quinta-feira, 31 de março de 2011

Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita

Queridos Irmãos e Irmãs!
Aqui estamos trazendo o abraço do Mundo Espiritual e da equipe encarregada dos trabalhos do Estudo Sistematizado. Trazendo nosso apoio para que os trabalhos dos Irmãos possam ter o maior êxito possível e que decorram da melhor maneira. Para que o aproveitamento seja bem confortável e com bastante conhecimento da Doutrina.
A Doutrina Espírita é a maravilha dos tempos. É o Espiritismo que vai transformar a humanidade; fazendo com que a humanidade se ame e se compreenda. E só através do conhecimento da Doutrina, através da confiança, da fé e do amor é que poderemos melhorar e angariar melhores moradas na Casa do Pai.
Mas para evoluir precisamos cumprir a missão que temos aqui na Terra. Porque a Mediunidade é uma missão que se pede antes de reencarnar. E vocês não são capazes de calcular o valor que existe no Médium que pode dar situações de conforto às entidades. É uma maravilha. Nós nos sentimos felizes quando podemos usar um Médium. E pedimos aos Irmãozinhos, que estão desenvolvendo a Mediunidade, que não tenham medo. Tenham confiança! E procurem se preparar e estudar bastante a Doutrina. Pois, o Médium para desenvolver precisa exercitar suas capacidades, precisa de exercício e estudar muito.
A base do estudo deve ser em obras que sabemos que são puramente Espíritas. Ditada por Espíritos! Principalmente as obras de Kardec, mas também as obras de André Luiz e Emmanuel.
André Luiz, por exemplo, ensina muito sobre o Mundo dos Espíritos. Como eles vivem no Mundo Espiritual. E é muito importante saber sobre isso; para estar preparado na hora do desencarne. Pois notamos que muitas criaturas estudam o Espiritismo, mas não sabem o que vai acontecer na hora do desencarne e nem para onde poderiam ir.
Outro assunto importante a salientar é sobre Léon Denis e Camille Flammarion, os quais foram os que iniciaram o Espiritismo junto com Kardec. Só que eles discutiam muito. Léon, por exemplo, tinha um tipo diferente de pensar. E Kardec discordava. Tanto que Kardec, três anos depois de terem formado um centro de estudos e divulgação da Doutrina, pediu demissão da direção daquele centro, onde ambos três trabalhavam. Pediu a demissão por discordar de Léon Denis e de Camille Flammarion.
Mas é muito importante prestar atenção! Foi Kardec quem recebeu a missão de trazer o Espiritismo para a face da Terra. E a verdadeira Doutrina é a kardecista.
E para quem está começando o estudo, deve ler Kardec. Kardec é a chave. Deve estudar tudo o que Kardec ensinou para conhecer o Espiritismo. Deve estudar e utilizar os ensinamentos como a Doutrina aconselha. Deve se portar dentro da Moral Cristã e da Moral Espírita como ensinam as Obras de Kardec.
Irmão Francisco
Mentor encarregado dos trabalhos do Estudo Sistematizado.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Cidade Espiritual Santa Maria – Parte II

