sábado, 10 de março de 2018

Um Pequeno Relato


Hoje chegamos mais cedo e acompanhamos as conversas que se desenrolaram entre os irmãos. Ficamos muito satisfeitos e felizes em notar como o conhecimento se realiza a cada instante.
Mas venho aqui com texto pronto e é a isso que me dizem agora para fazer. Passar o Texto. Vamos lá!

Fui um rapaz que não tinha muito interesse pelo estudo. E sempre me coloquei como sábio de mim mesmo, e de minhas atitudes tudo sabia e fazia por acontecer. Sem me preocupar com as circunstâncias alheias e com as pessoas. Fosse o que dissessem ou comentarem.
Mas de arrogância e de desejo da aventura, fui logo acometido de própria desgraça. Fui tomado de desejo pela velocidade. E em determinada noite, com o carro do pai, me pus a correr em alta velocidade. Queria sentir o motor e conseguir bater o ponteiro nos 220.
Quando quase estava no auge da velocidade, um estouro aconteceu no veículo, e de pronto uma grande tragédia se fez.
Não podia, e nem queria acreditar no que estava vendo: Tudo era uma grande loucura, enxergava pessoas que antes não estavam ali, com roupas diferentes e com olhares de sorriso e de acolhimento. Mas o carro já estava todo destruído.
E o sentimento de perda também me abateu. E quando, me vi: sim! Quando me vi! Vi-me no banco da frente, em pedaços. Que horror! E em pedaços em um carro completamente destruído, e também ali, ao lado, com muitas pessoas estranhas a mim. O que estava acontecendo, afinal?
Claro que notei de imediato que estava morto. Morria com a destruição do veículo do Pai. E agora? Como faria para contar ao Pai Augusto sobre o acontecido.
Ocorreu que o desespero foi mais forte. E mesmo sentindo uma leveza, meu coração passou a pesar. Sentia meu coração bater forte, e forte ao ponto de doer o peito. E chorei como nunca antes.
Tudo estava acabado com meus 21 anos! E agora!
Quanta agonia me percorreu os pensamentos. Lembrança de diversas situações da vida. Das orientações que não dei atenção. E agora?
Mas foi quando a dor foi forte no peito que ouvi a voz da minha vó, que já fazia uns 10 anos que havia morrido. A vó passou a me chamar pelo nome. Olhei para o lado e a vi. Minha vó Fernanda estava ao meu lado; mas ela estava jovem, mais jovem do que quando morreu.
Ela chegou até mim, me abraçou, e dizendo palavras de consolo passou a me abraçar afetuosamente, e disse:
- Meu neto! Meu neto! Vim te buscar e levar para a escola.
Eu pensei, na confusão de meus pensamentos, que era um sonho!
Vi a vó jovem. Ela dizendo de escola. Mas logo eu que nada queria saber isso. Mas a vó Fernanda foi muito carinhosa e disse que não podíamos ficar muito ali! Que teríamos de nos apressar.
Saímos e fomos em direção a um ônibus. Pelo menos era o que parecia ser; um ônibus. De dentro do ônibus ainda olhava para o carro destruído e o monte de gente chegando para ver o acidente. Para ver a tragédia.
Mas sem muito tempo para acompanhar a situação, me coloquei a perguntar o que estava acontecendo. A vó passou a explicar algumas coisas que para mim não faziam sentido. Mas tudo bem. Pelo menos eu, ali, estava entendendo que continuava vivo. Que eu ainda estava inteiro.
O ônibus logo começou a andar para frente e num instante passou a flutuar. E da noite virou dia. E a paisagem já era outra e tudo era diferente e estranho.
A vó notou minha surpresa e comentou para que eu ficasse calmo.
Claro que fiquei: afinal, tudo ali era muito bonito e diferente.
Paramos em um determinado ponto de uma rua, numa cidade muito arborizada e florida, com casas muito bonitas, também, com animais e flores que refletiam luz. Mas que surpresa, ver animais e flores emitindo luz. E claro, sair da noite para o dia em um instante. Claro que tudo parecia um sonho. Mas era tudo real.
Descemos do ônibus e a vó me levou para uma bela casa. Ali encontrei outros familiares e pessoas que não conhecia. E a vó disse:
- Meu neto! A partir de hoje você passará a morar aqui. Ficará com nós e eu te darei todo o cuidado e atenção como sendo tua mãe. Se tem alguma dúvida ou quer entender o que passa, fique à vontade de perguntar.
Mas na situação não quis fazer perguntas difíceis, apenas uma.
- Como assim?
- Meu neto! Sua morte prematura lhe fez vir para junto de nós. E a partir de agora terás de frequentar a escola e só quando estiver pronto poderá visitar seus pais.
Pronto? Visitar? As dúvidas aumentaram. Mas a vó Fernanda deu-me um chá, um calmante como ela disse, e já fiquei mais tranquilo.
Bom. Hoje já estou formado nas escolas da espiritualidade. Formado no entendimento sobre o respeito à vida e ao próximo. Terei outras escolas por fazer. Mas por hora já posso dizer que aprendi muito.
E já visitei diversas vezes meus familiares. Meus pais, que muito sofrem com minha partida.
Não pude acompanhar e ver as situações que decorreram do acidente quando os fatos se deram. Mas quando participei da escola, aprendi a ver o passado e também o futuro. E nesses fui ver o passado e a dor causada em meus pais.
Mas também aprendi a ver o futuro de felicidades que ainda teremos.
Nesses dias que se aproximam das festas natalinas, que o Amor do Cristo se faça presente em todos os corações.
Com Paz no Coração.
Augusto

Psicografado em 02 de dezembro de 2017.

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