quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Desencarne e acolhimento


Foram tempos difíceis quando do meu desencarne. Tive momentos de grande angústia, sofrimento e profunda tristeza. O abalo emocional me provocou dores profundas na alma. Não queria acreditar que minha vida estava encerrada. Não podia aceitar tão trágico fim. A dor da partida, a dor do desligamento foi muito, foi atroz. Mas como sempre dizem...tudo passa. E, de fato: tudo passou.
Fui acometido de câncer que me consumiu rapidamente. E não devia, em meu íntimo, aceitar tal desventura. Mas o câncer foi generoso, se assim posso comentar. Generoso pelo fato de que quando se manifestou eu já estava com os dias contados. E tudo diante da minha melhor faze da vida: a de ter uma família constituída e de poder oportunizar a tranquilidade econômica e financeira adequada para meus queridos familiares.
A doença, quando soube dela, foi como um terrível golpe. Só pudera, não podia aceitar o trágico fim. Sentimento de não poder mais nada fazer, mas apenas rezar e consolar-me com a chegada da morte.
Quando de fato “morri “entrei em uma tristeza profunda. Podia ver, ouvir e sentir os sentimentos dos meus familiares. E tudo parecia que corroía ainda mais meu coração. Tive momentos de choro compulsivo, sem ter controle algum sobre tal sentimento.
As lágrimas mais que me lavaram. As lágrimas foram como balsamo em meu espírito, pois oportunizou momentos de reconforto. Não podia aceitar tal desfecho, por isso do choro compulsivo, incontrolável.
Mas fui acolhido pela tia Lúcia, que se achegou até mim, trazendo um copo com água, e insistia para que eu tomasse aquela água. Mal conseguia segurar o copo. E a tia Lúcia, então, com um gesto de perfeita ternura materna, chegou ao meu lado e segurando minha cabeça passou a me dar de beber daquele copo. A tia foi como luz, pois me fez adormecer e descansar diante de tão forte sentimento de angústia pelo qual passei. Acordei três dias depois, em um hospital. Ao meu lado estava a tia Lúcia, acompanhando o meu sonho e também orando para o meu conforto.
Hoje já estou restabelecido emocionalmente. Já tenho conhecimentos mínimos do porquê de tal passagem pela dor e doença do câncer. Mas a grande sensação que ainda tenho é a de não poder acompanhar, em vida, a trajetória de meus familiares. Claro que da espiritualidade continuo acompanhando. Mas como fizera na Terra, não é a mesma coisa.
Mas sem lamúrias ou lamentações. Tudo faz parte do aprendizado Divino, e logo mais nos encontraremos para que todos juntos voltem a sorrir e se abraçar; mas com uma afetuosidade mais intensa, muito mais intensa que na Terra, muito mais verdadeira.
Hoje, então, fica minha pequena história, não para pedir socorro, pois esse eu tive da tia Lúcia, da irmã Marilú, do primo Levi, do pai Amaro e de muitos outros amigos que aqui chegaram antes. Mas fica a certeza de que a vida continua, e continua, sempre no sentido do amor.
Se em determinada circunstância o câncer me consumiu, foi por necessidade de aprendizado. Se estou distante de determinadas circunstâncias da materialidade, são por necessidade de segurança.
Portanto, quero afirmar:
- Estou Feliz! Muito Feliz!
Estou na companhia de fraternos e queridos irmãos e irmãs. E também orando para que a chegada dos familiares da Terra, quando o momento for indicado, para que eu possa, com a permissão do Pai, acolher e amparar. E saibam que esse momento de acolher e amparar é um dos maiores presentes concedidos pela Espiritualidade.
Fiquem em Paz!
De um amigo.
Psicografado em 18 de novembro de 2017.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Amados!


Minha chegada na Espiritualidade foi cercada de carinho e compaixão. Foi de muita ternura e amorosidade. Momento inigualável e de difícil interpretação e explicação.
A vida na Terra têm suas adversidades. É justo compreender sobre elas e de buscar alternativas para superar. E também é correto que o trabalho enobrece o Espírito.
Mas o fato gratificante é olhar os nossos trabalhos e esforços que realizamos na Terra, e quando chegamos e somos recebidos, podemos reconhecer que os esforços e as dores não foram por acaso.
A cada abraço recebido quando cheguei, lembrava das dores que superei na Terra. A cada sorriso que recebi dos irmãos e familiares que me recepcionaram na Espiritualidade, recordava de cada momento de angústia que consegui superar na Terra.
Aqui na Espiritualidade pude ver que a vida na Terra é como um breve lampejo de luz na eternidade; e nossas dores e dificuldades são bem menos que isso.
Aqui a percepção do infinito do tempo é mais completo e compreensível. Que a amorosidade de Deus é mais sentida e completa.
Aos que me recepcionaram quando cheguei na Espiritualidade, estava o meu avô, o Antônio, que muito me abraçou e contou que sempre me acompanhava na Terra, independente dos locais e das situações. A tia Lurdes também se achegou e comentou sobre aqueles dias de angústia que vivenciei na Terra.
Outra pessoa que me recepcionou quando cheguei na Espiritualidade foi o meu amigo Luiz, e esse disse de que a minha caminhada era muito semelhante a dele. E que ele viu e aprendeu muito com as minhas dificuldades, superações e angústias.
Mas hoje vivo na cidade Espiritual de Alvorada Nova, uma bela e acolhedora cidade. Repleta de luz e amor, com muita população fraterna e com muito trabalho. Em Alvorada Nova também realizo muitas tarefas, mas a que mais amo é a de acompanhar os encarnados enfermos, para orar por eles em suas superações.
Hoje tenho um entendimento mais compreensível sobre a minha vida e a dos outros.
Sei que somos todos irmãos e que precisamos nos compreender e auxiliar no desenvolvimento.
Fica o meu registro e minha luz para todos.
Com Deus o coração.
Márcio Cardozo
Psicografado em 14 de outubro de 2017.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Acreditar!


