quinta-feira, 31 de maio de 2018

Minhas dores!

A vida que tive na terra não foi a que posso afirmar, como sendo de muitas afeições a riqueza e nem em prosperidades econômicas. Mas tive a oportunidade de ter uma família que se preocupou muito com os outros. E sempre se comportou em conformidade com a religiosidade que melhor nos adequamos.
Nessa oportunidade religiosa, dos povos de religião, São Jorge sempre foi meu santo protetor e claro que não foi ele que veio ao meu encontro quando fiz a passagem. Também não foi nenhum povo ou tribo.
Mas quem veio ao meu encontro em minha passagem foi minha vó, a vó Chica. Ela tinha e tem aquele mesmo sorriso de sempre e com o palheiro na mão. Não! Ela não fuma na Espiritualidade, não!
Mas foi a maneira que de imediato reconheci. E tive uma melhor atenção. Pois a vó Chica não estava com os cabelos brancos. Estava jovem e bela, tal como uma fotografia que guardei dela quando ainda estava na Terra.
Mas conto como foi a passagem.
Estava eu num leito de hospital. E ouvi os médicos e enfermeiras falarem sobre a minha situação. Eu nada podia falar ou dar sinal. Estava com um tubo na garganta e com um monte de fios e tudo aquilo me mantinha em vida; claro que já era vida fora do corpo, pois eu ficava olhando a situação ao lado da cama, com a boca fechada, mas vendo e ouvindo perfeitamente.
E os médicos disseram: a família autorizou, pode desligar as maquinas e ir diminuindo a dosagem.
Eu não entendia muito as questões que aqueles médicos diziam, mas eu estava firme em pensamento, aguardando o São Jorge chegar. Foi então que pela porta entrou a vó Chica.
E com o sorriso característico foi logo me chamando pelo nome e dando aquela gaitada de costume, dizendo: vamos logo, que agora já tá chegando o ônibus.
Fiquei meio sem entender, mas a situação do reencontro me despertou uma enorme alegria.
E disse ela que não era o São Jorge, mas que tinha um cavalo branco me esperando lá fora, tudo isso com muita risada.
Bom! É assim. Tudo foi com muita alegria; numa passagem tranquila. Apesar dos familiares que ficam na Terra, ainda estarem entristecidos. Mas tudo passa com o tempo, que é o melhor remédio. Tenho ido ao encontro deles em sonho, e eles também tem vindo até mim.
E isso é o melhor de todos os mundos. O amor que nos une e nos manterá unidos.
A vida na Terra pode parecer com portas que servem para pessoas partindo, mas também são para receber pessoas que chegam; essas são as portas do coração.
Eu bato para entrar e vocês podem aguardar, pois estarei sempre batendo para entrar. E vocês estão já em meu coração.
Pois fechei a porta para que vocês já mais saiam de mim.
Fiquemos de hoje e sempre, com Deus no coração.
Aos irmãos!

Psicografado em 05 de maio de 2018.

sábado, 19 de maio de 2018

Pedido de orações


Foi um tombo que passou. Que deixou marcas na Alma de minha mãe e de minha filha. Mas as ocorrências daquela época me fizeram agir daquela maneira. Pedi perdão ao Alto e aos que sofreram as consequências das minhas ações. Mas ainda sinto que a minha Alma não tem a paz que eu gostaria.
Tenho pedido orações e a impressão é de que as poucas orações me fazem sentir uma leve melhora. Mas não o suficiente de ter um repouso quanto aos pensamentos que me afugentam da Luz e da Paz. Fiz o que não devia, apesar das diversas orientações. Me pus hora a castigar o corpo e meus pensamentos e coloquei meu Ego a cima de todas as orientações e acima da fé. O que eu fiz foi dar a dor para minha mãe e minha filha.
E agora a sensação da Misericórdia que não chega nunca, me faz vir aqui para pedir orações e preses. Tenho um medo enorme do escuro, onde escuto os gritos e gemidos de coisas que não vejo. Escuto ruídos que me atormentam e sinto a dor forte no estomago que sei, foi causado pelo veneno que ingeri.
Mas quero Paz. Quero calma. E quero sair dessa situação. E não sei como, mas me dizem, e não sei quem, que vocês vão me ajudar. E eu preciso muito de ajuda. Eu preciso de orações.
Quero sair daquele lugar escuro e nojento, cheio de vermes e de barulhos que só me trazem amargura e dor.
Lembro sempre de minha Mãe. Não consigo mais ver ela e nem minha filha que vez por outra parece que escuto umas orações. Mas, preço perdão pela situação que trago, mas preciso de socorro!
Peço para mim, que na ansiedade de sair rápido dos sofrimentos da vida, causou maior sofrimento ainda para pessoas queridas.
Suas preces podem me auxiliar, assim falam as vozes que estão em minha volta. Não quero muito. Apenas a Paz que ainda não tive, no lugar em que parei.
Meu nome,
Marta
Que suas preces me ajudem.
Psicografado em 03 de março de 2018.