Fomos contornando o chafariz até um determinado ponto onde entramos em outra avenida. Nessa o movimento era muito mais intenso. Muitas pessoas e crianças caminhando pela calçada. Outras brincavam em frente às casas. Também existia um intenso fluxo de veículos, muito semelhante aos helicópteros, mas sem hélices, rodas ou bases para pouso. Todos os veículos flutuavam a certa altura do chão, algo em torno de uns quarenta centímetros. Percebendo minha curiosidade, Bartolomeu explicou sobre o fluxo das naves.
-Nós entramos na avenida que leva para as Casas Lares das crianças que aqui são orientadas. Também há Escolas específicas e parques para elas. Para entender o que se passa aqui, imagine que estamos numa avenida cheia de escolinhas para crianças e que estamos chegando à troca de turno das turmas. Muitas estão chegando e muitas outras estão retornando para suas casas na Espiritualidade. Diversas dessas crianças vêm de outras Cidades circunvizinhas. Como havia informado, a Cidade Espiritual Santa Maria tem trabalhos primordiais com crianças. Aqui os Irmãos e Irmãs se especializaram em atender todos os tipos de casos envolvendo resgates, orientações, acompanhamento e evolução dos Espíritos que desencarnaram na condição de crianças. Diversos pedagogos, psicólogos, pediatras, psicopedagogos, professoras, instrutores e até Irmãos que desenvolvem trabalhos lúdicos de todos os tipos, construíram aqui condições avançadas para a evolução de nossas crianças. Seguidamente temos corais, teatros e feiras onde são apresentados os trabalhos desenvolvidos nas Casas Lares. No final dessa avenida tem o Hospital Infantil onde são tratados todos os que chegam com necessidades específicas relacionadas às condições perispirituais, decorrentes muitas vezes de desencarnes provocados em acidentes ou tragédias. Mas não temos permissão para irmos até lá hoje. Noutra oportunidade poderemos conhecer os trabalhos desse Hospital. Veja ali a casa aonde vamos.
Vi, do outro lado da avenida, uma casa de dois andares, bem grande, tendo escrito em sua fachada “Casa Lar Francisco de Assis”. Na frente dela o gramado era recortado por fileiras de flores. A porta da casa, que parecia feita em madeira, era grande do tamanho de uma porta de garagem.
Ao chegarmos à frente da porta, ela abriu, correndo para o lado. Logo na entrada vi uma pequena mesa e uma senhora, que parecia estar na condição de recepcionista. Ao nos ver, ela imediatamente se levantou da cadeira e veio ao nosso encontro.
-Irmão Bartolomeu! Graças a Deus! Que sejas iluminado pelo nosso Pai Santíssimo. Que maravilha, trouxe nosso Irmão Charles.
Bartolomeu, num gesto de carinho, segurou as mãos de Luíza e falou:
-Irmã Luíza! Que nosso Pai Celestial ilumine seu coração com muita Paz, Amor e Fraternidade. Nossos maiores préstimos são sempre para o bem. Sua dedicação e oração permanente são ouvidas pela Espiritualidade Superior. Nosso Irmão Charles recebeu a permissão para ser trazido e conhecer vossos trabalhos.
O diálogo continuou entre nós. Ficamos conversando ali por aproximadamente uns vinte minutos. Apesar de a Irmã Luíza falar dos trabalhos, eu perguntei sobre coisas que não tinham muita relação com as atividades da Casa.
Na sala onde estávamos, havia outra porta igual a da entrada, que dava acesso aos ambientes internos da casa.
Luíza explicou que a Casa Lar Francisco de Assis desenvolve trabalhos para despertar as crianças que desencarnaram sob determinados efeitos da matéria. Comentou que algumas crianças com Síndrome de Down demoram um pouco para darem-se conta da situação. Outras que sofreram de Autismo também demoram. Para acelerar o despertar, Luíza disse utilizar animais nos trabalhos.
Passei a entender a situação, pois nas paredes tinham figuras de animais, como de cavalos, gatos, cachorros e aves coloridas. Sobre a mesa tinham algumas esculturas dos mesmos animais.
Perguntei para a Irmã Luíza o que havia motivado seu trabalho com crianças. Ela explicou que em encarnação passada havia sido portadora da Síndrome de Down. Quando desencarnou foi acolhida imediatamente por abnegadas Irmãs da Espiritualidade que a levaram para “uma cidade muito bonita”, onde pode brincar com cavalos. Foi naquele ambiente de amor e afeto onde despertou para a Espiritualidade, dando-se conta da condição física que assumira na Terra. De lá para cá, decidiu retribuir da mesma forma. Para tanto, fez diversos estudos e peregrinou por diversas escolas nas Cidades Espirituais a fim de conhecer as técnicas e aprimorar sua condição de orientadora psicopedagoga social para despertar as crianças com o auxílio de animais. Comentou que seu despertar ocorreu há pouco mais de quarenta anos e que há onze anos trabalha na Casa Lar Francisco de Assis.
A Irmã Luíza disse que a Casa estava com os três turnos em atividades. Em cada turno eram atendidas 50 crianças. Também contava com a colaboração de oitenta assistentes. Em termos de animais, Luíza disse que ao todo eram oitenta e seis. Tinha cavalos, ovelhas, papagaios, araras, canários, pequenos macacos, cachorros, gatos, cabritos e vacas. Disse ainda desenvolver atividades de hidroterapia.
Depois de conversarmos por um tempo, fomos convidados a conhecer o ambiente.
A porta grande se abriu e nos deparamos com uma enorme piscina onde algumas crianças nadavam acompanhadas de outras entidades, as assistentes. Diversos brinquedos flutuavam na água e eram lançados pelas assistentes para as crianças.
Irmã Luíza destacou que as crianças da hidroterapia foram acometidas de Autismo muito avançado.
Ao fundo daquele ambiente, além de uma parede envidraçada, enxergava diversas outras crianças e entidades junto de animais. Fomos em direção da parte externa, contornando a piscina. Ao passarmos pela porta, entramos numa área aberta com um gramado bem aparado.
No que chegamos nessa área, a Irmã Luíza começou a falar sobre a importância dos animais para o tratamento da Síndrome de Down. Impressionante foi a reação de dois cachorros e de um cavalo que se aproximaram de nós. Os cachorros ficaram à nossa volta, demonstrando alegria. O cavalo se aproximou de tal forma que possibilitou passar as mãos em sua crina. Ele parecia estar convidando para montar. Luíza comentou sobre a relação dos animais.
-Aqui nossos irmãozinhos em estágio animal, só conhecem o carinho, o bem e a união para a felicidade. Sempre que eles nos enxergam, ou percebem alguém sozinho, logo se aproximam buscando fazer amizade para o conforto espiritual das emoções e para brincarem.
O espaço externo era muito grande. Mais adiante outros animais faziam companhia para as crianças. Todas elas eram acompanhadas por assistentes.
Bartolomeu chamou minha atenção para os trabalhos:
-Charles. Repare que os trabalhos aqui desenvolvidos para esses Irmãos que necessitam de cuidados diferenciados, já são desenvolvidos na Terra. Todos os conhecimentos de dedicação às crianças que vemos na Terra, foram levados por Irmãos e Irmãs que já trabalharam nesses serviços aqui na Espiritualidade. O que ocorre na Terra é uma cópia do que acontece aqui. Nós não temos mais tanto tempo, o que nos inviabiliza conhecer outras atividades. Entretanto, saibas que outros trabalhos são desenvolvidos com a utilização de músicas, luzes, pinturas, artesanato, passeios e brincadeiras. Todos eles condicionam o Espírito se autoconhecer no processo do despertar.
Luíza também comentou sobre a necessidade dos trabalhos serem direcionados para despertar o amor. Comentou que quando as crianças iniciam o despertar, dando sinais de lembranças passadas que as condicionaram ao aprisionamento terreno que tiveram de suportar, são imediatamente encaminhadas para outros trabalhadores, em outro local da Cidade, responsáveis pelos trabalhos de esclarecimentos. Destacou que quando as crianças chegam nessa fase, em pouco tempo elas assumem a autonomia Espiritual.
Nossa conversa transcorreu enquanto caminhávamos pelo gramado, observando as atividades desenvolvidas pelas assistentes, junto das crianças e animais. Vi diversos tipos de brinquedos em diferentes áreas. Escorregadores, gangorras, rodas, casinhas com escadas de corda. Tudo muito parecido com o que vemos na Terra.
Bartolomeu comentou da necessidade de partirmos. Nisso a Irmã Luíza destacou algo que considerei importante.
-Irmão Charles! Sua presença na Casa Lar Francisco de Assis e na Santa Maria, ficará registrada nos arquivos históricos. Mas antes de partirem, quero destacar a importância do trabalho que desenvolvemos. Aqui nosso trabalho é duplo, em se tratando de despertar o Espírito para a evolução. Na mesma medida que os animais auxiliam nossas crianças, elas também prestam um importante auxílio para a evolução dos animais que aqui trabalham. Assim, diante do grande amor de nosso Pai Santíssimo, o despertar e a evolução se dão de forma coletiva e colaborativa. Espíritos na fase hominal e Espíritos na fase animal se auxiliam na evolução em direção a Deus. Que vocês tenham os corações iluminados pelo amor do nosso Pai Celestial.
Bartolomeu agradeceu as palavras de carinho e hospitalidade, afirmando sobre a importância da visita e que o principal seria escrito para também ficar nos registros da Terra. Nisso o mentor orientou para irmos. Retornei e vi a hora no relógio: eram 5h55min.

