quinta-feira, 30 de julho de 2015

Navegando no Umbral

Para penetrar em certas regiões umbralinas, com o propósito de promover resgates de almas, é necessário a utilização de equipamentos capazes de conduzir as equipes socorristas, bem como a de abrigar e dar o suporte indispensável aos resgatados.
Não deve ser novidade para os estudiosos do Espiritismo que; há registros sobre “Casas” que mudam de lugar no Plano Espiritual, como a conhecida Casa Transitória de Fabiano; também há registros sobre veículos que penetram nas regiões umbralinas, como o registrado por André Luiz. Mas também há visualizações na Terra, destacada por encarnados, de discos voadores.
Ocorre que no Plano Espiritual, para poder garantir a condição de melhora dos resgatados nas regiões umbralinas, bem como para exercer maior proveito das equipes e de suas ações louváveis nas atividades de resgate, ocorre que a espiritualidade faz uso de naves espaciais. Semelhante a Casa Transitória de Fabiano, algumas dessas naves são construídas com o tamanho de dezenas de quarteirões. Gigantescas fortalezas que navegam pelo Umbral, estacionando e servindo de porto para outras naves de menor tamanho e que também servem para atividades de resgate.
Centenas de irmãos que atingem a condição de resgate, ou seja, que mudam seus pensamentos em direção ao Pai Celestial, são acolhidos pelas equipes de resgate. Alguns chegam a necessitar atenção especial e imediata e essas são executadas pelas pequenas naves de sondagem, onde o socorro é específico para a necessidade da alma resgatada.
Quando acolhidos nas gigantescas fortalezas, na gigantesca nave, a alma é internada em quarto hospitalar onde a arquitetura interna lhe dá a impressão de estar em um prédio de uma cidade. Conforme o tempo que essas gigantescas naves singram pelo Umbral, as vezes anos ininterruptos, alguns pacientes, em decorrência de melhoras significativas, passam a trabalhar em pequenas atividades de auxílio. Sentem eles que estão morando numa pequena cidade, visto que essas gigantescas naves são construídas para oportunizar o melhor ambiente para os seus internos.
Não rara são as vezes que algumas dessas naves, sejam as gigantescas ou mesmo as menores, se fazem visíveis, de forma isolada, no plano dos encarnados. Nesses casos específicos, as naves desenvolvem incursões na matéria densa para condicionar aos que serão resgatados uma melhor ação das equipes socorristas; pois não é raro que, em casos dessa envergadura, a alma se considere ainda encarnada e transita por região umbralina que interpenetra o mundo dos encarnados. Nessa condição, essas almas têm os sentidos como dos encarnados, de forma que não enxergam ou sentem o mundo invisível.
Ninguém fica desamparado. Todos são acompanhados pelos planos da Espiritualidade. E tão logo as almas que transitam no Umbral passam a despertar suas consciências para o Pai Celestial, se desfazendo das amarras carnais e dos pensamentos egocêntricos de satisfação própria, a luz se faz e as equipes do bem atuam.
Fiquem com Deus!
Irmão Aluízio

Psicografado em 29 de julho de 2015.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O desencarne de Allan Kardec