A vida na espiritualidade é repleta de surpresas e de aprendizados. Ontem mesmo me deparei em duas situações distintas. Uma foi o caso de assistir ao desenvolvimento mediúnico que era realizado em uma Casa Espírita. O outro foi o de presenciar a conversa de familiares sobre os casos de mortes prematuras.
Na primeira situação, ou seja, no caso do desenvolvimento mediúnico, os participantes traziam as ideias preconcebidas de que tudo estaria atrelado aos fatos do animismo, ou seja, que os casos de manifestações eram originários dos próprios pensamento dos médiuns. O que prejudicava a atividade em si, a de estabelecer uma comunicação mais atenta com a espiritualidade presente.
Já no outro caso a parte da conversa sobre os desencarnes prematuros, os familiares discorriam sobre questões que até então não compreendiam casos práticos sobre cada situação. Isso tudo era decorrência das vivências ocorridas nas últimas semanas no Brasil, e noticiados e mobilizados na sociedade.
As surpresas que temos presenciado aqui, são os pensamentos que se distanciam dos fatos reais e concretos. E mesmo com os entendimentos mais adequados, já trabalhados na Terra, a insistência no erro continua sendo a pedra de toque nessas e noutras questões.
Acreditar vocês em si mesmo e no que prescreve o estudo. Esse é o motivo e motor principal do desenvolvimento. Vamos buscar acreditar mais em si e nos próprios estudos aplicados para então desenvolvermos. E, assim evitar que surpresas diversas causem um entrave ao desenvolvimento e especialmente ao entendimento e evolução do espírito.
Fiquem com Deus!
Irmão Benjamim
Psicografado em 14 de outubro de 2017.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Festa no céu!

A chegada que tive no plano espiritual foi de uma alegria incrível. Jamais imaginei tal coisa e em tal condição, pudesse acontecer. Quando me vi e senti a beleza da alma, como caminhando dependurada no ar, e passei a ver diversos amigos, amigas, e em especial emoção, aos familiares queridos que já a muito tinham deixado a Terra, é que pus-me a chorar de intensa alegria.
Cada um passou a me abraçar e a falar comigo sobre a saudade sentida.
E minha mãe se aproximou com um olhar afetuoso... e num abraço fraternal, contou que já estávamos nos encontrando muito antes de eu desencarnar. Foi então que recordei dos sonhos que tive com ela em dias antes do meu desencarne. Lembrei de muitas conversas e orientações recebidas. E que coloquei em prática antes de minha despedida da Terra.
Pois é; a minha mãe Luiza estava toda trajada com flores rosas para me recepcionar. Já meu pai estava com uma leve túnica branco-prata.
O sorriso do meu pai foi contagiante e também me deixou com a emoção no coração e nos olhos. O pai Antônio era diferente no Céu, pois estava mais feliz que quando deixou a Terra.
Lembro bem a partida de meu pai: Era um dia frio do inverno, mais precisamente em 23 de julho, quando a noite gelada fez doer mais que o sofrimento da morte do pai em 1953.
Depois, foram momentos difíceis para todos nós. E a mãe, então, teve de se desdobrar em atividades e exigir o nosso concurso para os afazeres domésticos e para o sustento e auxílio financeiro do lar.
Mas o apoio materno chegou ao seu término em 1954, num dia de verão, mais precisamente em 19 de janeiro. Nesse caso, a dor foi muito maior, pois acompanhamos o definhamento da mãe Luiza ao longos dos dias.
E a certeza da morte da mãe nos causou, em todos nós, eu e minhas outras irmãs, um trauma emocional que levou tempo para ser curado.
E chegou minha vez também de deixar a Terra. Era um dia de primavera, mais precisamente em 29 de setembro de 2010. E foi nesse mesmo dia que senti uma emoção enorme ao reencontrar amigos e familiares.
A minha mãe Luiza não era mais aquela velhinha mirrada e adoentada. Não! Era uma linda jovem de uns 25 anos, com muita juventude de espírito.
Já o pai Antônio, também não demonstrava nenhuma ruga ou calvice, era um rapaz de 30 anos e com um brilho no olhar que cativou já no primeiro momento do encontro.
 Dos amigos que vieram me recepcionar, estavam ali o Daniel, que foi desde sempre preocupado com seu futuro, mas a tragédia de um acidente o levou para a espiritualidade quando ele recentemente tinha completado seus 25 anos; também apareceu a Salete, que foi minha vizinha na infância e muito brincamos com bonecas, mas a vida profissional depois nos separou; também a Sônia e a Mônica me recepcionaram, foram minhas colegas no colégio e muito estudamos juntas para as provas e foi com elas que mais relação e conversas mantivemos até o momento de cada uma partir.
Mas tenho que registrar, o encontro mais afetuoso foi com a minha vó Chica, a vó Francisca. Ela era quem me deu os carinhos maternais na infância, me ensinou a fazer bolinhos e algumas comidas típicas italianas. A vó Chica nada se parecia com aquela idosa de quando morreu. Não! A vó era a mais jovem em aparência das pessoas que vieram me recepcionar. E descobri logo a causa disso. A vó Chica me recebeu com a figura de uma menina de 11 anos; e reconheci que minha avó havia sido minha filha em outra encarnação.
Vejam só como são essas ligações invisíveis de amor e trabalho, de afeto e ternura. Os encontros não são casuais e as relações de respeito necessitam serem sempre valorizadas.
Fica o meu beijo!
Para todos!
Professora Valquíria
Psicografado em 07 de outubro de 2017.