terça-feira, 29 de março de 2011

A Cidade Espiritual Santa Maria – Parte I

Na madrugada de 21 de março de 2011, o mentor Bartolomeu levou-me para conhecer a Cidade Espiritual Santa Maria. No caminho perguntei se a referida cidade tinha alguma relação com a que se encontra no centro do Estado do Rio Grande do Sul. Bartolomeu explicou que a relação se dava pelo fato de cidadãos santa-marienses serem os fundadores da Cidade Espiritual.
-Foi no século XIX quando Irmãos santa-marienses fundaram a Cidade Espiritual Santa Maria. Na época, esses Irmãos optaram por construir a Cidade nas imediações da região metropolitana de Porto Alegre. A Cidade Espiritual ficou localizada quase sobre a cidade terrena de Guaíba. A situação dessa Cidade Espiritual, em relação à distância das regiões umbralinas, lhe dá certo conforto quanto à possibilidade de acesso de Irmãos oriundos do Umbral. Veremos que para chegar à cidade, a geografia Espiritual é extremamente íngreme e os Espíritos devem ter desenvolvido a condição de volitar para vencer esses obstáculos naturais.
De fato. Bartolomeu falava da região onde nos encontrávamos. A impressão que tinha era de estarmos indo em direção Oeste. Ao nosso redor, ainda que fosse com baixa luminosidade, num ambiente de penumbra, a Lua Cheia permitia que eu visualizasse nossa caminhada por uma espécie de canyon. Como se o local fora esculpido, em passado remoto, por um rio. Olhando para cima, via extensos paredões de rochas, com altura entorno de um quilômetro ou mais. A impressão era de estarmos num abismo, onde a vegetação aumentava a sensação de desolação. No alto, no céu, a Lua cheia iluminava o abismo. O chão era formado por pedras arredondadas, como se estivéssemos caminhando pelo leito de um local onde um dia correu um rio.
Bartolomeu percebeu minha curiosidade e explicou sobre o leito do rio.
-Não se impressione. Aqui é o leito de um rio. No momento ele está seco devido à época do ano. Mas a partir do inverno na Terra, aqui correrá muita água. As chuvas trarão para esse ambiente uma higienização necessária aos fluidos que sobem do Umbral. Assim como ocorre na Terra, aqui também há chuvas inesperadas. Essas chuvas provocam cheias e arrastam fluidos e entidades de volta para o Umbral.
Depois de caminharmos por alguns minutos, vi o aumento da luminosidade bem no alto do paredão. A luminosidade se assemelhava aquela que vemos à noite, a se irradiar dos estádios de futebol. De imediato, apontando para o alto, perguntei para Bartolomeu:
-Por acaso, aquela luminosidade lá em cima é originária da Cidade Espiritual Santa Maria?
-Sim! Lá está a Cidade Espiritual Santa Maria. Veja que não tem condições para subir. Essa geografia da região serve como defesa natural da Cidade. Escalar essas paredes é impossível. A altitude daqui até a Cidade fica em pouco mais de dois quilômetros.
Bartolomeu olhou para cima e disse para lhe acompanhar.
-Charles. Vamos subir. Acompanhe-me.
Começamos a volitar com certa velocidade. Pude observar alguns detalhes do paredão de rochas. A impressão era de estar dentro do canyon do Itaimbézinho.
Chegando ao topo do desfiladeiro, pude ver um grande descampado. A luminosidade da Lua se confundia com a da Cidade Espiritual Santa Maria. Logo adiante, uns duzentos metros, as casas delimitavam o início da Cidade, sem muros.
As casas eram semelhantes as que vemos nos condomínios residenciais. Todas elas tinham seus jardins e árvores.
Bartolomeu falou sobre a Cidade:
-Veja Charles. Aqui não há muros. Como disse, a Cidade está numa região que se beneficia da geografia Espiritual. Muitos dos fundadores buscaram esse local com o objetivo de propiciar o recebimento de Irmãos que desencarnam em estágio infantil ou adolescente. A chegada dessas crianças, sempre acompanhada dos Irmãos responsáveis pelos resgates, possibilita uma adaptação peculiar, pois elas logo observam a Cidade com suas casas, avenidas e moradores. A ausência dos muros estabelece uma maior receptividade das crianças que aqui chegam sem a companhia daqueles que foram seus pais na Terra. Mas vamos conhecer as suas importâncias relativas ao trabalho caritativo.
Depois de caminharmos a distância que separa o abismo do início da cidade, todo ele de um gramado baixo, entramos por uma enorme avenida.
Apesar de ser noite, a luz da Lua se assemelhava a um Sol no início de um amanhecer. Nas casas, diversas varandas tinham suas luzes acessas. A iluminação pública, formada por postes semelhantes a lâmpadas fluorescentes, produzia uma luminosidade muito aprazível. Também havia grande movimentação de pessoas. Muitas estavam em grupos, nas suas varandas, conversando.
Era impressionante o quanto elas nos observavam durante nossa passagem. Entre sorrisos e olhares seguidores, perguntei ao mentor Bartolomeu sobre a nossa condição e o fato de todos nos observarem.
-Bartolomeu. Vejo diversas entidades sentadas em suas varandas, formando pequenos grupos e conversando. Mas a impressão que tenho é de que estão falando de nós. Afinal, estamos entrando onde não devíamos?
-Veja como são as coisas. Para esses Irmãos você é como um assombro. O fato de estar encarnado e de estar visitando a Cidade deixa todos eles curiosos sobre sua condição. Não fosse o conhecimento de desapego ao plano terreno, muitos estariam te rodeando para saber notícias da Terra. Mas não se impressione. Aproveite a oportunidade concedida pelo nosso Pai Celestial e preste atenção ao ambiente que te cerca. Procure fixar sua atenção em toda a paisagem afim de que possas descrever sobre esse local. Logo estaremos no nosso destino.
A nossa caminhada pela avenida chamava a atenção de todos. Pude ver logo na nossa frente que a avenida nos encaminhava para uma praça. No centro da praça se erguia um enorme chafariz, com um esguicho d'água de uns dez metros. A água, que descia do esguicho sobre si mesmo, numa tonalidade branca, parecia estar sendo iluminada internamente.
Árvores altas e floridas, que se estendiam pelas laterais da avenida, formavam um circulo no entorno do chafariz. Um gramado formava extenso corredor verde onde estavam essas árvores frondosas.
Já na praça pude ver o calçamento feito de mosaicos de pedras. O chafariz era muito grande, algo em torno de uns cem metros de diâmetro. Também no seu entorno tinha um gramado baixo, formando um tapete verde de uns dois metros de largura. Dali desse gramado que circundava o chafariz, até as frondosas árvores, que também o circundavam, a distância era de uns cem metros. Tanto em baixo das árvores como junto ao chafariz, existiam bancos onde alguns estavam ocupados por entidades.
Bartolomeu fez algumas observações sobre o local.
-Aqui temos momentos de muito conforto Espiritual. Essa água, o espaço aberto, o céu iluminado, o aconchego dos bancos e o ar puro elevam nossos pensamentos. Quando visitamos as praças, seja na Espiritualidade ou na Terra, temos que absorver em nosso íntimo o que de melhor elas nos podem dar. Agora vamos andando, visto o tempo ser curto.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Orientação aos Médiuns

