quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

VIDA NOVA – Cidade Espiritual localizada sobre Manaus – O Resgate

Ao sairmos do Observatório, havia uma entidade na rampa de acesso que veio ao nosso encontro. A entidade e o Bartolomeu se cumprimentaram e em seguida fui apresentado a ela. Tratava-se do irmão Marcos, que nos conduziria até o porto da cidade. Local onde iniciaríamos, juntamente com mais um irmão, para a atividade de resgate.
Marcos era muito atencioso. Enquanto caminhávamos por uma extensa avenida, ladeada de jardins e árvores frondosas, ele explicava sobre as casas e prédios da cidade Vida Nova. Disse que as atividades envolvendo os trabalhadores são dos mais ásperos e os serviços de resgates nem sempre atingem o objetivo desejado, pois os irmãos conservam muitas necessidades relativas à alimentação e medicina que praticavam na Terra, além de muitos persistirem arraigados em pensamento infantil. Enquanto falava, apontou para sentarmos num banco, onde aguardaríamos a condução que nos levaria até o Porto da cidade.
Não demorou muito e logo apareceu suspenso no ar o nosso transporte. Era semelhante ao que já havia visto em outra cidade espiritual. Tinha o tamanho de dois ônibus e parecia ser feito de um material metálico. As janelas eram formadas em um único vidro e ocupava toda a extensão de cada lateral.
Sentei na janela para visualizar a cidade, mas a velocidade não permitia distinguir suas construções. Por outro lado, Marcos e Bartolomeu me chamaram a atenção para a atividade que iríamos desempenhar.
Marcos logo levantou e informou que havíamos chegado ao Porto. Pela janela vi um gigantesco rio. Quase não dava para reparar a outra margem, de tão distante que estava à outra margem.
Descemos e Marcos nos apresentou ao irmão Luciano, que também nos acompanharia na atividade.
Bartolomeu teceu maiores explicações sobre minha presença na cidade e na atividade que desenvolveriam.
Luciano me cumprimentou e comentou sobre o resgate.
-Nosso irmão que será resgatado hoje, já vem sendo preparado há algum tempo. Ele está localizado numa região de mata densa, localizada num plano mais elevado das regiões mais densas e sofredoras do umbral. Tenho fé que hoje ele virá.
Marcos complementou as explanações.
-Nós estamos trabalhando há quatro anos com esse irmão. Ele desencarnou de uma tribo que desconhecia a civilização. Vagou algumas semanas nas regiões sofredoras e conseguiu se afastar da densidade. Atualmente ele está numa localidade onde continua a desenvolver as mesmas atividades de caça, pintura corporal, rituais religiosos e demonstrava hostilidade quando da aproximação dos irmãos desejosos em auxiliar. No decurso desses quatro anos, fomos estabelecendo contato visual para ele ir se acostumando com a presença da equipe de resgate. Nas duas últimas semanas nós conseguimos estreitar relações. Já estabelecemos longas conversas.
Fiquei curioso com a situação e questionei sobre a situação de um nativo estar nessa condição. Marcos explicou que o caso não tinha exclusividade.
-Irmão Charles, apesar de alguns dos nossos irmãos silvícolas desencarnarem e estacionarem em regiões do umbral, eles não demonstra pensamentos de maldade. A racionalidade que lhes domina, caracteriza o ser acuado que diante do desconhecido procura maneiras para se defender. Muitos deles não trazem pensamentos obscuros. São nossos irmãos menores que estão evoluindo em direção a Deus. Mas temos que ir.
Caminhamos por uma calçada, de uns cinquenta metros de largura, até chegar à margem do rio. Ali havia uma espécie de lancha. Porém, a frente dela era retangular. Notei que naquele local havia grande movimentação de pessoas. Caminhavam ao longo de toda a extensão do rio, pelo que pude ver, onde existia uma espécie de pista de passeio com pequenas árvores a produzirem sombra e diversos canteiros de flores que ladeavam o rio e essa pista.
Marcos convidou-nos a subir no “Hidrovel”. Comentou que foi com o recurso do “Hidrovel” que estabeleceram a aproximação com o irmão que iríamos resgatar.
Perguntei como foi realizada a aproximação.
Marcos disse que ela ocorreu gradualmente.