domingo, 6 de maio de 2018

Foi aos 88 anos


Foi uma vida feliz que desfrutei na Terra. Era uma dona de casa, com todos os afazeres costumeiros. Casei com um companheiro muito dedicado e que sempre trabalhou para nada faltar no lar. Fui mãe de três filhos: Do João, o primeiro, do Marcos, o segundo, e da Sofia, a filha mais nova. Sempre me dediquei em dar o melhor em termos de religião aos meus filhos. Procurei sempre seguir o eu tinha aprendido com meus pais amorosos. Levei meus filhos para Igreja, onde conduzi para eles todos os sacramentos da Igreja. A dedicação sempre foi em passar o caminho correto para se atingir os Céus e estar com Cristo.
Apesar de ter uma vida que considerei feliz, tive que passar por algumas dificuldades, mas nada que causasse algum desconforto ou preocupações maiores; tudo sempre se resolvia e a normalidade se fazia, seja no lar ou mesmo nas condições de saúde.
Mas com o passar dos anos os filhos foram chegando na idade de deixar o lar. E quando a minha pequena Sofia atingiu a maior idade, o meu querido companheiro teve de nos deixar. Hoje entendo isso! Ele deixou o convívio do nosso lar para viver no Céu. É, foi a maior dor que tive: a morte de meu companheiro. E em meu lar, agora, naquela época, ficou eu e minha filha. Meus dois primeiros filhos já estavam casados e morando em outra cidade.
O tempo passou, mas a solidão não. E os dias pareciam cada vez mais cinzentos. Procurava transparecer força, mas em meu intimo a saudade gritava. E nada acontecia para acalmar, mesmo que um pouquinho.
Dois anos após o desencarne de meu companheiro amado, minha pequena Sofia casou com um querido e simpático homem. No momento a alegria me tomou conta, mas na semana seguinte a saudade passou a me martirizar. Na solidão do lar as lembranças da vida em companhia dos queridos familiares me deixavam uma dor imensa no peito. E tudo parecia levar para problemas cardíacos. Mas não! Era apenas as questões emocionais e a própria necessidade de se adaptar à solidão.
E foi quando, aos 88 anos, tive contato com o Espiritismo. Foi em uma palestra que senti pela segunda vez o reconforto que havia perdido quando a convivência com os meus, em meu lar. Conheci esperança e passei a alimentar o momento do reencontro com meu companheiro, com minha mãe e com meu velho pai. Conhecendo o Espiritismo, passei a vislumbrar a alegria constante do futuro reencontro com pessoas queridas. E mais que apenas pensar no reencontro, passei a ver que em meu lar eu não estava solitária, nunca! Estava na companhia de pessoas queridas, de almas amorosas. Onde antes eu via o silencio e o vazio, passei a ver pessoas queridas a me falar sobre esperança e amor.
É, foi aos 88 anos que conheci o Espiritismo, e ele fez toda a diferença em minha breve vida que tive ainda na Terra. Aos 89 passei a ouvir vozes em minha casa, e claro que já sabia de quem era. Minha mãe estava me visitando. Falava ela que logo eu poderia partir. Não falava disso para ninguém e quando meus filhos vinham me visitar, dizia apenas que meu tempo já era curto. Eles praguejavam dizendo que eu estava em boa saúde e duraria mais 10 anos.
Mas eis que o momento chegou, aos 90 anos, no mês de maio, entrei em um sonho, que nunca mais acordei; um sonho feliz, onde reencontrei muitas pessoas queridas, amigos, familiares, vizinhos. Pude, então, abraçar todos eles com uma ternura. E na Terra via a dor da saudade que deixava em meus filhos. A Sofia, então, pobrezinha, se culpava por não ter me cuidado. E esse remorso me apertou o coração por um bom tempo. E os outros dois filhos, esses conseguiram superar a dor do luto com mais facilidade.
Hoje vivo no Céu, na cidade de luz e amor, localizada mais ou menos sobre Porto Alegre, e é de lá que venho para aqui escrever minha experiência. É uma experiência de fé. E é preciso fé para superar as dores que mais nos apertão no coração. A dor da saudade e da melancolia, a dor da solidão e do isolamento, são as que mais apertão e dilaceram o coração da Alma.
Mas, é graças ao Espiritismo que pude suportar e aguentar tal sofrimento e aos 88 anos encontrar o caminho da Luz.
Fiquem com Deus.
Da sempre amiga!
Ana Clara
Psicografado em 24 de fevereiro de 2018.