Vez por outra os médiuns perguntam silenciosamente se de fato os Irmãos Superiores acompanham os trabalhos mediúnicos. Obviamente, em se tratando das atividades de dedicação e amparo ao próximo, os Irmãos das Esferas Superiores sempre acompanham, bem como orientam. A Moral que move a Espiritualidade é a do Amor Puro. Sempre que nossos queridos encarnados se dedicam ao trabalho de abnegados obreiros do bem, suas mentes estão em plena sintonia com a Espiritualidade Superior e por consequência, não há como duvidar do acompanhamento dos Irmãos Maiores.
Todavia, quando ocorrem desvios e os interesses do bem são subordinados aos interesses pessoais ou de enriquecimento particular, ocorre o afastamento da Espiritualidade Superior e os Irmãos da Espiritualidade Menor passam a manipular a consciência do médium com diversas imagens e ideias sobre créditos e sucessos infundados, sem relação direta com a Moral maior do Amor incondicional.
Quer Deus o respeito recíproco entre os Irmãos de todas as Esferas. Como consequência, o médium imprevidente torna-se porta aberta para os Irmãos da Espiritualidade Menor. Nesses casos, os Irmãos Superiores ficam acompanhando à distância, esperando a oportunidade de serem chamados para os trabalhos.
Na Espiritualidade, todos os Irmãos, sejam eles de qualquer grau, sabem das deixas que os encarnados podem desempenhar na Terra, propiciando acompanhamento de legiões de Irmãos de determinada Esfera. Cabe ao encarnado escolher seus pensamentos, assumindo a condição que melhor lhe apraz, para receber a companhia condizente com suas vibrações e sentimentos.
Aos médiuns adeptos dos trabalhos moralizantes e de desprendimento, logicamente que terá a companhia de Irmãos da Espiritualidade Superior. Mas se os pensamentos do médium são afeitos aos interesses da carne e da matéria, esse atrairá uma legião de Irmãos que pensam tal qual como ele.
Em se tratando dos médiuns que vinculam seus pensamentos aos Irmãos Superiores, buscando disciplinar sua consciência com relação aos trabalhos de desapego dos interesses materiais, esse terá sempre a companhia de Espíritos Superiores e seus mentores serão das Esferas da Espiritualidade Superior.
De qualquer maneira, seja qual for à maneira e o sentido dos pensamentos do médium, esse nunca tem apenas um e somente um mentor. São muitos os que se aproximam e passam seus ensinamentos e orientações. Entretanto, é certo dizer que esses grupos de mentores têm um Espírito que coordena as atividades de aproximação e orientação.
Quando o médium afina-se com pensamentos materiais, os irmãos menores buscarão uma influência quase que patológica sobre o encarnado. Mas quando esse trabalhador encarnado se dedicar às atividades do bem, seus mentores sempre lhe garantirão o exercício pleno do livre-arbítrio, passando as informações necessárias para o seu aprendizado, sem efetuar discrepâncias em sua capacidade de encarnado e garantindo sua saúde mental.
Em diversas ocasiões muitos médiuns esquecem-se dos trabalhos de amparo e de desprendimento, não executando as atividades em consonância com os preceitos do Evangelho. Ocorre que só de leituras e de ações frívolas, o médium assume débitos e compromissos futuros, em próximas encarnações, para resgatar as agruras que deixou na Terra.
Na obra “Os Mensageiros”, ditado pelo Espírito André Luiz e psicografado pelo Irmão Chico Xavier, é descrita as histórias de infortúnio de médiuns que retornaram para a Espiritualidade e deixaram diversos afazeres e compromissos incompletos ou executados de forma equivocada dos preceitos Morais do Evangelho.
Se cada médium daqueles descritos na obra “Os Mensageiros” conseguisse o desprendimento e a dedicação amorosa ao próximo, nada de sentimentos de derrotas teriam lhes importunado quando analisavam os pontos que ocasionaram suas “derrotas”.
Aos médiuns encarnados, rogamos ao Pai Celestial que ilumine seus caminhos. Lembrando sempre que o estudo é importante, mas o amor ao próximo, o desprendimento e o sacrifício pessoal são essenciais para se ter o caminho aberto aos Irmãos das Esferas Superiores.
Irmão Atanael
Mensagem recebida em 25 de março de 2011.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Amor Divino

Na imensidão do Universo, nosso Pai Celestial construiu diversos caminhos para que cada um de seus filhos possa evoluir em sua direção. Cada sistema planetário, cada orbe terrestre, comporta as condições básicas, essenciais, para o aprimoramento do Espírito.
São grandes as elucubrações que carrega o homem em sua sina na busca do conhecimento. É extremamente proveitosa toda a conquista adquirida na caminhada, seja ela na Terra ou em outro planeta.
De quedas e levantes, cada Espírito traça sua própria jornada. Sem dúvida que aos mais relapsos o caminho sempre é o mais tortuoso até o momento em que ele se encontra no caminho reto do bem.
As consequências de cada ato no transcurso pela espiritualidade e pela matéria determinam o grau de adiantamento de cada um.
Não cabem censuras diretas ou infundadas aos Irmãos que extrapolam na caminhada, apegando-se aos desejos carnais e às ambições da matéria. O egoísmo, por vezes, estaciona, aos milhões, muitos Irmãos nossos.
Nesses momentos, as hostes Divinas determinam procedimentos que recolocam os Irmãos em situações adversas para refletirem sobre a vida e a Espiritualidade. Fenômenos naturais ou eventos materiais produzidos pelos próprios encarnados conduzem inevitavelmente à reflexão e ao despertar.
Por essas e outras, não cabem censuras, mas prestar todo o amparo possível. Sabemos de antemão que essas situações decorrem das afinidades dos Espíritos mais afeitos a matéria, às condições de influência da carne, de sua proteção e também de sua conquista. Muitos Espíritos, nessas condições, conseguem construir enormes tratados louvando os ganhos materiais de todos aqueles que conseguiram acumular fortunas. São Irmãos que apresentam algum grau de enfermidade diante da Espiritualidade.
Todavia, independente da situação em que é posta a condição evolutiva, cabe ao espírito o constante amparo aos ensejos da Espiritualidade e da fé. É dever de o Espírito desenvolver as dinâmicas de relacionamentos sociais fundamentadas na mais alta moralidade, vigiando sempre as condições levianas imantadoras da matéria e de seus desejos vulgares.
É na imensidão do Universo, em cada um dos mundos, todos habitados e povoados de Espíritos, onde a evolução se realiza. Não cabem lacunas ou desvãos nos diversos processos congraçados por Deus a cada Espírito para evoluir. Independente das condições, cada Espírito é colocado exatamente no local onde pode aprimorar-se o mais depressa possível, aprendendo como um indivíduo do meio, mas que almeja algo além e maior.
A Terra continua sendo um excelente local para aprendizagem e desenvolvimento dos Espíritos. Muitos têm imigrado de outros planetas para receberem condições propícias ao adiantamento espiritual na crosta da Terra. Desses Espíritos imigrantes, muitos vieram de planetas que não experimentaram as desavenças criadas pelos desejos de controle e de dominação que levam à guerra. São Irmãos do Universo que desejam conhecer Irmãos encarnados na Terra e que passam pelas condições de apego à matéria. Também desejam ensinar-lhes que há outras condições para se garantir a ideia de pátria e de religiosidade. Tais missionários, além de ensinar, também recebem o beneplácito da evolução, aproximando-os mais ainda do Pai Celestial.
Muitos desses missionários são originários de planetas localizados em galáxias muito distantes da Terra. Entretanto, sabedores de Irmãos que ainda lutam diariamente pelos bens materiais, enaltecendo e desejando o enriquecimento da carne, destinam-se em remediarem tais condições ao encarnarem junto de tais Irmãos apegados à matéria.
Essa imigração também é acompanhada pelos próprios encarnados dos planetas de origem. Esses Irmãos observadores, chamados de extraterrestres, acompanham seus diletos Irmãos desde a Espiritualidade e também durante seu transcurso durante o encarne, observando-os diariamente.
Quando ocorre na Terra o desencarne desses Irmãos oriundos de outros planetas, mas que encarnaram no seio de famílias terenas, as naves extraterrestres promove o resgate desses espíritos. Dessa forma, pode-se entender o fato de serem vistos discos voadores nos desencarnes em massa na Terra.
Diversas vezes esses resgatados também solicitam o acompanhamento de Irmãos a quem ele adquiriu afinidades, para que o acompanhe até outro planeta, onde poderá encarnar com esse irmão extraterrestre e adquirir conhecimentos mais adiantados e depois de um tempo retornar à Terra para novas encarnações e aplicações dos conhecimentos.
Essa relação invisível aos olhos humanos, mas tão dinâmica na Espiritualidade, caracteriza a grandiosidade do Amor Divino a envolver os Espíritos e o Pai Celestial.
Irmão Afrânio
Mensagem recebida em 23 de março de 2011.