-Durante várias vezes, nós passamos próximo do local onde nosso irmão está localizado. Fizemos um pouco de barulho na água para chamar sua atenção. Depois passamos a ficar parados, numa certa distância da margem, possibilitando que ele nos observasse os movimentos. Conforme o tempo passava e percebendo a sua aceitação, fomos nos aproximando da margem. Quando chegamos à margem, não demorou muito para esse irmão nos puxar para sua oca.
Nesse instante Luciano pediu para sentarmos, pois iria levantar o “Hidrovel”. Afastamos-nos uns vinte metros da margem. De repente vi jatos de água correndo pela lateral do “Hidrovel” e jorrando a uns dez metros para frente. Em seguida começamos a se elevar do rio, enquanto que o esguicho desaparecia. Ficamos, aproximadamente, um metro da superfície do rio. Bartolomeu disse que desceríamos o rio de foram tranquila e segura.
Foi grande a velocidade atingida por aquele veículo. Conforme avançávamos rio abaixo, passei a notar que tanto a cor da água, como também o cheiro, destacava que estávamos longe da cidade. A água não era mais límpida. Seu aspecto era de um verde musgo. O cheiro, que antes tinha o aroma de flores e mel, agora era de putrefação. No ar era possível sentir uma umidade que parecia grudar na roupa.
Depois de uns dez minutos chegamos ao destino. Paramos na margem, bem diante de uma mata densa. O céu estava carregado de nuvens cinza e pouca luz do sol passava por entre as nuvens. Isso aumentava a sensação de inóspito. Olhando para aquelas árvores e vegetações, tive uma sensação um pouco desconfortável. As sobras produzidas por elas pareciam grutas escuras.
Bartolomeu, percebendo meus pensamentos, comentou sobre a situação.
-Charles, fique tranquilo. Aqui nada pode nos atingir. Estamos sobre o amparo do Alto, que nos observa com muito amor. Mas vamos adequar sua roupa para ter condições de andar nesse local. O que acha agora?
Olhei para meus pés e notei estar com botas que vinham até o joelho.
-Estou pronto. Mas ainda com certo receio.
Luciano interveio.
-Não carece de receios. Nosso irmão já está aguardando a visita em sua oca. Podemos ir tranquilamente.
Quando descemos do “Hidrovel”, notei que eu era o único em que os pés afundavam um pouco naquela gramínea, coberta pelas folhas secas das árvores.
Mas não conseguia me desligar do medo. Por vários momentos, grunhidos e outros sons que pareciam de aves rompiam o silêncio. O vento fazia as árvores estralarem.
Caminhamos uns quinze metros mato adentro, até chegar numa pequena área sem árvores. Ali estava a oca. Porém eu não enxergava ninguém.
Marcos disse para entrarmos na oca.
Ao entrarmos, reparei um cheiro forte de fumaça. A oca tinha uns dez metros de diâmetro, e conservava certa penumbra em seu interior, de forma que eu não consegui ver onde estava o ente que seria resgatado. A única coisa que vi foi um banquinho encostado na parede da oca.
Luciano cumprimentou a entidade, como se ela estivesse ao meu lado ou nas minhas costas. Olhei ao meu redor e questionei o Bartolomeu sobre a situação. Antes que ele respondesse, senti uma batida em minha perna. Olhei e notei que aquele banquinho foi colocado junto de mim. Meu coração disparou e a sensação de medo aumentou.
Bartolomeu, imediatamente percebendo meu desconforto, colocou a mão em minha nuca e disse:
-Charles, acalma essa angustia do desconhecido. Nosso irmão colocou o acento para você, em sinal de afeto ao novo visitante. Ele está ali.
Ao apontar para a área escura que estava na minha direita, vi a entidade toda pintada de preto.
Bartolomeu continuou falando.
-Charles, sente para retribuir a gentileza de nosso irmão.
Enquanto Bartolomeu falava comigo, Marcos e Luciano se aproximaram da entidade e começaram a conversar com ela.
Durante a conversa entre os três, a entidade disse que estava disposta a ir embora com eles.
Enquanto os três conversavam, eu fique sentado, recebendo o amparo de tranquilidade de Bartolomeu, que mantinha sua mão na minha nuca.
Marcos passou suas mãos no rosto da entidade e em todo o seu corpo, removendo a tinta. Ao terminar, Luciano, que já segurava um lençol aberto, cobriu com o mesmo a entidade. Nisso orientou para irmos ao “Hidrovel”.
