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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Espiritas e os Espiritismos

A compreensão da Doutrina Espírita no contexto atual, em se tratando de Brasil, é, obviamente, diversa da origem, quando no século XIX foi postulada por Allan Kardec. Os pressupostos elencados e apontados para os estudos espíritas se deslocaram dos primórdios.
Não sem efeito foi o entendimento que esse distanciamento produziu no seio do Espiritismo. Compraz rever os pressuposto delineados por Allan Kardec para que a ciência do Espiritismos não se turve e que atributos alheios aos ensinos do Mestre Lionês sejam contaminadores dos entendimentos equivocados de uma suposta nova religião.
Quis os homens o caminho da religião para o Espiritismo, diferentemente dos postulados de Allan Kardec. Quis os homens o caminho do sagrado diante das ponderações científicas e filosóficas orientadas por Allan Kardec.
A confusão se fez e está estabelecida: o Espiritismo é compreendido e abordado como religião. Sem ter dogmas ou rituais registrados como norma, as atribuições de conversas com a espiritualidade se dão diante e constante ao rito do corpo e ao dogma do pensamento.
Convém aos estudiosos do Espiritismo resgatar os ensinos constantes na fonte; ou seja, nas obras de Allan Kardec. Tais ensinos não foram superados pela ciência no contexto atual. Mas o propósito de se conseguir o status de ciência para o Espiritismo ficou sepultado em Paris do século XIX, junto aos despojos de HLD Rivail.
A missão dos Espíritas é o de amar. Amar ao próximo! Essa é a primeira missão. Mas a segunda é a de instruir. Fazer ciência: observar, analisar e concluir conforme as evidências. Mas não como uma sociedade secreta que guarda os resultados. Deve sim fazer ciência e divulgar os conhecimentos, para que os mesmos sejam testados com total transparência.
Fiquem com Deus!
Irmão Aníbal

Psicografado em 28 de abril de 2014.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Allan Kardec encarnado


Em encarnação passada tive a oportunidade de colaborar com os trabalhos missionários do nosso querido patrono do Espiritismo, Allan Kardec.
Sua atividade não era nada fácil para um tempo que ainda primava pela magistratura da Igreja. Os templos suntuosos disciplinavam os comportamentos e a forma de pensar sobre o caminho que conduz a Deus.
Mas era chegado o tempo da revelação e o Espiritismo viria para rasgar o horizonte e plantar a verdadeira Fé nos corações. A certeza da vida após o perecimento do corpo material se fez muito mais do que os toques e as palavras apontadas por mesas e cestas, ditas falantes.
A Ciência tomou forma quando Allan Kardec identificou manifestações inteligentes em diversas atividades recreativas da época. Sim. O reunir-se para manipular mesas em movimentos que formavam palavras e frases eram tidas como um passatempo.
A Ciência codificada por Kardec fez aparecer todo um universo de informações que desafiaram os doutos da época. A Razão fez encarnar o Espiritismo. E a codificação da Ciência Espírita criou, além de raízes profundas entre os encarnados, ramos e sementes que se espalharam por todo o planeta Terra.
Sociedades foram constituídas em todos os cantos da Terra. Muitos foram conclamados a atender o chamamento de Deus para auxiliar os encarnados e desencarnados nos mais diversos Centros dedicados aos Espíritos.
Bendita é a luz que se faz entre os homens! E bendita é e sempre será o acompanhamento da Espiritualidade sobre todos aqueles que buscam o conhecimento, ou que se dedicam em auxiliar, ou mesmo que buscam o consolo para suas angústias ou enfermidades.
A Ciência encarnada por Kardec propiciou a Razão para a Fé e para a Religião, fazendo surgir o Espiritismo como a Religião da Fé Raciocinada.
A Ciência codificada por Kardec oportunizou o alargamento da Filosofia, na qual o pensamento humano que interpreta a realidade, desde os antigos filósofos gregos, ganhou a dimensão da ponderabilidade.
Mas vem de muitos a pergunta:
-E onde estará Kardec?
-Não afirmaram que Kardec logo encarnaria para dar continuidade à Ciência Espírita?
Já muitos foram apontados como a encarnação de Allan Kardec. Homens e médiuns excepcionais foram ditos como a encarnação do Codificador do Espiritismo.
Porém, contam os registros na Espiritualidade que Kardec pode estar encarnado nesse momento. Mas como essa informação se compõe de cuidados da Espiritualidade Superior, os registros também mostram que o Codificador está na Espiritualidade.
O fato é que essa bilocação pode ser contemplada por diversos Espíritos, apontando que Kardec está, nesse momento, num estágio mais adiantado em sua evolução. Ou seja. Diferente da época em que viveu na França do século XIX – quando evitou e se ressentia das manifestações mediúnicas que lhe afloravam – atualmente o Codificador tem condições mediúnicas para desenvolver não só os estudos Espíritas, mas também de vivenciar suas faculdades medianímicas, podendo assim estudá-las com mais acuidade.
-Mas se Kardec está encarnado, estaria onde?
Sem dúvida essa é outra pergunta que ocorre diante da realidade.
Mas a resposta a tal pergunta caberá ao próprio Kardec, quando chegar o momento de se revelar. Isso porque o nobre Codificador ainda não atingiu a condição de recordar o passado imediato; pois isso poderia causar-lhe confusão em suas atividades. Mas essa revelação se dará diante da consolidação de novo avanço no Espiritismo, prevista ainda para as recentes décadas, e completando a parte que lhe falta.
Irmão Aníbal
Mensagem recebida em 28 de fevereiro de 2012.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Escola da Espiritualidade: palestra sobre Religião, Filosofia e Ciência