terça-feira, 22 de março de 2011

Alvorada Nova

A Cidade Espiritual Alvorada Nova foi citada na obra “Nosso Lar” pelo nosso querido Irmão André Luiz e psicografada pelo também amado Irmão Francisco Cândido Xavier. Lá os conhecimentos estão todos voltados para o aprendizado consciente do trabalho e dedicação ao próximo e a Deus.
A Cidade é um primor de organização e de encanto quanto a sua beleza Espiritual. As praças servem de repouso e de contemplação da grandiosidade da obra de Deus. Elas são muito usadas, também, para os seus habitantes refazerem seus votos de eterno trabalho.
Em todas elas encontramos flores de todos os matizes de cores vibrantes, que estimulam a alma ao descobrimento constante da bondade divina. Os chafarizes de algumas exprimem o aconchego entre os planos mais etéreos com os habitantes da cidade. Ao som da água, surgem seguidamente mananciais de “enxames” de cores e Flores Espirituais que ventilam junto com o suave vento, ao efeito de brisa. Muitas dessas Flores Espirituais e “enxames” de cores decorrem das orações de amor que os Irmãos realizam junto dessas fontes maravilhosas de amor e bondade.
Noutro dia mesmo, vi diversas entidades cantarem junto de um chafariz, localizado na magna praça da cidade. O grupo orava em coro, produzindo um espetáculo de “enxames” de cores e de Flores Espirituais, tudo carregado pelo suave vento, que atinge as correntes descendentes de ar e chegam até a Terra. O grupo era formado por diversas crianças que se preparam para encarnar no Brasil.
Essas crianças trarão para a Terra um conhecimento mais avançado. Não só na questão da tecnologia ou dos conhecimentos, mas principalmente na faculdade de amar e de fazer a fraternidade. Cumprirão eles todas as suas responsabilidades na carne, mas o mais importante está no compromisso de desapego que trazem como exercício primordial de suas almas.
As Flores Espirituais e os “enxames” de cores que eram criadas durante a entoação das belas orações, destinavam-se às suas futuras mães na Terra, que já sonham com a chegada dos filhinhos.
O tempo de encarne de cada uma daquelas crianças respeita um conjunto de acontecimentos e se estendem por um período um pouco elástico. Elas encarnarão a partir de março de 2011 até janeiro de 2012. Esse grupo se comprometeu a desenvolver a ciência do Espírito no mais primordial apego ao amor. Suas faculdades se destinam a abrir espaço para outros Irmãos da Espiritualidade comunicar-se com os encarnados.
São quarenta e seis crianças que já receberam as bênçãos do Pai Celestial para iniciarem as atividades de aproximação para os procedimentos encarnatórios. Não restam dúvidas que as Flores Espirituais que elas oferecem para suas futuras mães, enchem de esperança a recriação permanente da vida.
Receber um desses anjinhos é uma dádiva concebida por Deus. Todas essas crianças são originárias de Cidades Espirituais localizadas nas Esferas Superiores, mas necessitaram receber na Cidade Espiritual Alvorada Nova os preparativos para o encarne.
Assim como ocorre em Alvorada Nova, onde dezenas de Irmãos Superiores recebem os preparativos para encarnar na Terra, em outras Cidades Espirituais a situação não é diferente.
Juntamente com esses Irmãos Superiores que aceitaram diferentes missões na carne, outros Irmãos aproveitam para aprender sobre o Amor, o Carinho e a imensa Fraternidade que esses seres iluminados propiciam a todos que a eles se aproximam.
Esses missionários se encontrarão na Terra com os que já os precederam e receberam o compromisso de abrirem caminho para as mudanças; em especial na maneira de pensar sobre o Mundo e o Universo.
São animadores os momentos de congraçamento do homem terreno com o conhecimento que está descendo das Esferas da Espiritualidade Superior e de alegria para todos aqueles que aderirem ao Amor de Deus para transformar a realidade terrena.
Os Céus abriram suas portas para os Anjos do Senhor descerem para a Terra e se aconchegarem entre os homens.
Mãezinhas e futuras mãezinhas acolham nossos mensageiros do Senhor com o Amor maternal que às dignificam diante do Pai Celestial.
Irmã Noêmia
Mensagem recebida em 21 de março de 2011.