Retornamos para o “Hidrovel” levando a entidade, que subiu prontamente no mesmo. Enquanto subíamos, Marcos disse:
-Hoje resgatamos mais um irmão. Nosso Natal será de grande felicidade.
Nosso retorno parece que foi muito mais rápido que a ida. Quando descemos do “Hidrovel”, Luciano e Marcos agradeceram a minha presença e me desejaram felicitações pelo Natal. Da mesma forma se despediram de Bartolomeu. Depois disseram que levariam a entidade para o hospital, onde receberia os tratamentos iniciais.
Bartolomeu também agradeceu minha presença e acrescentou:
-Charles, hoje sua participação foi importante para a atividade de resgate. Nossos estudos estão lhe proporcionando um aprofundamento no entendimento da espiritualidade. Hoje, véspera de Natal, a espiritualidade se recolherá em preces. Durante a noite e a madrugada, a espiritualidade desenvolverá coletivamente vibrações de paz e amor para a humanidade. Aproveita também esse momento para elevar suas preces ao Pai Celestial. Que seu Natal seja iluminado pelas bênçãos de nosso Pai. Agora retorna ao corpo, que já está tarde.
Bartolomeu levou suas duas mãos sobre minha cabeça e imediatamente fez-me retornar ao corpo. O relógio marcava 9h10min.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

VIDA NOVA – Cidade Espiritual localizada sobre Manaus – Encontro no OBSERVATÓRIO ESPIRITUAL PARA O DESENVOLVIMENTO E EVOLUÇÃO CRISTÃ

Na madrugada do dia 24 de dezembro de 2010, o mentor Bartolomeu levou-me para acompanhar a abertura das atividades de encerramento do ano do Observatório Espiritual para o Desenvolvimento e Evolução Cristã. O mentor explicou que o Observatório congrega diversas entidades que trabalham em prol dos estudos e desenvolvimento mediúnico nas Casas Espíritas. Disse que aquela reunião era para apresentar o balanço das atividades ao longo do ano e contava com representantes das regionais espirituais. Cada regional apresentaria seu balanço correspondente.
O encontro aconteceu na Cidade Espiritual localizada sobre Manaus. O nome da cidade é Vida Nova. O auditório onde acontecia o encontro estava com todos os lugares ocupados. De acordo com Bartolomeu, o local comportava 230 lugares. Seu formato era circular, sendo que toda a área das poltronas era em declive em direção ao centro, onde estava a tribuna, também circular, com quatro espaços de acesso, e de onde foi proferida a apresentação dos balanços de atividades.
Aquela disposição em círculo facilitava à acústica, pois o apresentador parecia falar ao nosso ouvido. Como parte visitante em meio à platéia, nós nos sentamos bem no fundo e no alto, em duas cadeiras encostadas na parede, apenas para que não ficássemos em pé. Bartolomeu disse que éramos visita e não acompanharíamos as apresentações em sua integralidade, pois tínhamos outra atividade. Ele explicou que ao final do encontro no Observatório, os irmãos da espiritualidade ali presente estabeleceriam dinâmicas de atividades para o próximo ano, pontuando diretrizes e metas a serem buscadas conjuntamente com as Casas Espíritas.
A abertura foi com uma oração coletiva que fez todo o ambiente se transformar em luzes e musicalidade. Do alto desceram diversos pontos luminosos em verde claro, azul claro e prata. Pareciam vaga-lumes. Nas paredes, em toda sua extensão, flores multicoloridas pareciam brotar instantaneamente. Mas tanto as luzes, como as flores, eram de uma densidade bem sutil, parecendo uma condensação do ar, que perdurou durante o tempo da oração.
As apresentações foram se sucedendo. Em todas elas apareciam imagens holográficas, uns dois metros acima do representante regional, onde eram apresentados os resultados correspondentes ao ano de 2010. As imagens apresentavam movimento com números, cenas de trabalhos que foram realizados, imagens das Casas Espíritas com suas estruturas internas, imagens de encarnados que dirigem essas Casas (inclusive com a fala desses dirigentes). As apresentações eram impecáveis. Cada apresentação durou 30 minutos. Escutamos a abertura do encontro que se estendeu por quinze minutos e depois a quatro apresentações.
