segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Porque é necessário acreditar

Estávamos descendo em direção a Terra, para mais uma atividade de resgate, eu e as demais entidades que formam a equipe socorrista.
Não demorou muito para iniciarmos nossas mentalizações de amor e paz, direcionadas ao Pai. Pedíamos sua Luz para realizar o melhor trabalho de evangelização e que estivesse no merecimento nosso o maior número de acolhimentos de irmãos que aderissem à nova consciência; a consciência do desprendimento material e da existência de um Pai que é Amor.
Mas as experiências por vezes nos deixam consternados. Logo que adentramos as regiões terrenas, chegando em cidade populosa da Terra, onde a cultura dos encarnados ainda se confunde com o desejo de ampliar as conquistas materiais, deparamo-nos com grupos de desencarnados que assediavam encarnados diante do falatório sobre desesperados que buscam locais pacificados. As conversas entre encarnados e desencarnados se davam em tom de discriminação e retraimento quanto aos irmãos encarnados que buscam o socorro longe dos conflitos belicosos.
Nossa missão era de aproximarmos desses grupos e falar-lhes sobre a necessidade do amparo coletivo. Mas de imediato fomos cercados pelos irmãos ainda afeitos ao materialismo. Eram espíritos doutos que cultivavam um ceticismo enrijecido em velhas tradições políticas e filosofias que negam a existência de um Deus que a tudo assiste. Esses irmãos nos tomaram o tempo e pontuaram sobre a necessidade de defender a construção da sociedade sem a interferência de outros que não pertenciam ou haviam contribuído para a construção da sociedade em que viviam.
Nosso Irmão Osvaldo, nosso líder nas atividades, tomou a palavra mansa e passou a explicar sobre a necessidade do amparo coletivo diante das sucessivas provas e experiências que as Almas realizam para seu crescimento. Mas sem conseguir conversar por muito... e já um irmão que fora grande estudioso da economia terrena, se contrapôs afirmando que as engenharias do progresso estavam a mercê apenas do esclarecimento dos Espíritos, fossem eles encarnados ou não, e que caberia a eles, como protetores dos encarnados, de fazer valer a consciência do cuidado ante as massas humanas que se acotovelam ao invadir as cidades. Dizia que o descontrole ocasionará dano maior e inimaginável.
O Irmão Osvaldo deixou o espírito falar todos os argumentos que pudesse. Nas cercanias desse que falava, ainda se compraziam outra centena de entidades que protestavam com nossa presença e manifestação; muitos afirmavam que éramos emissários da discórdia e da crise.
Depois de algum tempo, com os pensamentos mais serenados nas entidades contraditas, o Irmão Osvaldo solicitou que eles olhassem para cima, para o céu, que naquele momento se mostrava já em noite de lua e com muitas estrelas. Então, perguntou: Como acha que tudo que está lá em cima exista sem uma ordem universal? Quem poderia ter criado e estabelecido leis universais que regulam a evolução da criação e das transformações dos mundos?
A entidade logrou afirmar que tudo fazia parte de circunstâncias fortuitas, num longo processo de evolução e que para não ocorrer nova extinção, teria de ocorrer a interferência deles, enquanto desencarnados, sobre os encarnados. Só assim a civilização seria preservada.
As palavras se faziam em um diálogo que ganhou forma de debate político. E de argumento e contra-argumento, Irmão Osvaldo disse que para mudar uma maneira de se compreender as realidades, é necessário acreditar em algo para se iniciar sua busca, para se lançar hipóteses, para se traduzir em significados. Se não acreditar em um poder maior, numa força capaz de estabelecer leis universais e imutáveis, fica impossível de dar o primeiro passo em direção a essa força, em direção ao Pai Celestial. – Acredite como quiser, mas para dar o primeiro passo é necessário acreditar.
As entidades logo começaram a se dispersar, visto que com o diálogo acontecendo, muitos dos encarnados com quem estavam mentalmente conversando, também se dispersaram e foram acompanhados por outros socorristas que compunham equipes que chegaram na nossa retaguarda.
Compreendendo a situação de outra maneira, as entidades disseram que fariam o necessário para preservar sua civilização e que estavam dispensando nossos conhecimentos.
Depois de travar esse debate, saímos em direção de outra agremiação, que fica imantada em outra cidade. E já em nossa retaguarda, outras caravanas de equipes de amor se achegariam para mais nova missão.

Irmão Astrogildo 
Psicografado em 20 de setembro de 2015.

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