sábado, 19 de março de 2011

Irmandade Maior

Meu reino não é deste mundo.
(Cap. II, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Há muitas moradas na casa de meu Pai.
(Cap. III, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Quando os Irmãos Superiores se referem aos trabalhos de caridade e de dedicação ao próximo, eles estão se referindo aos diversos tipos de serviços que os nossos queridos Irmãos encarnados podem desempenhar nas atividades terrenas como cópia do que é realizado a todo o momento nos diversos cantos da Espiritualidade. No Mundo Maior, as atividades rompem as barreiras de ideologia e de desafetos. A dedicação de amor e fraternidade ganha contornos de divina luz e esplendor em nome do nosso querido Pai Celestial. Reconhecemos-nos pelo afeto e pelo desprendimento de nós mesmos quando nos dedicamos em auxiliar o próximo. Assim, construímos a cada dia, a cada minuto, o grandioso reino de amor do nosso Pai Celestial.
A infinidade de trabalhadores dedicados às duras atividades diárias, de apoio e resgate em diferentes missões realizadas aos encarnados e desencarnados que necessitam do amparo, são praticados com total zelo e respeito aos ditames do nosso melhor desenvolvimento moral e conhecimento Espiritual. Dentro dessa perspectiva, estão as diversas Cidades Espirituais, formando um gigantesco universo de moradas que se interpenetram nas Esferas Espirituais, formando um fabuloso mosaico de entidades a estabelecer um conjunto organizado de ações e voluntariados em direção da evolução coletiva.
Essa fabulosa integração, ainda invisível para um conjunto considerável dos encarnados, estabelece valiosa condição para o progresso das moradas mais próximas dos planos terrenos. A relação de afeto e carinho dos Irmãos Maiores faz surgir importantes organizações de trabalhadores aptos a se entregar nas atividades consideradas ásperas para Espíritos que já atingiram determinada desafeição da matéria e dos pensamentos que se imantam aos prazeres carnais.
Irmãos Maiores deixam sua afinidade sutilíssima com as Esferas Superioras de lado, e mergulham das atmosferas densas ligadas à crosta, para orientar e auxiliar nas atividades sacrificiais, exclusivas na evolução dos Irmãos dedicados às amaras materiais. Cumprem zelosamente o suporte de auxiliar outros irmãos da Espiritualidade que servem de orientadores e auxiliares das atividades junto aos que sofrem e aos que pouco ouvem ou entendem sobre a vida nos Planos Espirituais.
Nossos Irmãos Maiores estabelecem os caminhos e definem a forma de melhor ministrar os ensinamentos sobre os preceitos morais do amor, da fraternidade e da caridade. Para cada Irmão existe um tipo de orientação e de ensino. Disso decorre a confusão de entendimentos entre as diversas religiões na Terra. Cada uma delas está em estágio de entendimento e compreende dentro de complexo jogo de valores a realidade de nosso Pai Celestial. Cumpre a todos o respeito mutuo e estabelecer o amor como principal lastro das relações.
Para se chegar às Esferas Superiores, nenhum Espírito necessita comprometer sua jornada na Terra em decorar e saber literalmente o que as obras que fundamentam suas doutrinas determinam. Deve sim entender e praticar o amor. Se qualquer irmão que cruzar pela Terra, figurar em qualquer doutrina que seja, não entender ou não ler e nem souber se referir ou refugiar sua ideologia nas obras básicas da religião que professa, mas praticar o amor com denodo e desprendimento, esse estará compondo coro com os Irmãos Maiores, antes daquele que se dedica exclusivamente à palavra fria e que quando perguntado sabe propalar as palavras tal como estão nos livros.
Cumpre nosso trabalho o exemplo concreto de exposição permanente pela fraternidade e desprendimento abundante do amor ao próximo.
A nossa oração diária deve ser o amor. A nossa missa diária deve ser a fraternidade. A nossa música deve ser o desprendimento pessoal. O nosso dever é o sacrifício Espiritual. O nosso amparo é o Pai Celestial. O Nosso guia é o Mestre Jesus. O nosso consolo é a nossa própria consciência, que diz se fizemos ou não tudo que estava ao nosso alcance em amar o próximo.
Sigamos os preceitos de Jesus, amando o próximo e fazendo a ele o que desejamos que o nosso Pai Celestial nos faça.
Vamos buscar a constante elevação divina e conversar mais demoradamente com a consciência. Ali estão as vozes de nossos queridos Irmãos Maiores a nos ministrarem as aulas mais fabulosas de amor, fraternidade e caridade, nos orientando no trabalho do bem e abrindo caminho para no futuro estendermos o abraço afetuoso de Irmãos que se encontram depois de uma longa jornada em distância. Um abraço cheio de júbilo, como o de um Pai que aconchega o filho ao retornar de uma longa e demorada viajem.
É isso que vos deseja a sempre Amiga e Irmã, Noêmia.
Que assim seja, para todo o sempre, nas graças de Deus.
Mensagem recebida em 19 de março de 2011.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Trabalhando no Umbral – Parte II – Contato com a entidade trevosa

Enquanto seguíamos por trilhas desenhadas por entre lugares lúgubres. O pequeno Irmão continuava dormindo com a cabeça em meu ombro.
Bartolomeu solicitou que eu deixasse o ambiente e fosse direto para a área destinada como ponto de encontro das equipes de resgate. Entretanto, optei em seguir integrado à equipe de Atanael.
Diversos Espíritos estavam em nosso caminho. Muitos não esboçavam a mínima atenção em nossa passagem. Outros, vendo a nossa presença, corriam e se escondiam por entre rochas ou por detrás de vegetações ressequidas.
Muitas vezes cruzamos poças de lodos onde pessoas buscavam saciar a sede.
Num determinado momento, Atanael apontou para um homem que estava isolado perto de uma pequena árvore. O homem aparentava uns setenta anos. Seu rosto demonstrava muito cansaço. A impressão era de estar diante de um maltrapilho, completamente imundo. Sua voz cansada pedia ajuda. Clamava por Deus. Deitado, erguia os dois braços em direção ao Céu e pedia para Deus lhe enviar Anjos Salvadores.
Os dois trabalhadores que acompanhavam Atanael logo se aproximaram desse homem e passaram a fluidificá-lo e conversar com ele. Foi o Irmão Darci que acalmou o resgatado.
-Chegamos meu Irmão. Deus ouviu seu clamor. Estamos aqui para lhe socorrer. Vamos lhe levar para uma das moradas de nosso Pai Celestial. Pedimos-te força para nos acompanhar em nossa caminhada.
