Em desdobramento consciente, Bartolomeu me conduziu até uma nave. Semelhante a um helicóptero, pois tinha sua frente toda de vidro, o que possibilitava ampla visão, fiquei sentado bem a frente. Assim, pode vislumbrar como numa rápida vertigem, meu deslocamento de Porto Alegre até o Rio de Janeiro, cruzando pelo oceano. Sentado ao meu lado esquerdo, Bartolomeu disse que me mostraria um ponto de referência na Terra para ser localizada a cidade espiritual Nosso Lar.
Foi quando a nave parou bem em frente a uma montanha localizada na Ilha Grande no Rio de Janeiro. A montanha era coberta de vegetação e formava em toda sua extensão, de sua base até o topo, uma sinuosa cavidade em formato de meia lua em sua superfície. Na base dessa montanha há uma praia muito estreita, formando uma diminuta baia. E ao que tudo indica, ela não é frequentada. A nave ficou estacionada a uns trinta metros de altura sobre o mar e a uns 100 metros da praia, que formava uma pequena baia.
-Charles, olhe para essa montanha. Repare que seu formato representa uma estrada. É impressionante como Deus esculpe a natureza, dando mostras da sua grandiosidade. Nesta praia há um antigo cemitério dos índios Tamoios. Durante muitos anos, antes da chegada dos europeus, essa região servia para os nativos louvarem seus antepassados e estabelecerem sua conexão com a espiritualidade. Esses irmãos transformaram esse local em um foco de luz. Durante as cerimônias religiosas, seus antepassados desciam pela encosta dessa montanha para participar dos rituais sagrados. Com sua firmeza na fé proferida, construíram uma trilha de luz que leva até região celeste onde foi erguida a cidade Nosso Lar. Todos os irmãos nossos, recém-chegados na cidade Nosso Lar e que inadvertidamente abandonam a cidade para regressar à Terra, por não conhecerem o caminho, se perdem nas trilhas erigidas pelos ancestrais dos Tamoios. Isso foi providencial. Os Tamoios sabiam que espíritos maliciosos e mal intencionados, que na Terra assumiram a condição de inimigos, poderiam se achegar nas cerimônias sagradas de seus irmãos encarnados. O fato é que a trilha é uma obra prima da espiritualidade dos Tamoios, fabulosamente construída como um labirinto que, com exceção de apenas uma via, todas as outras, que chegam próximo de cem, sempre conduzem ao Umbral. Se alguma entidade malévola, que ao ouvir o canto religioso dos pajés, desejasse se intrometer nos rituais sagrados, entraria em trilhas que a conduziriam novamente ao Umbral. Esta praia e esta montanha servem como referência na Terra para subir e se chegar à cidade Nosso Lar.
Diante da beleza do local e do significado religioso, não me contive em querem mais detalhes do local.
-Bartolomeu, esse cemitério já foi descoberto? Há registro dele pelos pesquisadores?
-Essa região ainda é desconhecida dos pesquisadores e os despojos dos Tamoios continuam preservados pela natureza. O magnetismo de amor e respeito erigido pelos nativos encarnados, juntamente com o esforço de amor e proteção de seus familiares desencarnados, preservou essa região da ação do homem e também evitou a presença de irmãos sofredores, mantendo esta praia com sendo um santuário.
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