quarta-feira, 30 de março de 2011

A Cidade Espiritual Santa Maria – Parte II

Fomos contornando o chafariz até um determinado ponto onde entramos em outra avenida. Nessa o movimento era muito mais intenso. Muitas pessoas e crianças caminhando pela calçada. Outras brincavam em frente às casas. Também existia um intenso fluxo de veículos, muito semelhante aos helicópteros, mas sem hélices, rodas ou bases para pouso. Todos os veículos flutuavam a certa altura do chão, algo em torno de uns quarenta centímetros. Percebendo minha curiosidade, Bartolomeu explicou sobre o fluxo das naves.
-Nós entramos na avenida que leva para as Casas Lares das crianças que aqui são orientadas. Também há Escolas específicas e parques para elas. Para entender o que se passa aqui, imagine que estamos numa avenida cheia de escolinhas para crianças e que estamos chegando à troca de turno das turmas. Muitas estão chegando e muitas outras estão retornando para suas casas na Espiritualidade. Diversas dessas crianças vêm de outras Cidades circunvizinhas. Como havia informado, a Cidade Espiritual Santa Maria tem trabalhos primordiais com crianças. Aqui os Irmãos e Irmãs se especializaram em atender todos os tipos de casos envolvendo resgates, orientações, acompanhamento e evolução dos Espíritos que desencarnaram na condição de crianças. Diversos pedagogos, psicólogos, pediatras, psicopedagogos, professoras, instrutores e até Irmãos que desenvolvem trabalhos lúdicos de todos os tipos, construíram aqui condições avançadas para a evolução de nossas crianças. Seguidamente temos corais, teatros e feiras onde são apresentados os trabalhos desenvolvidos nas Casas Lares. No final dessa avenida tem o Hospital Infantil onde são tratados todos os que chegam com necessidades específicas relacionadas às condições perispirituais, decorrentes muitas vezes de desencarnes provocados em acidentes ou tragédias. Mas não temos permissão para irmos até lá hoje. Noutra oportunidade poderemos conhecer os trabalhos desse Hospital. Veja ali a casa aonde vamos.
Vi, do outro lado da avenida, uma casa de dois andares, bem grande, tendo escrito em sua fachada “Casa Lar Francisco de Assis”. Na frente dela o gramado era recortado por fileiras de flores. A porta da casa, que parecia feita em madeira, era grande do tamanho de uma porta de garagem.
Ao chegarmos à frente da porta, ela abriu, correndo para o lado. Logo na entrada vi uma pequena mesa e uma senhora, que parecia estar na condição de recepcionista. Ao nos ver, ela imediatamente se levantou da cadeira e veio ao nosso encontro.
-Irmão Bartolomeu! Graças a Deus! Que sejas iluminado pelo nosso Pai Santíssimo. Que maravilha, trouxe nosso Irmão Charles.
Bartolomeu, num gesto de carinho, segurou as mãos de Luíza e falou:
-Irmã Luíza! Que nosso Pai Celestial ilumine seu coração com muita Paz, Amor e Fraternidade. Nossos maiores préstimos são sempre para o bem. Sua dedicação e oração permanente são ouvidas pela Espiritualidade Superior. Nosso Irmão Charles recebeu a permissão para ser trazido e conhecer vossos trabalhos.
O diálogo continuou entre nós. Ficamos conversando ali por aproximadamente uns vinte minutos. Apesar de a Irmã Luíza falar dos trabalhos, eu perguntei sobre coisas que não tinham muita relação com as atividades da Casa.
Na sala onde estávamos, havia outra porta igual a da entrada, que dava acesso aos ambientes internos da casa.
Luíza explicou que a Casa Lar Francisco de Assis desenvolve trabalhos para despertar as crianças que desencarnaram sob determinados efeitos da matéria. Comentou que algumas crianças com Síndrome de Down demoram um pouco para darem-se conta da situação. Outras que sofreram de Autismo também demoram. Para acelerar o despertar, Luíza disse utilizar animais nos trabalhos.
Passei a entender a situação, pois nas paredes tinham figuras de animais, como de cavalos, gatos, cachorros e aves coloridas. Sobre a mesa tinham algumas esculturas dos mesmos animais.
Perguntei para a Irmã Luíza o que havia motivado seu trabalho com crianças. Ela explicou que em encarnação passada havia sido portadora da Síndrome de Down. Quando desencarnou foi acolhida imediatamente por abnegadas Irmãs da Espiritualidade que a levaram para “uma cidade muito bonita”, onde pode brincar com cavalos. Foi naquele ambiente de amor e afeto onde despertou para a Espiritualidade, dando-se conta da condição física que assumira na Terra. De lá para cá, decidiu retribuir da mesma forma. Para tanto, fez diversos estudos e peregrinou por diversas escolas nas Cidades Espirituais a fim de conhecer as técnicas e aprimorar sua condição de orientadora psicopedagoga social para despertar as crianças com o auxílio de animais. Comentou que seu despertar ocorreu há pouco mais de quarenta anos e que há onze anos trabalha na Casa Lar Francisco de Assis.
