Começamos a andar com certa velocidade. As entidades iam à nossa frente e ao lado, flutuando a uns vinte centímetros do chão.
Notei que não existiam casas como conhecemos. Elas eram, em sua maioria, dispostas em gramados, sempre rodeadas de jardins, com colunas cobertas por trepadeiras floridas, sendo que algumas tinham telhados como se fossem de mármore, estilo as fachadas romanas. Em outras o telhado era semelhante ao das casas japonesas. E em algumas não havia nenhum telhado.
Também não havia paredes. Algumas tinham como telas até um metro de altura, coberta por flores.
Ao reparar as casas, que eram como jardins de inverno, perguntei ao Bartolomeu sobre aquelas habitações e sobre os grupos de espíritos que estavam reunidos em seus interiores.
-Charles, aqui neste plano espiritual os espíritos têm o conhecimento da materialização. Cada grupo de irmãos que aqui habitam, materializam o ambiente que consideram oportuno. É comum encontrar aqui esses jardins. Os irmãos ali se reúnem para orar e trabalhar pelos irmãos em outros planos ou mesmo pelos encarnados. Eles também se reúnem para realizar estudos, pois também estão em processo de evolução e conhecer sobre os mistérios de Deus ainda é uma necessidade.
Enquanto nós andávamos em direção aos templos, da mesma forma que eu reparava nas casas e nas entidades, também muitas delas estavam olhando a nossa passagem. Todas tinham um sorriso de tranquilidade.
Bartolomeu pediu para eu olhar, à frente, para o alto.
-Charles, olhe ali na frente, para o alto.
Vi gigantescas colunas de mármore. Parecia uma construção pesada. Colunas pesadas davam suporte para uma plataforma, uma cobertura, de mármore em acabamento arredondado. A estrutura toda era circular. E do alto dela saia cinco raios de luz, que cercavam uma luz branca, com diâmetro bem maior que essas cinco. As cinco luzes em diâmetro menor eram nas cores: azul, violeta, amarela, verde e rosa.
Chegamos numa área onde não havia mais casas, apenas um enorme gramado recortado pela avenida onde andávamos, tendo suas laterais toda florida em sua extensão. No meu lado direito e no esquerdo, vi ao longe, também uma avenida em cada lado. Semelhante a avenida em que estávamos, elas também cortavam aquele gramado em direção à enorme construção. Nessas três avenidas, muitas entidades flutuavam indo ou vindo.
Eurípides explicou a situação.
-Irmão Bartolomeu, permita-me explicar ao nosso irmão Charles. Estamos chegando à região dos Templos da Luz Divina. São cinco templos, um ao lado do outro, formando um círculo. Os templos se integram no centro. É a área de comunhão com Deus. Aqui estão os nossos preciosos afazeres na cidade Luz Divina. Nele trabalhamos diuturnamente pelos nossos irmãos e onde também recebemos orientações do plano superior. Daqui saem às missões de auxílio, resgates, orientações, curas, socorros, cirurgias e amparos. E tudo mais que for necessário para atender as atividades do Alto aos nossos irmãos menores.
Enquanto Eurípides falava, nós chegamos numa área bem na frente dos templos, onde o chão era todo branco, como feito de mármore, que circundava toda a construção. Acho que tinha uns duzentos metros todo aquele calçamento que ia estabelecendo uma elevação, como se fosse toda ela uma rampa de acesso aos templos. A entrada ficava um metro acima do nível da avenida e do gramado. A construção toda parecia feita de uma única pedra, pois não se via nenhuma emenda ou encaixe.
O movimento de entidades era muito intenso. Tanto entrando como saindo do templo, sempre flutuando, como também de duplas ou grupos maiores que conversavam ali do lado de fora.
Diante da grandiosidade daquela construção, com colunas de uns vinte metros de diâmetro e que atingiam uma altura de uns trezentos metros, perguntei para Bartolomeu sobre quanto tempo existia aquela cidade.
-Esta cidade existe a pouco mais de mil anos. Foi construída com o propósito de preparar o caminho espiritual do evangelho e para auxiliar as novas cidades espirituais que seriam erigidas para socorro e auxílio aos irmãos que povoariam o continente. Estes templos foram materializados pelos irmãos da região crística. Foi à primeira obra nessa região espiritual, sobre o continente.
Paramos na entrada do templo. Percebi que na área interna não existiam colunas. As únicas colunas que sustentavam toda a estrutura eram as externas, e cada coluna estava algo em torno de duzentos metros longe uma da outra.
O teto era como se estivesse cortado em pizza, estabelecendo a divisão dos templos. Existia um vão entre cada uma das partes do teto, onde era possível ver o céu. Também existia uma luminescência em cada forro, conforme cada área triangular. As luzes pareciam formar uma nuvem de purpurina. E quase na extremidade central, ou seja, quase na ponta do triângulo que dá forma ao forro do templo, havia um orifício por onde passava um facho de luz com a mesma cor da luz do forro. No centro do teto havia uma ligação de um circulo prateado, que integrava todas as cinco pontas do forro, estabelecendo um anel que unia cada uma das pontas dos templos. Por esse orifício central, bem maior que os outros cinco, passava um enorme facho de luz branca.
Cada templo tinha uma luminosidade característica da sua própria luz, sem interferir na luminosidade de outro templo. Também havia uma música bem suave no ambiente, que parecia ser de originária de alguém tocando piano.
Da entrada até o centro da construção, onde os templos parecem se encontrar, estimo que haja uma distância de quatrocentos metros. Sendo que o facho de luz branca, que desce pelo centro, transpassava a imagem do globo terrestre, que flutuava a alguns metros do chão.
Havia milhares de entidades dentro da construção. Elas estavam ocupando todo o ambiente, desde o chão e pelo ar, em todas as alturas. Pude ver que boa parte delas conduzia à sua frente um vidro retangular, de uns quarenta centímetros por trinta centímetros. Aquele vidro também flutuava na frente de cada entidade.
Eurípides passou a explicar sobre o ambiente.
-Querido irmão Charles, aqui estão os nossos abnegados trabalhos de amor aos irmãos dos planos maios densos. Cada um desses irmãos trabalhadores está observando irmãos necessitados, ou em auxílio, sendo resgatados ou em outras atividades que requerem o suporte do Alto. Na medida da necessidade, eles materializam ou magnetizam os irmãos que são observados, com os fluidos adequados. Também encaminham os fluidos necessários para nossos irmãos espirituais que trabalham em passes e cirurgias. A partir de agora, deixo as explicações para nossos irmãos e irmãos, responsáveis pelos templos. Irmã Míriam, por favor, assuma as explicações.
-Irmão Eurípides, muito obrigada pela oportunidade. Meu irmão Charles, sinto as graças do nosso Pai por esta oportunidade. É a primeira vez que posso falar sobre o Templo das Luzes para um encarnado. Mais gratificante ainda fico, por também estar presenciando este momento. Aqui no Templo das Luzes, são executadas as atividades de acompanhamento dos irmãos em seu estágio evolutivo. Mais precisamente, nossos trabalhos se destinam a observar e atender, de acordo com as necessidades solicitadas, os irmãos que estão despertando sua espiritualidade. Todos os irmãos, estejam eles encarnados ou não, desde que habitem as regiões abaixo, são acompanhados por cada um destes irmãos que você observa nesse santuário. Daqui são destinados fluidos de elevação espiritual para o irmão em estágio de despertar e também para seus mentores e orientadores espirituais. Vamos ao centro do templo. Lá poderemos nos deslocar com mais facilidade aos demais.
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