Irmãs para novas romagens na Terra. Veja os inscritos nessas colunas. São frases de estímulo e coragem. Quando é chegado o momento da despedida dos que aqui vivem, para retomar as vestimentas da carne, destinada ao progresso, conhecimento e esclarecimento, muitos são os amigos e familiares que acompanham o encarnante até essa entrada. Não é aconselhavam aos mesmos acompanhar o encarnante para dentro do prédio, visto que aqui as atividades se destinam especificamente ao encarnante.
Interrompi o comentário de Bartolomeu com uma questão que me saltou:
-Por que não podem acompanhar o encarnante?
-Vou lhe explicar com uma imagem comparativa. Na Terra, quando alguém é internado em um hospital para receber um tratamento cirúrgico, por exemplo, esse paciente terá uma atenção específica da equipe médica que procederá a cirurgia. Nesse exemplo, você pode delongar da inutilidade ou mesmo da inoportuna presença e acompanhamento de quem não se destina ao tratamento. Assim é no Departamento da Encarnação. Os trabalhos aqui se destinam exclusivamente ao encarnante e a equipe de trabalhadores dará maior atenção ao mesmo. Veja essas frases nas colunas de entrada ao Departamento.
Li algumas frases, sendo que lembro de algumas:
Ao adentrar, lembre sempre da missão que Deus lhe confiou: Evoluir Sempre!”
Confia em ti! Pois nós confiamos sempre em você!”
Assim como Deus está contigo, nós também sempre estaremos.”
Viva! Viva feliz! E segue no caminho do bem diante de todas as experiências na Terra.”
Confia sempre! Enquanto estiveres na Terra, muitos aqui estarão orando por ti! Todos os dias!”
Deus te confiou à grande missão: encarnar e auxiliar na sua criação.”
Bartolomeu orientou para entrarmos:
-Vamos entrar e aguardar um pouco aqui na Sala de Recepção do Departamento. Estamos autorizados para ficarmos aqui. Tão logo seja anunciado, poderemos nos dirigir ao pátio. Como lhe expliquei, não estamos autorizados em participar ou presenciar as atividades relativas aos encarnantes.
A Sala era muito grande. O assoalho era em granito claro, da mesma cor das colunas, tendo tonalidades diversas que variavam do bege claro ao branco. A Sala media uns dez metros de profundidade, por vinte de largura. Diversas poltronas com almofadas preenchiam a Sala, tendo vasos com folhagens e flores ao lado das mesmas. A altura do teto era de uns quinze metros, de onde pendiam luminárias que formavam um círculo de tubos de diferentes comprimentos e nas cores branca, azul claro, violeta e amarela, tendo ao centro e pouco mais abaixo dos tubos, também sustentado por um cabo, um globo azul representando a Terra. Ao fundo e de frente para a entrada, uma parede estava mais adiantada da outra e por onde está o corredor de acesso ao interior do Departamento.
Havia um aroma de jasmim no ar. Também um som de piano, que não sei de onde saia, tronava ainda mais agradável o ambiente.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Complacência

Queridos Irmãos e Irmãs,
Que nosso Pai Celestial ilumine a todos!
Quero deixar minha mensagem de amor e paz no coração de todos vocês.
As comunicações nem sempre são oportunizadas aos Irmãos vossos da Espiritualidade. Mas sempre que essa é concedida, muito se concorre para um bom e esclarecedor momento de desprendimento e dedicação ao próximo. Nosso enlevo de prestar um bom serviço deve ser levado ao mais nobre dos predicados.
Muitas foram as vezes que deixei de improvisar e busquei auxílio nos mais esclarecidos para formar melhor pensamento naquilo que deveria escrever ou expressar.
As ideias são sempre as mais variadas e às vezes tentam trazer do fundo d'alma sentimentos de apego a pessoas que ainda estão no exercício da experiência da carne.
A vida na matéria é cercada de oportunidades para nossa evolução e nem sempre estamos atentos a tais oportunidades. Quisera eu ter o conhecimento sobre a Espiritualidade quando encarnado, e creio que minha passagem pela Terra haveria de ter sido diferente.
Mas nossos Irmãos Maiores me aconselharam em ter calma, pois nem sempre o conhecimento apregoado é sinal de caminhar na direção do bem. De qualquer modo, minha vida teria outros conceitos, com maior esclarecimento. Em especial sobre a vida que me aguardava após meu desencarne.
Na Espiritualidade, depois de muita busca e aprendizado, se percebe sobre a necessidade premente de trabalhar e trabalhar sempre, dedicando-se aos Irmãos e Irmãs que estão a todo o momento retornando para a Espiritualidade.
Aqui aprendi a ter complacência com todos, sempre buscado atender as necessidades imediatas de amparo e proteção, propiciando o descanso nos nossos próprios braços dos que chegam tristonhos pelos entes queridos que ficaram na Terra.
Aprendi o quão são passageiras as dores que suportei na Terra e o quanto elas foram salutares para meu aprimoramento Espiritual e desprendimento material. Sempre que estive com a saúde física em risco, quando era submetido aos tratamentos de quimioterapia que me lançaram combalido ao quarto de um hospital, eu pensava na minha família; em especial nos meus pequenos filhos, pois não os veria na adolescência. Fatos que se confirmaram depois de demorado tratamento.
Mas nessa caminhada entre o quarto do hospital terreno até o leito do hospital na Espiritualidade, Deus concedeu-me a oportunidade de falar com minha família. Foi quando deixei a mensagem que até hoje ecoa em meu coração. Disse para meus filhos que o mais importante na vida não eram os bens materiais que se acumulam ao longo da vida e sim o amor que aproxima amigos verdadeiros.
Meu legado ficou marcado pelo sentimento final de minha trajetória terrena, pelo desprendimento material, estimulado pelo câncer que consumiu toda minha vitalidade. Mas foi esse câncer o meu melhor professor sobre as necessidades da vida. Os abraços recebidos de meus filhos no leito do hospital encheram meu coração com uma riqueza de luz que avivaram em minha o desejo melhora.
Sim! Fiquei curado, mas já estava longe de casa. Entretanto, foram àqueles abraços os motivadores da minha vontade de melhorar. Queria mostrar aos meus filhos que mesmo desenganado pelos médicos, mesmo combalido e sem forças, eu me restabeleceria e voltaria para casa, junto deles.
As visitas de familiares já desencarnados antes de mim fizeram-me perceber que o hospital não era mais o mesmo de outrora.
As lágrimas transformaram-se, então, num misto de tristeza e alegria. Mas o abraço afetuoso dos familiares e amigos que na Espiritualidade reencontrei, encheram-me de esperança para aguardar o momento do reencontro com aqueles que continuam encarnados. Aguardo o momento certo para dar-lhes um forte abraço de agradecimento pelo amor e carinho que me oportunizaram na Terra.
Mas enquanto o tempo deles não chega, busco encher de amor e carinho os corações de Irmãos e Irmãs que retornam para a Espiritualidade, estendendo-lhes um abraço gentil e fraterno. E quando me é permitido, visito os familiares e filhos ainda encarnados, e sopro em suas consciências a esperança em Deus e a certeza da vida eterna.
Fica aqui o meu abraço!
Com carinho!