Na madrugada de terça-feira, 15 de fevereiro de 2011, fui levado para um encontro de introdução aos estudos do Espiritismo. O encontro estava ocorrendo em uma das salas da Escola da Espiritualidade, na cidade de Porto Alegre. Na sala estavam cinco espíritos em estado de desdobramento e outros dois espíritos. Perguntei ao mentor Bartolomeu o motivo de ter me levado para um estudo introdutório da Doutrina Espírita.
-Charles, sempre tem algo novo para aprendermos. Mesmo aqueles que já leram todas as obras de Allan Kardec, que já possuem profundo conhecimento do pentateuco do codificador, o estudo não pode parar. Revisar as bases da Doutrina contribui para abrir novos horizontes e ampliar o entendimento. Aqui estão cinco irmãos encarnados que iniciaram os estudos introdutórios da Doutrina Espírita. Hoje o Irmão Arnaldo complementará os estudos que esses irmãos encarnados tiveram na Casa Espírita terrena. Está em pauta o tríplice aspecto do Espiritismo: Religião, Filosofia e Ciência. O Irmão Arnaldo é conhecido pelos belos exemplos comparativos que utiliza como metodologia para fixação do conhecimento.
Entramos na sala enquanto a palestra transcorria e nos sentamos ao fundo, sem perturbar o andamento da explanação do Irmão Arnaldo. Apenas a outra entidade que estava ao lado de Arnaldo nos assentiu com a cabeça. Explanava o painelista:

-O Espiritismo estabeleceu o processo evolutivo do Espírito na encarnação terrena ao congregar doutrinariamente a Religião, a Filosofia e a Ciência. Durante centenas de anos a Religião na Terra era condicionada apenas no acreditar sem raciocinar sobre Deus. Para se ter uma compreensão de tal realidade, basta recordar que a Filosofia surge na Grécia Antiga separada da Religião, quando os pensadores da época remota estabeleceram a Razão como guia explicativo da natureza e questionaram os atributos e as explicações dadas pela Religião. A Filosofia, ao estabelecer a proposta da dialética, ou seja, das contraposições de ideias, fez nascer, centenas de anos depois, a Ciência, que por sua vez distanciou-se da Religião ao propor a comprovação da experiência. Allan Kardec, em meados do século XIX, ao receber diversos cadernos contendo perguntas com respostas de origem espiritual, se dispôs ao trabalho de codificar as informações, não sem antes pesquisar sobre a veracidade das mesmas. Estava nascendo a unificação da Religião, Filosofia e Ciência. Kardec não se entregou cegamente ao trabalho de dar ordem às perguntas e respostas. Sua determinação foi de buscar os princípios norteadores que estavam presentes naqueles fenômenos envolvendo a comunicação com os Espíritos. Portanto, o mestre da codificação foi além da pura reflexão religiosa, ele somou ao seu trabalho o pensamento filosófico, argumentando, por meio da razão, os atributos presentes nas comunicações que, ao testá-la por diferentes maneiras, somou na sua metodologia de argumentação, reflexão e análise, os princípios científicos visando à comprovação dos fatos. Sendo assim, Kardec soube conduzir o maior avanço de todos os tempos da humanidade. Ele integrou Religião, Filosofia e Ciência, proporcionando ao Espírito encarnado seguir esse mesmo caminho para a evolução. Pode-se dizer que o Espiritismo encarnou o tríplice aspecto ao ponderar que: Pelo aspecto religioso, não basta apenas conhecer a palavra de Deus, devemos praticá-la. Pelo aspecto filosófico, não basta conhecer e praticar a palavra de Deus, tem que raciocinar em busca da evolução. E pelo aspecto científico, para evoluirmos até Deus, temos que conhecer, praticar, raciocinar, ver e sentir, por todas as nossas potências, a obra de Deus. Dou para vocês um exemplo desse processo envolvendo o tríplice aspecto. Vocês todos assistiram o filme Matrix.

Quando o Irmão Arnaldo falou sobre o filme, uma grande tela se fez visível, onde apareceram cenas do filme Matrix. Ele foi explanando e as cenas iam surgindo conforme seus apontamentos.

