A chegada que tive no
plano espiritual foi de uma alegria incrível. Jamais imaginei tal coisa e em
tal condição, pudesse acontecer. Quando me vi e senti a beleza da alma, como
caminhando dependurada no ar, e passei a ver diversos amigos, amigas, e em
especial emoção, aos familiares queridos que já a muito tinham deixado a Terra,
é que pus-me a chorar de intensa alegria.
Cada um passou a me
abraçar e a falar comigo sobre a saudade sentida.
E minha mãe se aproximou
com um olhar afetuoso... e num abraço fraternal, contou que já estávamos nos
encontrando muito antes de eu desencarnar. Foi então que recordei dos sonhos
que tive com ela em dias antes do meu desencarne. Lembrei de muitas conversas e
orientações recebidas. E que coloquei em prática antes de minha despedida da
Terra.
Pois é; a minha mãe Luiza
estava toda trajada com flores rosas para me recepcionar. Já meu pai estava com
uma leve túnica branco-prata.
O sorriso do meu pai foi
contagiante e também me deixou com a emoção no coração e nos olhos. O pai
Antônio era diferente no Céu, pois estava mais feliz que quando deixou a Terra.
Lembro bem a partida de
meu pai: Era um dia frio do inverno, mais precisamente em 23 de julho, quando a
noite gelada fez doer mais que o sofrimento da morte do pai em 1953.
Depois, foram momentos
difíceis para todos nós. E a mãe, então, teve de se desdobrar em atividades e
exigir o nosso concurso para os afazeres domésticos e para o sustento e auxílio
financeiro do lar.
Mas o apoio materno chegou
ao seu término em 1954, num dia de verão, mais precisamente em 19 de janeiro.
Nesse caso, a dor foi muito maior, pois acompanhamos o definhamento da mãe
Luiza ao longos dos dias.
E a certeza da morte da
mãe nos causou, em todos nós, eu e minhas outras irmãs, um trauma emocional que
levou tempo para ser curado.
E chegou minha vez também
de deixar a Terra. Era um dia de primavera, mais precisamente em 29 de setembro
de 2010. E foi nesse mesmo dia que senti uma emoção enorme ao reencontrar
amigos e familiares.
A minha mãe Luiza não era
mais aquela velhinha mirrada e adoentada. Não! Era uma linda jovem de uns 25
anos, com muita juventude de espírito.
Já o pai Antônio, também
não demonstrava nenhuma ruga ou calvice, era um rapaz de 30 anos e com um
brilho no olhar que cativou já no primeiro momento do encontro.
Dos amigos que vieram me recepcionar, estavam
ali o Daniel, que foi desde sempre preocupado com seu futuro, mas a tragédia de
um acidente o levou para a espiritualidade quando ele recentemente tinha
completado seus 25 anos; também apareceu a Salete, que foi minha vizinha na
infância e muito brincamos com bonecas, mas a vida profissional depois nos
separou; também a Sônia e a Mônica me recepcionaram, foram minhas colegas no
colégio e muito estudamos juntas para as provas e foi com elas que mais relação
e conversas mantivemos até o momento de cada uma partir.
Mas tenho que registrar, o
encontro mais afetuoso foi com a minha vó Chica, a vó Francisca. Ela era quem
me deu os carinhos maternais na infância, me ensinou a fazer bolinhos e algumas
comidas típicas italianas. A vó Chica nada se parecia com aquela idosa de
quando morreu. Não! A vó era a mais jovem em aparência das pessoas que vieram
me recepcionar. E descobri logo a causa disso. A vó Chica me recebeu com a
figura de uma menina de 11 anos; e reconheci que minha avó havia sido minha
filha em outra encarnação.
Vejam só como são essas
ligações invisíveis de amor e trabalho, de afeto e ternura. Os encontros não
são casuais e as relações de respeito necessitam serem sempre valorizadas.
Fica o meu beijo!
Para todos!
Professora Valquíria
Psicografado em 07 de
outubro de 2017.
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