Aquele homem chorou comovidamente, segurando fortemente a mão do Irmão Darci. O homem não se continha do choro. Entre lágrimas e soluços, ele agradeceu:
-Obrigado! Obrigado! Meu Pai! Obrigado! Anjos! Por favor! Eu quero ver a Luz!
Atanael se achegou do homem, afastou a cabeleira branca que cobria um pouco o rosto e os olhos lacrimosos e disse:
-Bendito é o Filho do Pai Celestial desejoso de retornar para sua Casa. Em poucas horas estaremos chegando à sua morada. Teus familiares te aguardam. Sua chegada já é a muito esperada. Agora acalma teu coração. Você está protegido por nós. Vamos, levante e nos acompanhe.
Nesse momento Atanael, Darci e o outro trabalhador ergueram o homem. Esse era o segundo resgatado. Ainda faltavam mais sete para serem resgatados pela equipe de Atanael.
Enquanto subíamos por uma estreita trilha, o menino acordou e perguntou se estávamos saindo do “inferno”.
Aproveitei e desci o menino do colo. Disse para ele que estávamos indo para uma cidade muito bonita e segura. Entretanto, ele retornou a perguntar se não estava sendo seguido pelo “demônio”. Bartolomeu pegou na mão do menino e disse:
-Meu pequeno Irmão! Hoje mesmo você foi acolhido por nós. Estamos buscando outros para levar embora desse lugar onde o Sol dificilmente aparece. Logo vamos chegar num lugar mais iluminado, onde muitos outros estarão nos esperando. Estamos te protegendo e o grupo vai ficar muito maior. Assim, ninguém terá coragem de te incomodar.
Enquanto caminhávamos e Bartolomeu conversava com o menino, Atanael indicou para uma senhora que estava ajoelhada e rezando o Pai Nosso.
Ao longo da caminhada, o grupo foi se completando com todos os nove resgatados.
Notei que nossa caminhada foi realizada por diversas trilhas, como se estivéssemos subindo morros. À medida que subíamos, a vegetação ia ganhando novo aspecto. Vagarosamente a vegetação ressequida dava lugar para frondosa mata densa. A luminosidade também melhorava, indicando que já estava amanhecendo, e o ar ganhava o cheiro de terra molhada.
Quando atingimos o local marcado para o encontro, na Região das Sombras, encontramos duas equipes e seus resgatados.
Atanael elogiou o trabalho das equipes. Ao todo, ali estavam quarenta e dois resgatados. Nove resgatados foram trazidos pela equipe de Atanael e os outros trinta e três somavam os resgatados das outras duas equipes.
Os resgatados foram acomodados em troncos de árvores, dispostos como bancos, onde permaneciam sentados. No entorno dos resgatados, quatro trabalhadores estavam dispostos nas pontas, segurando uma fita prateada que emitia certa luminosidade.
Perguntei ao Bartolomeu do que se tratava aquela fita. Ele explicou que se destinava à proteção dos resgatados.
-Essa corda magnética visa proteger a integridade do grupo resgatado. Enquanto eles observam a luminosidade salutar que ela emite, suas mentes não se desviam em pensamentos diversos do bem.
Atanael solicitou espaço para que os resgatados que trouxemos também pudessem sentar.
O menino que viera todo o tempo segurando minha mão não queria sentar sem que eu ficasse junto dele. Atanael vendo que estava ocorrendo um momento de desequilíbrio, se aproximou do menino e lhe disse que nada iria lhe acontecer.
-Meu irmãozinho! Aqui você está seguro. Você pode ficar sentado aqui mesmo, pois nós já vamos continuar nossa caminhada. Vamos apenas descansar um pouco.
Aproveitei e também tentei acalmar a criança.
-Veja! Eu estou aqui para te ajudar. Nada pode nos incomodar aqui. Qualquer coisa é só você me chamar.
O menino acabou sentando bem na frente, na primeira fileira.
Logo em seguida chegaram as outras duas equipes trazendo, ao todo, mais vinte e oito resgatados.
Atanael me chamou para frente, uns poucos metros distante dos resgatados, e juntamente com Bartolomeu disse que a entidade trevosa já estava bem próxima e a qualquer momento avançaria em direção do grupo para tentar afugentar os resgatados e assustar a criança. Comentou para eu não me assustar, pois todos os trabalhadores estavam apostos para agir.
Nem terminamos de falar e ouvi o menino começar a chorar e gritar. Ao olhar na direção do menino, o vi passar por baixo da corda magnética e correr em minha direção reclamando:
-Vocês disseram que eu estaria seguro! Que o Demônio não me perseguiria mais! Mas ele está aqui!
A única coisa que vi diante do menino era uma nuvem negra em forma oval, de um metro e meio de altura aproximadamente.
Corri em direção do menino e o conduzi para seu lugar onde estava sentado e perguntei para ele onde estava a pessoa que lhe incomodava.
-Está atrás de ti! Atrás de ti! Ele fica lançando imagens de monstros em minha direção.
Peguei o menino pelo braço e tentei trazê-lo para perto de mim. Nesse instante o menino sofreu uma transfiguração. Sua aparência de doze anos e de cabelo preto ficou como se fosse uma criança de cinco com cabelos brancos, e em estado adormecido.
Diante do susto, soltei a criança. Ao que ela voltou a transfigurar-se e acordou em ato contínuo.
Bartolomeu intercedeu e disse que aquele efeito era decorrente da possessão da entidade.
-Charles! Esse fenômeno decorre da possessão do Irmão vingativo. Puxe a criança para perto de ti e repare na entidade que aparecerá ao teu lado.
Puxei o menino, que voltou a se transfigurar, e logo vi no meu lado direito um homem rir sarcasticamente da situação.
Com minha mão direita, peguei o homem pelo braço esquerdo e soltei o menino que foi imediatamente amparado por um dos trabalhadores.
Nesse instante, já segurando a entidade pelos dois braços, passei a empurrá-la em direção à trilha que conduzia para a Região do Exílio da Penumbra.
Atanael, Bartolomeu e Darci estavam me amparando, pois sentia os braços e as mãos deles em meus ombros.
A chegada no Exílio foi muito rápida. Parei no meio de uma clareira. A entidade então, se refez e para se soltar de mim passou a morder minha mão direita. Mas o que sentia não era uma mordida. Sentia como se ela estivesse me dando um choque, causando desconforto, mas não dor. Foi quando ouvi o Bartolomeu dizer para eu voltar. Retornei ao corpo imediatamente. Eram 7h10min de domingo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Trabalhando no Umbral – Parte I – Resgatando nas regiões umbralinas de Caxias do Sul

