quarta-feira, 20 de julho de 2011

Departamento da Encarnação – Parte II

Não demorou muito e logo uma entidade veio ao nosso encontro. Ela saiu do corredor ao fundo da sala onde estávamos. Aproximando de nós disse:
-Sejam bem-vindos meus Irmãos queridos. Que nosso bom Deus derrame muita luz e paz em vossos corações. Podem me chamar de Romildo. Aqui estamos todos muito atarefados com os trabalhos de encaminhamentos dos que necessitam descer para iniciar os procedimentos de aproximação aos trabalhos de encarne. Mas eu estou à disposição para cumprir a tarefa de acompanhá-los até ao veículo que conduzirá os encarnantes para a Terra. Sou um dos assistentes responsáveis em receber e conduzir os encarnantes para os trabalhos de iniciação. Meu querido Irmão Bartolomeu, conforme nosso combinado, dentro das condições estabelecidas pelos dirigentes do Departamento, nosso Irmão Charles nos acompanhar ao interior do pátio, onde nosso transporte já está sendo ocupado pelos encarnantes e seus Irmãos e Irmãs responsáveis pelos trabalhos de facilitação dos processos encarnatórios.
Bartolomeu agradeceu a atenção do Assistente Romildo:
-Irmão Romildo! Muito agradecido pelo abnegado desprendimento em nos atender. Rezo por você e pelos bons trabalhos executados por todos os Irmãos e Irmãs do Departamento. Conforme conversamos outrora, quando dos preparativos e agendamento da nossa visita, trouxe nosso Irmão Charles para visualizar e relatar, mesmo sem grandes detalhamentos específicos, sobre o encaminhamento dos encarnantes. Nosso Pai Celestial autorizou esse trabalho cujo propósito é facilitar a compreensão sobre os trabalhos da Espiritualidade, que se abrem aos olhares verdugos daqueles ainda insensíveis ao mundo invisível e acalenta os corações de todos os sabedores da relação entre o mundo terreno e a Espiritualidade.
-Certamente! -Disse Romildo- Os trabalhos do Departamento da Encarnação estão intimamente conectados aos encarnados, mesmo àqueles que preferem ignorar a existência do Mundo Espiritual. Mas sabemos perfeitamente que tal cegueira é temporária e não demora a humanidade toda terá provas dessa relação.
O assistente Romildo vestia um jaleco branco comprido até a altura dos joelhos. Sua fisionomia era de um senhor de aproximadamente setenta anos, com cabelos brancos. Sua maneira de falar era calma, lenta e compassada. Com olhar penetrante e trazendo um leve sorriso, proporcionava um encantamento cativante. Dirigindo-se a mim, comentou:
-Irmão Charles! Que nosso bom Deus permita muita luz em sua jornada em direção ao progresso. Saiba meu Irmão, aquilo que muitos encarnados consideram como situações de desamparo, ou como maldades produzidas pelas circunstâncias e que afetam o conforto material e moral dos encarnados, nada mais são do que a ação de forças a despertar o Espírito que as sofre para o progresso. Muitos dão passos importantes em direção ao nosso bondoso Pai quando sofrem reveses materiais, perdas sentimentais ou flagelos de algum gênero. Aqui no Departamento, instruímos os encarnantes a destacar em seu planejamento o encontro com determinadas situações que lhe despertem para o Amor de nosso Pai e para sua própria evolução Espiritual. Muitos que lerem a descrição que fizeres sobre nosso Departamento, poderão recobrar imagens dos momentos antecedentes à encarnação. Você mesmo, meu Irmão, já passou por diversos centros de trabalhos dedicados à encarnação, assim como todos os Espíritos, encarnados ou não. Mas agora vamos passar para o pátio interno, onde nosso transporte nos aguarda. Estamos quase no momento da partida e devemos chegar à crosta antes que amanheça nas cidades terrenas de nossa circunscrição.
Colocando sua mão sobre meu ombro, indicou o caminho. Entramos no corredor que conduzia ao interior do Departamento. Alguns metros à frente havia uma abertura à nossa direita. Dali foi possível visualizar um grande espaço semelhante a uma praça. Havia canteiros com flores, árvores de pequeno porte, um chafariz e duas áreas, uma em cada lateral onde estavam estacionados dois aeróbus.
Dessa abertura, na minha esquerda, havia uma escadaria que ligava o pátio aos andares superiores do Departamento. Também ao longo da fachada que circundava o pátio, com tamanho um pouco menor do que um campo de futebol, estavam localizadas diversas portas.
Romildo nos levou até o aeróbus estacionado na nossa direita. A impressão era de estar atravessando uma praça. Durante esse pequeno trajeto, presenciei a revoada de pequenos pássaros amarelos. Suas asas, ao voar, pareciam acender uma luz lilás.
-Muito bem meu Irmão Charles! Nossos Irmãos Superiores lhe dão as boas vindas e desejam felicidades aos encarnantes e seus guias. -Disse Romildo.
Diante da curiosidade e da incompreensão do que disse Romildo, Bartolomeu buscou esclarecer.
-Charles! A Espiritualidade tem muitas maneiras para se manifestar. Essa revoada de pássaros é uma delas. A Espiritualidade Superior serve-se desses Irmãozinhos menores para iluminar e encher de alegria os corações dos encarnantes e seus guias.
Romildo orientou para nos acomodarmos no aeróbus, pois o mesmo já iria partir. Ali dentro estavam umas cinquenta entidades. Havia diversas entidades vestindo jalecos de cores em tons claros. Essas eram as entidades guias dos encarnantes, conforme explicação do assistente Romildo. Junto dessas entidades e mesmo no colo de algumas, havia crianças e adolescentes; esses eram os encarnantes.
Quando a porta do aeróbus foi fechada, as entidades guias iniciaram a oração do “Pai Nosso”, ao que, de ato contínuo, também acompanhei. O aeróbus iniciou sua subida. Pela janela era possível observar nosso distanciamento do pátio do Departamento. Em seguida, depois de tomar certa altura, o aeróbus passou a andar em grande velocidade. A cidade Horizonte de Luz, ao ficar para trás, parecia ter desaparecido instantaneamente de minha visão. No momento que terminou a oração iniciada ainda no Departamento, o aeróbus estacionou num local entre Caxias do Sul e Farroupilha, numa localidade de estrada de chão. A penumbra do amanhecer destacava o pálido brilho do Sol no horizonte.
As duplas foram saindo do aeróbus. Todas estavam sorridentes e desejando sorte e felicidades reciprocamente. Enquanto elas desciam do aeróbus, uma chuva caía sobre todos. Mas essa chuva não molhava o chão de terra da estrada onde estávamos. Bartolomeu explicou serem as bênçãos da Espiritualidade Superior para os encarnantes e seus guias.
Quando desci do aeróbus, Romildo e Bartolomeu conversaram rapidamente. Romildo agradeceu pela oportunidade. Bartolomeu destacou sobre os trabalhos de desprendimento do Irmão Romildo e orientou para eu retornar; o que fiz após agradecer e me despedir de ambos.

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