Quando o quarto representante regional terminou, Bartolomeu solicitou para lhe acompanhar.
-Vamos aproveitar para sair. Temos outra atividade. Aqui as apresentações terão um decurso de tempo muito longo. E hoje temos uma atividade de resgate numa região do umbral.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ESCOLAS DA ESPIRITUALIDADE – Parte II

Bartolomeu solicitou para entrarmos.
Ao passar pela enorme porta do prédio, vi um grupo de pessoas descendo pela escada. Era um grupo formado por dez entidades. Eles se dirigiram para a rua, passando por nós. Estranhei a situação e questionei o Bartolomeu sobre o acontecido.
-Bartolomeu, isso aqui é para ser uma Escola. Mas vejo que esse grupo está saindo. Estão eles indo embora por algum motivo de preconceito.
-Como lhe disse. As Escolas da Espiritualidade têm métodos de ensino e orientação que respeitam a evolução de cada um dos irmãos e irmãs. Ocorre aqui que essa turma está indo desenvolver suas atividades de instrução nas comunidades terrenas. Em especial nos nossos irmãos e irmãs que estão imantados aos prazeres da matéria. Esse grupo de trabalhadores é formado por irmãos encarnados que trabalham como desobsessores em uma Casa Espírita de Porto Alegre. Aqui na Escola eles se reuniram, estabeleceram suas atividades, e agora estão se dirigindo ao socorro e orientação de irmãos necessitados. E assim acontece com todos os frequentadores da Escola. Ela não é um ambiente fechado. Os grupos se reúnem sob a chefia de irmãos da espiritualidade maior e depois se dedicam nas atividades externas. E isso ocorre com qualquer uma das formas de culto ou religião.
Nisso passamos a subir a escada, formada por um lance que dava para uma parede. Nesse lance a escada continuava uma para o lado esquerdo e outra para o direito, onde se localizava o primeiro andar. Os dois lances de escada levavam para esse andar e também para todos os outros.
O corredor era extenso, tendo portas dos dois lados. Acima de cada porta havia um número que a identificava. Contei oito portas em cada lado do corredor. Todas as portas eram de vidro, tendo como puxador uma estrutura de cano metálico quase no mesmo comprimento que a altura da porta. Também no final do corredor tinha uma grande janela de vidro.
Bartolomeu solicitou para subirmos até o terceiro andar. Chegando nele, não percebi diferença com relação aos andares abaixo.
-Charles, vá até a sala onde nos encontramos algumas vezes para as instruções do desdobramento consciente.
Diante da colocação, questionei sobre a condição de a referida faculdade ser um atributo pessoal.
-Bartolomeu, essa faculdade do desdobramento consciente não se trata de uma condição que eu desenvolvi ao longo de minhas encarnações, e que agora despertou?
-Charles, todas as faculdades mediúnicas são atributos do espírito e de seu esforço. Mas assim como se dá com qualquer atividade na Terra, quando é necessário estudo, entendimento, dedicação e disciplina, também com as faculdades mediúnicas é necessário estudo, entendimento e muita disciplina. Repare que apesar de você estar aqui, com consciência, suas vidas passadas não são lembradas. Você consegue lembrar sobre suas atividades em vida pregressa? Diante dessa situação, as Escolas da Espiritualidade buscam desenvolver as potencialidades dos espíritos, respeitando o esquecimento temporário a que os irmãos encarnados estão subordinados. Assim, todos podem desenvolver atividades de grande evolução, sem se perder nas angustias, sofrimentos e erros que ocasionou para si e para outros. Para todos os irmãos dedicados à espiritualidade, os estudos e orientações constituem princípio fundamental para o desempenho das atividades. Todos, com raras exceções, participam de orientações com irmãos da espiritualidade maior nas Escolas. Com você a situação da orientação e disciplina também constitui uma necessidade.
Enquanto Bartolomeu explicava, nós caminhávamos pelo corredor. Não sabia em que sala as orientações haviam ocorrido. Vendo meu rosto apreensivo em identificar a sala, Bartolomeu pediu para eu olhar pela porta de cada uma daquelas que estávamos passando na frente.
As salas eram diferentes quanto suas composições internas. Uma delas tinha almofadas no chão, formando um círculo de cinco entidades que ouviam um espírito de luz, todo trajado de branco e posicionado no meio do grupo.