Foi na madrugada de domingo, 13 de março de 2011, que fui levado diante de um grupo de Espíritos que iriam trabalhar durante toda a madrugada no resgate de Irmãos nas regiões umbralinas da cidade de Caxias do Sul. A poucos metros da entrada da Cidade Espiritual Horizonte de Luz, o Mentor Bartolomeu apresentou-me para um grupo de quinze trabalhadores.
O chefe da equipe de resgates, o Irmão Atanael, destacou a importância de ter naquela oportunidade a companhia de um encarnado nos trabalhos de resgate. Disse ser comum o trabalho contar com a presença de encarnados. Mas para aquela equipe era a primeira vez. Atanael contemplou o horizonte, que divisava com uma decida íngreme em direção às áreas escuras do Umbral e sentenciou:
-Meus queridos, naquelas sombras estão nossos Irmãos clamando por socorro. Vamos ao encontro deles. Cada equipe de trabalhadores recebeu instruções precisas. Vão e encontrem os que devem ser resgatados e nos encontraremos logo ao amanhecer na Região das Sombras, onde reuniremos nossos resgatados. Vamos acreditar em Deus para que nosso pequenino Irmão, que tanto perturba os demais, se faça presente e possamos encaminhá-lo para outra área mais apropriada ao seu desenvolvimento.
Nesse instante Bartolomeu agradeceu a oportunidade do convite feito pelo Irmão Atanael:
-Irmão Atanael. Que nosso Pai Celestial ilumine a todos que seguirão para as atividades de resgate. Agradeço pelo convite e a oportunidade de trazermos o Irmão Charles. Ele nos acompanhará e terá condições de trabalhar junto aos que necessitam. Vamos fazer um trabalho bem articulado que resultará no pleno sucesso das atividades. Nosso Irmão Charles já vem desenvolvendo diversas incursões nas regiões umbralinas, sendo preparado e instruído para conhecer e identificar os necessitados que podem ser resgatados. Acredito que ele poderá ser muito proveitoso para nosso aprendizado coletivo e também para auxiliar com os necessitados. Da mesma forma, a intuição me diz que teremos a oportunidade de identificar o Irmãozinho que vem desajustando outros Irmãos e o Charles poderá conduzi-lo para a Região do Exílio da Penumbra.
Atanael agradeceu as palavras de Bartolomeu.
-Irmão Bartolomeu. Suas palavras muito iluminam nossos corações. Também acredito que nosso Irmão Charles poderá exercer valorosa atividade hoje. Da mesma forma, a intuição também me diz que nosso Irmão Charles terá o contato com esse Irmãozinho trevoso e o conduzirá para o local adequado ao seu tempo de arrependimento e restabelecimento no caminho da luz.
O Irmão Atanael pediu se algum dos trabalhadores tinha alguma dúvida. Diante da confirmação de todos, sabedores de suas missões no Umbral, Atanael solicitou que déssemos as mãos e deu início a oração do Pai Nosso.
Terminada a oração, Atanael solicitou a bênção de Deus para cada um e indicou o início dos trabalhos para as equipes.
Foram cinco equipes de três trabalhadores cada, sendo que eu e Bartolomeu ficamos com a equipe de Atanael.
Nossa decida no Umbral foi imediata. Num piscar de olhos, todos nós estávamos diante de dezenas de Irmãos sofrendo os traumas da consciência. Enquanto caminhávamos lentamente por entre irmãos caídos, Bartolomeu explicou o propósito da situação.
-Charles. Hoje você tem um papel muito importante. Sua condição de encarnado propicia um processo de resgate envolvendo uma entidade trevosa que está perturbando de sobremaneira alguns Irmãos aqui no Umbral. Além disso, ela costuma utilizar uma criança para desenvolver suas estripulias. Mais de uma vez as equipes de resgate tiveram dificuldades ao encaminhar os resgatados. Sempre que os grupos são formados, essa entidade trevosa aparece e produz uma confusão a ponto de dispersar alguns dos resgatados. Hoje, se tudo correr bem, será conduzido essa entidade para uma região mais iluminada do Umbral, local propício para reflexão. A Região do Exílio da Penumbra tem mais luz e a entidade trevosa não terá condições de fugir daquela área. Vamos até lá para saber o caminho.
Bartolomeu solicitou para o Irmão Atanael o nosso afastamento por alguns minutos, ao que ele concedeu.
Subimos rapidamente por algumas trilhas até chegarmos num local mais aberto e iluminado.
-Charles. Aqui é o local onde todos devem se encontrar no amanhecer. Seguindo adiante, por essa trilha da esquerda, chegaremos à Região do Exílio da Penumbra.
Entramos na trilha e chegamos numa área semelhante a um vale. O chão era de rocha lisa. Mas em diversas áreas, formando círculos, existiam árvores bem altas, muito iguais aos eucaliptos. As folhas secas no chão escondiam a terra onde estavam as árvores. O cheiro no ar era característico do eucalipto. E como elas formavam clareiras, possibilitava a entrada de luz. Bartolomeu explicou sobre o local.
-Aqui é o Exílio da Penumbra. Os Irmãos Superiores que construíram essa região no Umbral desejaram estabelecer um ambiente onde irmãos trevosos ficassem retidos para acelerarem o seu despertar em direção a Deus. Aqui as entidades não conseguem escapar, pois toda a área formada de clareiras estabelece um simulacro. Cada vez que a entidade tentar sair de uma clareira, entrará em outra similar, dando a impressão de não ter saído do lugar. Aqui ela também passará a sofrer mais diretamente os seus próprios pensamentos. Nesta região, os pensamentos recaem sobre a própria entidade que as emite. Como você tem o corpo, tão logo traga a entidade para cá, solte ela e retorne para o corpo. Deixa o resto das atividades ao nosso encargo. Agora vamos retornar para junto de nosso Irmão Atanael.
Encontramos Atanael e os outros dois trabalhadores junto de um rochedo, em meio de uma área de ar úmido e com cheiro de esgoto. Atanael, vendo o nosso retorno, me perguntou:
-Irmão Charles. Viste a área onde deves conduzir nosso Irmãozinho?
-Vi sim. Sei o caminho e o Mentor Bartolomeu explicou como devo proceder. Mas tenho uma pergunta: Essa entidade trevosa tem condições de produzir algum mal contra mim?
Atanael sorriu e explicou.
-A situação é segura. Sua condição de encarnado, de ter maior densidade, propicia força para conduzir a entidade. Acreditamos que ela se fará presente no nosso ponto de encontro, na Região das Sombras. Lá teremos toda uma atividade de magnetização que diminuirá a incidência dessa entidade e potencializará sua condição para conduzi-la até a Região do Exílio da Penumbra. Nós vamos te acompanhar. Eu, seu mentor Bartolomeu e nosso trabalhador, o Irmão Darci. Tão logo se concretize a chegada ao Exílio, o Irmão Bartolomeu lhe magnetizará e você retornará ao corpo. E imediatamente eu e o Irmão Darci desenvolveremos as atividades precedentes.
Ainda sobre a questão da entidade trevosa, perguntei para Atanael sobre sua identificação:
-Mas como eu vou saber identificar a entidade trevosa?
-Quando estivermos no ponto de encontro, ela se fará presente e você não terá dificuldades de identificá-la. O caso nosso agora é encontrarmos a criança que ela vem utilizando como veículo de suas estripulias. É uma criança que sofre a possessão dessa entidade trevosa.
A expectativa da atividade me deixou um tanto contente em poder ser útil no processo de resgate. Ainda mais pela oportunidade de presenciar uma atividade diferente: a de deslocar uma entidade para outra região do Umbral, construída com finalidade específica.
Andávamos por entre sombras e imagens aterradoras. O cheiro no ar se confundia com a umidade de banhados, dando a impressão de estarmos pisando sobre água podre. Por outras vezes o ar parecia quente e seco, mas ainda com cheiro ruim.
Em meio à escuridão, Bartolomeu comentou:
-Creio que estamos próximos da criança. Irmão Atanael, você já a localizou?
-Sim! Ela está naquela direção. Em meio daquelas árvores ressequidas.
Fomos em direção de extensos arbustos secos e árvores retorcidas e ressequidas Assim que nos aproximamos, um choro se fez ouvir. Atanael apontou para o local onde estava a criança e nos dirigimos para lá. Chegamos junto de arbustos secos. No chão, que parecia chamuscado, estava um menino que parecia ter desencarnado pelos doze anos de idade. Ela chorava copiosamente. Vendo a nossa presença, ela começou a se contorcer no chão e gritar por ajuda. Gritava por socorro e pedia para nós afastarmos dela as imagens horríveis de monstros.
Bartolomeu explicou o que estava ocorrendo:
-Charles. Este Irmãozinho vem sofrendo a perseguição de um inimigo implacável. Em uma encarnação passada, este menino promoveu ações dolorosas contra a entidade que agora lhe persegue. Essa situação não ocorre pela primeira vez. Em outra época a situação foi inversa. Era este Irmãozinho quem procedia à possessão no outro Irmão, que na oportunidade ocupava a condição de criança. Mas nossa atividade agora é buscar a harmonização entre ambos. Charles. As honras são suas. Acolha esse menino.
Atanael e os outros dois trabalhadores consentiram e se posicionaram com as mãos estendidas, magnetizando o menino.
Agachei-me diante do menino deitado, que tinha sua cabeça escorada em tufos de galhos secos no chão. No rosto do menino, coberto por cinzas de carvão e molhadas pelas lágrimas, se destacava um olhar perdido e de pavor. Quando cheguei mais próximo e passei a conversar com o mesmo, ele agarrou meus braços e em meio a suplicas de socorro, buscou me abraçar, sussurrando aos soluços: “Me tira daqui! Me tira desse inferno! Manda aquele demônio embora!”
Passei a cariciar seu rosto e sua cabeça. Disse para ele ter calma, pois estava na companhia de pessoas que iam lhe proteger. Percebi que a criança estava extenuada. Quando a levantei, ela se abraçou em mim e pediu para que não a deixasse ali. Segurando-a em meu colo, ela passou a diminuir os espasmos de soluço do choro e adormeceu com a cabeça em meu ombro.
Atanael comentou que a magnetização ajudou para a criança adormecer. Também disse sobre mais oito Irmãos que seriam resgatados pela equipe, antes de irmos para o ponto de encontro.
Apesar de estar caminhando com a criança no colo, eu não sentia o peso dela.