A Irmã Luíza disse que a Casa estava com os três turnos em atividades. Em cada turno eram atendidas 50 crianças. Também contava com a colaboração de oitenta assistentes. Em termos de animais, Luíza disse que ao todo eram oitenta e seis. Tinha cavalos, ovelhas, papagaios, araras, canários, pequenos macacos, cachorros, gatos, cabritos e vacas. Disse ainda desenvolver atividades de hidroterapia.
Depois de conversarmos por um tempo, fomos convidados a conhecer o ambiente.
A porta grande se abriu e nos deparamos com uma enorme piscina onde algumas crianças nadavam acompanhadas de outras entidades, as assistentes. Diversos brinquedos flutuavam na água e eram lançados pelas assistentes para as crianças.
Irmã Luíza destacou que as crianças da hidroterapia foram acometidas de Autismo muito avançado.
Ao fundo daquele ambiente, além de uma parede envidraçada, enxergava diversas outras crianças e entidades junto de animais. Fomos em direção da parte externa, contornando a piscina. Ao passarmos pela porta, entramos numa área aberta com um gramado bem aparado.
No que chegamos nessa área, a Irmã Luíza começou a falar sobre a importância dos animais para o tratamento da Síndrome de Down. Impressionante foi a reação de dois cachorros e de um cavalo que se aproximaram de nós. Os cachorros ficaram à nossa volta, demonstrando alegria. O cavalo se aproximou de tal forma que possibilitou passar as mãos em sua crina. Ele parecia estar convidando para montar. Luíza comentou sobre a relação dos animais.
-Aqui nossos irmãozinhos em estágio animal, só conhecem o carinho, o bem e a união para a felicidade. Sempre que eles nos enxergam, ou percebem alguém sozinho, logo se aproximam buscando fazer amizade para o conforto espiritual das emoções e para brincarem.
O espaço externo era muito grande. Mais adiante outros animais faziam companhia para as crianças. Todas elas eram acompanhadas por assistentes.
Bartolomeu chamou minha atenção para os trabalhos:
-Charles. Repare que os trabalhos aqui desenvolvidos para esses Irmãos que necessitam de cuidados diferenciados, já são desenvolvidos na Terra. Todos os conhecimentos de dedicação às crianças que vemos na Terra, foram levados por Irmãos e Irmãs que já trabalharam nesses serviços aqui na Espiritualidade. O que ocorre na Terra é uma cópia do que acontece aqui. Nós não temos mais tanto tempo, o que nos inviabiliza conhecer outras atividades. Entretanto, saibas que outros trabalhos são desenvolvidos com a utilização de músicas, luzes, pinturas, artesanato, passeios e brincadeiras. Todos eles condicionam o Espírito se autoconhecer no processo do despertar.
Luíza também comentou sobre a necessidade dos trabalhos serem direcionados para despertar o amor. Comentou que quando as crianças iniciam o despertar, dando sinais de lembranças passadas que as condicionaram ao aprisionamento terreno que tiveram de suportar, são imediatamente encaminhadas para outros trabalhadores, em outro local da Cidade, responsáveis pelos trabalhos de esclarecimentos. Destacou que quando as crianças chegam nessa fase, em pouco tempo elas assumem a autonomia Espiritual.
Nossa conversa transcorreu enquanto caminhávamos pelo gramado, observando as atividades desenvolvidas pelas assistentes, junto das crianças e animais. Vi diversos tipos de brinquedos em diferentes áreas. Escorregadores, gangorras, rodas, casinhas com escadas de corda. Tudo muito parecido com o que vemos na Terra.
Bartolomeu comentou da necessidade de partirmos. Nisso a Irmã Luíza destacou algo que considerei importante.
-Irmão Charles! Sua presença na Casa Lar Francisco de Assis e na Santa Maria, ficará registrada nos arquivos históricos. Mas antes de partirem, quero destacar a importância do trabalho que desenvolvemos. Aqui nosso trabalho é duplo, em se tratando de despertar o Espírito para a evolução. Na mesma medida que os animais auxiliam nossas crianças, elas também prestam um importante auxílio para a evolução dos animais que aqui trabalham. Assim, diante do grande amor de nosso Pai Santíssimo, o despertar e a evolução se dão de forma coletiva e colaborativa. Espíritos na fase hominal e Espíritos na fase animal se auxiliam na evolução em direção a Deus. Que vocês tenham os corações iluminados pelo amor do nosso Pai Celestial.
Bartolomeu agradeceu as palavras de carinho e hospitalidade, afirmando sobre a importância da visita e que o principal seria escrito para também ficar nos registros da Terra. Nisso o mentor orientou para irmos. Retornei e vi a hora no relógio: eram 5h55min.

Um comentário:

  1. Excelente trabalho! Os animais tem grande importância tanto no Plano Espiritual quanto na Terra.

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