Outra sala era composta de macas. Um grupo de entidades observava o instrutor posicionar as mãos sobre uma que estava deitada na maca. Nessa sala existiam quadros enormes onde estava retratada a figura do corpo humano, tracejado em brando sobre um fundo azul escuro, com várias linhas, também tracejadas em branco, da cabeça aos pés, tendo em destaque a localização dos chacras. Achei interessante a questão de cada uma daquelas linhas apresentarem números.
Outra sala tinha a mesma disposição das que encontramos em qualquer escola da Terra; com quadro branco e cadeiras.
Observei diversas salas, até que vi uma onde em seu interior havia um pequeno altar, semelhante aos da Igreja Católica. Ali estavam oito entidades reunidas. Ao ver essa sala, logo me ocorreu uma lembrança da possível sala que procurávamos. Recordei de uma sala que ficava duas portas adiante e do outro lado do corredor. Fui direto para a porta que eu agora estava lembrando. Bartolomeu percebeu meu movimento e comentou sobre a lembrança que tive.
-Vejo que o altar de Cristo lhe fez lembrar da sala onde estudou. Muito bom.
Comentei que me lembrei da porta e das imagens que havia na parede da sala.
Ao chegar à porta da sala, vi as imagens, em fundo amarelo, do corpo físico deitado e o espírito de pé, ao seu lado.
Na sala existiam quatro macas. Havia um grupo de quatro entidades ali dentro, sendo que uma estava deitada na maca.
O instrutor logo me chamou para dentro, dizendo que podíamos entrar.
-Olá meu irmão Charles! Vejo que meu aluno já está conseguindo realizar o desdobramento consciente.
Logo me lembrei das aulas e que o instrutor se chamava Lúcius.
-O Bartolomeu me trouxe hoje aqui para recordar sobre as aulas que tive. Recordei da sala quando vi o altar ali na outra.
As entidades ali presentes ficaram compenetradas em seus exercícios, sem dar muita atenção ao diálogo entre eu, Bartolomeu e o instrutor Lúcius.
Lúcius comentou sobre um dos medos que eu tinha.
-Irmão Charles, lembra que seu receio maior era superar o momento do desdobramento consciente. Você receava o momento inicial do deslocamento.
-Lembro dessa situação. Sentia um pouco de receio pelo fato de perceber a vibração do espírito e ter sempre o desdobramento iniciando pelas pernas e braços. Isso dava um pouco de medo.
-Esse receio que você sentia, ocorre com muitos. Nós estamos terminando uma atividade, hoje, aqui com esses irmãos, desenvolvendo a sensibilidade de amparo dos mentores. Nas próximas experiências esses irmãos irão sentir um maior conforto no desdobramento, pois estamos aprimorando a relação fluídica entre encarnado e seus mentores. Como esses irmãos já estão se preparando para retornarem ao corpo, eles irão um pouco mais cedo para sentirem a sua chegada ao corpo. Assim eles ficarão por um tempo refletindo sobre essa condição e sensações de chegar ao corpo.
Nesse instante Bartolomeu comentou que o meu retorno já estava para acontecer. Disse para Lúcius que eu retornaria mais vezes para a Escola, pois iria estudar em outras salas. Bartolomeu agradeceu a atenção de Lúcius, pediu desculpa para as entidades ali presentes pela intromissão na sala e lhes desejou ótimos estudos sob a Luz do Pai Celestial. E perguntou para mim:
-Charles, você consegue retornar sozinho, ou quer meu auxílio.
-Vou tentar.
Ao fechar meus olhos e pensar em meu corpo, em me virar para o lado, imediatamente acordei em minha cama. O relógio marcava cinco horas.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

TERRA, PLANETA DE REGENERAÇÃO

Faz algum tempo que venho observando os acontecimentos na crosta terrestre. Diversos casos têm provocado minha atenção. Não poderia ser diferente. Afinal, para todo o espectador atento, os fatos mais corriqueiros são de extrema valia para o entendimento da evolução do espírito e do planeta. E diante dos fatos, não restam mais dúvidas, a Terra deixou de ser um planeta de expiações e provas e já está no primeiro estágio de um planeta de regeneração.
