segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O acolhimento de Soraia P...

Foram mais de vinte anos andando nas sombras. Até que um dia fui lograda de muita dor no peito e fiquei prostrada no chão.
Não sabia mais a quem gritar.
Minhas angústias não eram mais minhas, mas de todo o meu ser e de todo que estivesse na minha volta.
Diversos irmãos e irmãs encarnados passaram a sofrer tal como eu. Tinham um forte recolhimento interior e faziam sua Alma lamuriar com uma pessoa que sofre sem saber a origem da dor.
Era impressionante a condição que juntos nós todos ficávamos. A dor se fazia e ao mesmo instante se multiplicava.
Os gritos da Alma já eram lamúrias que se faziam ao relento do entardecer, até o momento do despertar.
AS pessoas na minha volta, juntamente comigo, já estavam transbordando angústia agonizante e de tal tamanho que o psicológico se fazia sentir o suicídio palpitante.
Ah! Quanta dor e sofrimento fiz eu, as pessoas passarem.
Eu e elas, juntos, compartilhamos momentos de solidão e de recolhimento egoístico.
Foi em dado dia, em significativo movimento de mão mansa e de voz suave, a minha história e a dos que comigo sofriam, passou a mudar.
Mas quã bela mudança ocorreu. Aquela senhora, simpática e amorosa, com voz mansa e de toque suave, fez luz em meu coração.
A cama hospitalar logo foi vista em minha frente. E com um convite para o descanso, não sobrou quase tempo para lhe agradecer.
Me fiz de pronto. E rastejando no lodo viscoso e mal cheiros, me lancei para cima de lençóis brancos como nunca tinha visto.
E sob uma lâmpada azul, logo senti um conforto inesperado. Um sentimento de consolo me encheu a Alma e, em prantos, não pude mais parar.
Dormi o sono revigorante como nunca mais havia sentido. E sonhei. Um lindo sonho de reencontro: minha mãe e minha avó vieram falar comigo. Foi um belo momento que guardei lembranças revigorantes ao despertar. Lembrava das frases de minha mãezinha, de minha vozinha.
Fiquei extasiada de alegria e não mais me sentia sozinha. Apesar da estranheza do lugar onde agora me encontrava. O quarto limpo, a cama com lençóis perfumados. E no bidê uma flor apenas, mas de muito significado. Era a que minha mãe havia me entregue no sonho.
Obrigada meu Deus!
Obrigada aqueles que me acolheram!
Obrigada a todos que ouviram meus lamentos e que por vezes os fiz também chorar.
Peço desculpas pelos erros cometidos.
E agora me retiro para o estudo do Evangelho. Nele a palavra de Amor e Esperança que necessito agora, em minha Alma, acordar.
Um beijo no coração!
Da pequena e inconfundível irmã Soraia P...

Psicografado em 05 de outubro de 2015.

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