Eis que o momento chegou. Era dia 31 de março de 1869, fazia dez dias que a estação da primavera iniciava a florir Paris e Kardec contava com 64 anos e cinco meses. As orientações da Espiritualidade, de amigos fraternos, já haviam lhe indicado atenção quanto ao trabalho estafante. Os trabalhos exaustivos e a dedicação incansável à missão de fazer nascer o Espiritismo, somado ao cansaço da mudança para o novo lar e ao frio do inverno que cobrou um esforço maior do coração, fizeram com que as rotinas de trabalho do missionário chegassem ao intervalo de descanso.
O desencarne se fez de forma abrupta. Somente suas mãos espirituais acolheram ao peito no momento fugidio de uma sensação de aperto e queimação. Tudo ocorreu muito rápido, poupando Kardec de qualquer sofrimento físico ou de embargos que estendessem um prolongamento de uma vida parcial do encarnado. O desligamento imediato de partes vitais oportunizou ao missionário enxergar o aparelho físico já inerte, enquanto que o irmão que pegaria os pacotes da Revista Espírita, assustado, procurava reanimar o combalido corpo, chamando-o pelo nome. Gabi, sua esposa, nada demorou para verificar que o momento havia chegado. O corpo de Kardec não reagia mais. E ali estava o Espírito de Kardec a observar a cena, lhe causando certa confusão e angústia ao ver e ouvir a dor, o pesar e o sofrimento daquela que lhe apoio sem pestanejar.
A lástima dos amigos ao chegarem e observarem o missionário Kardec sobre um colchão, faziam ao Espírito recém desencarnado sentir na sua Alma o ecoar da dúvida quando dos primeiros momentos que tomou para estudar sobre as manifestações do mundo invisível.
A sala onde o corpo era velado estava repleta de Espíritos, confirmando ao missionário que, de fato, o mundo invisível se acotovela em observar o mundo dos encarnados.
Kardec, agora desencarnado, não arredava do lado da sua esposa Gabi. Junto de Kardec estava o Espírito de seu pai, lhe dando o suporte necessário para o momento de transição. Foi esse Espírito, seu pai, Jean-Baptiste Antoine Rivail, quem acompanhou, orientou e protegeu Kardec durante a atividade missionária de estabelecer o Espiritismo. Pai esse que desencarnou em atividade militar na Espanha, quando Kardec, ainda na infância, tinha de três para quatro anos. O Espírito de Jean-Baptiste acolhia e aconselhava Kardec a cada momento específico do velório, do cortejo fúnebre e das homenagens; da mesma forma que durante a construção da Doutrina também o fizera, ao chamar a atenção sobre questões textuais e orientar sobre o conhecimento espírita organizado por Kardec.
Ocorre que Kardec recebeu do Alto a oportunidade de acompanhar todo o cortejo fúnebre, e pode, assim, ouvir e sentir os efeitos das conversas e dos pensamentos dos encarnados. Ouviu cada palavra dos companheiros que acolheram em discurso junto do local onde era depositado o corpo. E com maior facilidade pode perceber e distinguir o que era dito com sinceridade, daquilo que era pronunciado apenas como pompa; identificando sentimentos de sinceridade, interesses e também de oportunidades que se manifestavam no íntimo dos encarnados que labutariam pela continuidade do Espiritismo.
Kardec vislumbrou nos discursos a verdade ditada pelos Espíritos Superiores quando da origem da Doutrina. O Espiritismo não seria mais o mesmo. Outros propagadores; novas realidades. O Espiritismo se propagaria, sim, tal como fora ditado pelos Espíritos em Prolegômenos, no Livro dos Espíritos, ou seja: a de que a vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo explicam a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes. Mas, quanto aos seus fundamentos, a Doutrina será sempre a mesma para aqueles que receberem comunicações de Espíritos Superiores.
A certeza nos princípios do Mestre Jesus e a crença nas bases da Doutrina era o que lhe dava um pouco de tranquilidade quanto ao coração da sua companheira Gabi, que poderia ser arrastada ao erro para atender às particulares pretensões de certos propagadores do Espiritismo.
Terminado os atos fúnebres, o cerimonial se desfez e Kardec se despediu daqueles que lhe foram caros. Seu retorno só ocorreria em próxima encarnação, sem haver tempo nesse interregno para qualquer aproximação ou manifestação do missionário no mundo encarnado. O Espírito Jean-Baptiste levou Kardec para o acolhimento hospitalar na Espiritualidade. Afinal, era necessário o atendimento revigorador da Alma de Kardec; bem como o órgão cardíaco necessitava de reparos.
Bartolomeu (Espírito Mentor)

Mensagem recebida em 07 de julho de 2015.