-Nesse filme, o personagem Neo aparece em meio da Informática. Digamos que tudo correspondente ao universo da Informática, nesse filme, esteja representando uma Religião. Mais. Digamos que a Informática no caso do filme em tela seja a Religião. Nesse caso Neo surge como um exímio conhecedor dessa Religião, mas ele não ia além disso. Neo desconhecia qualquer outro tipo de pensamento sobre essa Religião. Para mudar sua maneira de seguir cegamente aquela Religião, surgiu um chamado na tela de seu computador, dizendo para ele seguir o coelho branco. Neo estava sendo chamado para a racionalidade, para a Filosofia. Vejam nesse quadro que ele ao atender a porta, se desloca e pega um livro. Vejam o título: “Simulacros e Simulação”. Trata-se de um livro escrito por um filósofo. Esse livro questiona a sociedade ao afirmar sobre um mundo real desvinculado de origem e de realidade. Vejam que ele tira do interior desse livro o disket que é entregue aos que bateram à sua porta. Esse é o referencial para que Neo passe a filosofar sobre a Religião. (O Irmão Arnaldo para a cena e aponta para a tatuagem de um coelho branco em outra personagem do filme) Se antes ele conhecia e praticava a Religião da Informática, agora ele desejará raciocinar sobre ela. Nesse momento ele acompanha o grupo que lhe bateu a porta, no intuito de entender o que foi aquele chamado que utilizou o símbolo do coelho branco. Neo demonstra o desejo de conhecer sobre sua Religião, a Informática. A sucessão da trama cinematográfica leva Neo diante de Morfeu, que para a mitologia grega era o deus do sonho. Vejam agora, Morfeu oferece, nessa simbologia das pílulas azul e vermelha, a chance de Neo despertar para a realidade, num caminho sem volta. Agora vejam, Neo aceita conhecer a realidade. As cenas agora sugerem o nascimento de Neo. O movimento no meio aquoso, a busca pelo oxigênio e a libertação das amarras que lhe sustentavam, até sua expulsão, Neo passa a sentir e ver outra realidade. Ao longo da trama, Neo assumiu então a condição de raciocinar sobre a realidade. O personagem continua preso à Informática, porém, agora, além do aspecto religioso, ele assume o aspecto filosófico. No filme, Morfeu sempre falou e acreditou que Neo seria o escolhido para ir além; evoluir. Já nesse quadro Neo é alvejado e morre. Mas sua consciência se restabelece e ele renasce. Reparem que Neo passa a ver tudo ao seu redor de outra forma. Ele enxerga todos os códigos da Informática como condição primeira que dá cor, volume e forma a toda a obra Matrix. Nesse momento ele assume a condição de Ciência, pois suas ações passam a agir na própria obra, visto que agora ele atingiu um estágio de conhecimento mais avançado. Ou seja, Neo passou a conhecer, praticar, raciocinar, ver e sentir por todas as suas potências a obra Matrix. Sua busca, a partir de então, será em conhecer o Programador; uma analogia a Deus. Meus Irmãos, feito esse exemplo comparativo, lhes desejo uma jornada evolutiva sob o amparo do Pai Celestial e dos Irmãos Maiores. Procurem conhecer com profundidade a Doutrina Espírita e pratiquem seu tríplice aspecto a todo o momento. Desenvolvam vossas mediunidades e se dediquem em contribuir para a obra de nosso Pai. Vão em Paz.

Ao terminar de falar, as duas entidades desapareceram da sala. As outras foram conduzidas por seus mentores e mentoras.
Enquanto eu e Bartolomeu saíamos da sala, perguntei-lhe sobre o exemplo comparativo estabelecido pelo Irmão Arnaldo:
-Quer dizer então que os médiuns enxergam diferente dos outros?
-Nosso Irmão Arnaldo colocou sobre o tríplice aspecto que envolve a evolução do Espírito. Sua argumentação embala a necessidade de conhecer, agir, raciocinar e interagir com a obra de nosso Pai Celestial. A mediunidade, nesse aspecto, é apenas uma das partes da argumentação exposta pelo Irmão Arnaldo e necessariamente não se caracteriza em efeito condicionante. Para evoluir, o Espírito, em sua individualidade e integralidade, deve desenvolver os três aspectos: o Religioso, o Filosófico e o Científico. Pense como exemplo o nosso Irmão Chico Xavier. Ele desenvolveu a Religião, levando a palavra de Cristo aos necessitados. Desenvolveu a Filosofia, ao avançar os conhecimentos do Espiritismo. E desenvolveu a Ciência, na qual, com sua mediunidade e por incontestáveis metodologias, provou e comprovou a vida eterna, a comunicação entre encarnados e desencarnados e, principalmente, o amor incondicional de nosso Pai Celestial.
-Gostei dessa aula. Se possível, gostaria de participar de outras oportunidades onde o Irmão Arnaldo seja o palestrante.
-Em breve vamos ter nova oportunidade. Agora deves retornar.
Eram 5h55min. Quando retornei.