Ao observarmos que os homens, cada vez mais estão preocupando-se em cuidar da saúde do corpo, buscando equilíbrio na alimentação, não seria novidade que o progresso da ciência estaria reproduzindo na Terra o que diversas cidades no plano espiritual têm feito com os seus moradores.
Na Terra, o cuidado com o corpo passa a ser um indicativo de que a evolução está mais adiantada do que a de 50 ou 100 anos. Essa realidade, a de que os homens na Terra tem se preocupado com sua saúde física, reflete na própria condição de perenidade do corpo e lucidez da mente, oportunizando o aumento da longevidade. De fato, essa condição tem ocasionado uma silenciosa queda nos casos de suicídio inconsciente, ou seja, naquele ocasionado pela ingestão exagerada de alimentos pesados e danosos ao corpo físico.
O fato de termos um aumento da longevidade na crosta terrestre, fez diminuir o numero de espíritos que sofrem nas regiões trevosas. A longevidade também tem beneficiado para que a preparação na mudança de plano seja melhor compreendida e até mesmo preparada entre os homens. Essa preparação para o desencarne tem estimulado uma mudança comportamental quanto ao significado da vida.
Importante salientar que essa preparação para o desencarne tem acelerado o desenvolvimento dos irmãos. Muitos já estão chegando às cidades espirituais com melhor entendimento e mais lúcidos sobre suas próprias condições. E não poderia ser diferente. Essa realidade tem proporcionado que as atividades espirituais colaborem mais com os encarnados, no sentido de aprimorar os equipamentos e tecnologias terrenas na melhor manifestação e significado sobre a vida e o futuro.
Nessa primeira fase de um planeta em regeneração, é oportuno destacar, muitos irmãos e irmãs estão regressando ao corpo físico levando vasto conhecimento sobre a espiritualidade. Esses promoverão significativa mudança na mentalidade terrena.
Desde meados da década de noventa, a crosta terrestre vem recebendo o reencarne de diversos espíritos com conhecimentos muito avançados sobre a espiritualidade. Nos últimos dez anos o número de encarnações desses irmãos iluminados aumentou consideravelmente. Isso comprova a nova situação para o planeta Terra: ele deixou de ser um planeta de Espiações e Provas para tornar-se num planeta de Regeneração.
Ocorrerá em breve uma mudança também no entendimento das coletividades quanto aos encaminhamentos sociais, econômicos e políticos. Uma revolução silenciosa está acontecendo e encaminhando progresso em todas as áreas do conhecimento.
Muitos desses irmãos e irmãos, dos quais os primeiros reencarnantes desses grupos estão completando dezessete e dezesseis anos, estão recebendo orientação nas escolas da espiritualidade durante os momentos de sono, para atenderem suas angustias. O que é normal nesse momento de adaptação quando alguns dão sinais de intenso despertar de conhecimentos.
Alguns desses já questionam diversas metodologias, inclusive na forma como as escolas procedem com o ensino, mas sempre mantendo a retidão de caráter e dando o exemplo da abnegação e respeito ao próximo. Questionam sem promover situações de perturbação ao convívio.
Mas também têm aqueles irmãos e irmãs optantes das experiências regenerativas difíceis. Em nova experiência na crosta, buscam realidades onde os desejos materiais devem ser burilados em seu consciente a fim de superarem desejos e paixões materiais e acelerar melhor entendimento sobre a espiritualidade.
Por essas experiências, muitos irmãos desejosos da regeneração têm optado em reencarnar junto de grupos que estimulam os prazeres materiais. Muitos desses têm caído e se lançado no caminho da drogadição. Não é por acaso que o aumento do consumo de drogas tem ganhado os quatro cantos do planeta. Um efeito do processo de regeneração.
Para quem conhece os diversos comportamentos dos espíritos desencarnados que ficaram presos no umbral por suas próprias forças, ligados aos desejos materiais, percebe que o comportamento de diversos encarnados que se servem da ilusão da drogadição, seja ela a cocaína, maconha, crack, ecstasy, haxixe, e entre outras, até mesmo o álcool, externam diversos sintomas que retratam fielmente o comportamento pregresso desses espíritos quando ficaram retidos no umbral.
Nas regiões do umbral, esses irmãos sofriam imantados nas imagens materializadas que constituíram em suas vidas antes de desencarnarem. Não raras vezes, víamos espíritos agarrando o lodo escuro e mal cheiroso, como se aquele lodo, semelhante a uma miragem obscura de sua consciência doente, fossem suas moedas, sua fortuna ou seus desejos materiais, escapando de suas mãos. Esses espíritos se habituaram a trazer para a boca e nariz a miragem que visualizavam no umbral.
No período do resgate, quando, depois de algum tempo de tratamento, conseguiam enxergar que existe uma continuidade maior da espiritualidade, e que a saída de tal condição dependeu unicamente de si próprio, ao se desfazer das ilusões materiais e buscar a Deus, também na Terra, esses espíritos encarnados e mergulhados no consumo de drogas devem, e muitos estão, buscar a saída de tal condição pelas próprias forças, e essa se dá quando ele percebe a continuidade da vida pela espiritualidade, acreditando na bondade de Deus.
De outra parte, no mundo todo estão sendo desenvolvidas diversas técnicas para auxiliar esses espíritos encarnados. Mas, de fato, todo o movimento que um determinado encarnado faz para sair dessa realidade de drogadito, se caracteriza por esforço próprio, de iniciativa individual, que para ter sucesso deve receber o apoio incondicional de abnegados irmãos e irmãs que encarnaram com esse valoroso propósito de entrega e auxílio.
Sendo assim, o que caracteriza o avanço cada vez maior de clínicas de recuperação, de desintoxicação, nada mais é do que o reflexo de todos esses espíritos encarnados que desistem da droga e buscam o socorro imediato para se afastarem da condição de pauperismo e degradação. Nessa nova realidade, a elevação à Deus tem sido uma importante alavanca espiritual.
Essa condição, que se assemelha ao que ocorre no umbral, quando os espíritos ali buscam a Deus para saírem de tal condição e ambiente, também na Terra os drogaditos buscam nas clínicas, nos hospitais e na religião os novos caminhos para abandonar as realidades que lhe consumiram. Isso tem demonstrado o novo estágio de evolução do planeta Terra.
Isso não significa dizer que a Terra irá se tornar num paraíso onde o fenômeno do desencarne deixe de ocorrer. Ou o desejo material desapareça. O movimento dos mares, das massas de ar, dos continentes, o ciclo da vida continuará. Mas os homens terão uma nova mentalidade, melhores condições para prever e evitar catástrofes e a ciência continuará avançando na preservação e longevidade da vida.
Podemos afirmar que nessa primeira faze do estágio de regeneração, o planeta passará da longevidade dos indivíduos, para a longevidade coletiva.
Diante dos fatos aqui relacionados, podemos constatar que a terra passa por diversas transformações de caráter espiritual. Mas obviamente, em nenhum momento transmutou animais ou plantas. Isso porque essa é a condição da matéria na Terra e para que ocorram mudanças na substância material, essa teria que acontecer em toda a sua extensão espiritual, material, nos princípios físicos, biológicos e químicos. O que não é possível.
Tal como sempre ocorreu durante a evolução em qualquer planeta, também na Terra, desde a vida microscópica até a condição orgânica dos animais e do homem atual, em nenhum momento ocorreu mudança na densidade da matéria. No entanto, a evolução ocorreu. E assim continuará, pois é essa a condição divina em que a Terra, no seu estágio de regeneração, também está inserida.
Irmão Leopoldo
Mensagem recebida em 21 de setembro de 2010.

sábado, 18 de dezembro de 2010

ESCOLAS DA ESPIRITUALIDADE – Parte I

Na madrugada do dia 28 de novembro, durante um desdobramento consciente, o mentor Bartolomeu conduziu-me até um prédio do plano espiritual, diante de uma grande porta de entrada. Em seu interior, uns cinco metros à frente, eu vi uma escada bem larga. Bartolomeu esclareceu que aquele local tratava-se de uma Escola da Espiritualidade.
-Charles, nós estamos numa Escola da Espiritualidade. Aqui acorrem diversas irmãs e irmãos que estão encarnados. Como esta Escola, há muitas outras espalhadas pelo mundo todo. Elas recebem irmãos que estudam sobre a espiritualidade em todos os seus matizes. Seja o Espiritismo, Rosa Cruz, Gnose, Fraternidade Branca, Catolicismo, Umbanda, e muitas outras. As escolas recebem os encarnados durante o repouso, quando se libertam temporariamente do corpo; em geral, durante a noite. Eles são trazidos pelos irmãos da espiritualidade. A maioria dos encarnados são irmãos que estão despertando para a espiritualidade maior. Esta Escola tem mais de duzentas salas e em todas elas estão acontecendo reuniões de orientação que sempre respeitam o potencial de conhecimento dos irmãos encarnados.
Questionei sobre as pessoas não se lembrarem desses momentos.
-Mas Bartolomeu, as pessoas não se lembram desses momentos. E a maioria não sabe da existência dessas Escolas da Espiritualidade.
-Charles, nossos irmãos sabem dessas Escolas da Espiritualidade. Porém, a lembrança que levam dessas reuniões são confundidas em encontros com simpatizantes ou amigos dos centros, templos ou igrejas que frequentam. Se perguntar para algum desses, certamente eles lembrarão que sonharam em algum momento com palestras, conversas ou outras atividades que tiveram no espaço religioso que frequentam, ou com pessoas amigas que conheceram nesses espaços. Independente de recordarem sobre o local, o importante é lembrar sobre as orientações ministradas. Muitos irmãos que trabalham em Centros Espíritas recebem instruções e conhecem os trabalhadores espirituais nessas Escolas. Muitas orientações executadas nas atividades das Casas Espíritas, por exemplo, partem de reuniões que ocorreram nessas Escolas. É como na Terra. O importante é aprender sobre o conteúdo ministrado do que se lembrar da sala onde estudou ou do professor.
-O que eu não compreendo é que na Terra existem diversas Casas Espíritas, Igrejas, Templos, que desenvolvem atividades diferentes. Umas trabalham apenas com passes, outras com luzes, com música, com missas, enfim. A pergunta que faço é a seguinte: Como pode uma Escola da Espiritualidade orientar tantas atividades diferentes?
-Repare que na espiritualidade não há uma tendência a limitar o desenvolvimento ou mesmo ensinar de uma única maneira. Diferente das Escolas na Terra, que buscam milenarmente estabelecer uma única orientação para ensinar as diversidades de crianças, preparando-as para a sociedade, as Escolas da Espiritualidade têm diferentes formas para ensinar e orientar os trabalhos de assistência, evangelização, medicina, ciência e tudo mais. Isso porque cada irmão e irmã já trazem formações e ensinamentos de passados milenares. E todos eles, sejam em suas formas de expressão ou de linguagem, estão direcionados para o Pai Celestial. Seria descabido recebermos na Escola da Espiritualidade um irmão que desenvolve rituais com ervas e chás e deixarmos ele de lado, pois esse tipo de atividade não pode ser desenvolvido na Escola. Ou mesmo dizer para ele abandonar esse ritual, pois a Escola tem uma linha de trabalho que é diversa da sua forma de pensar. Ou ainda, deveria procurar outra Escola. As Escolas da Terra se equivocam exatamente nesse quesito metodológico. Mas as Escolas na Terra já estão se dando conta da necessidade de mudanças, em especial pelo comportamento de nossos irmãos e irmãs que estão encarnando. A grande maioria deles está chegando à Terra com conhecimentos mais avançados daqueles que atualmente norteiam a sociedade terrena. E isso, além de causar impasses metodológicos na forma de ensinar e provocar desconforto nos jovens, está promovendo uma renovação das mentalidades e estabelecendo novas formas de pensar e refletir sobre o mundo.
-Essas Escolas da Espiritualidade ficam em quais cidades espirituais?
-As Escolas da Espiritualidade ficam junto da crosta, nas próprias cidades terrenas. E posso te afirmar que já oitenta por cento das cidades na Terra tem essas Escolas, variando apenas no número de salas, de acordo com as formas de nossos irmãos e irmãs encarnadas refletirem sobre Deus e a espiritualidade. Nelas não existem limites de credo ou religião. Assemelham-se às universidades da Terra, onde diferentes cursos recebem diferentes interessados, sendo que os encontros e diálogos se dão por afinidades de curso, semestre e disciplina que frequentam. Já as cidades e povoados que não têm Escolas da Espiritualidade, recebem orientadores espirituais que formam grupos de estudo.
-Bartolomeu, eu não me lembro de ter frequentado alguma Escola da Espiritualidade. Mas lembro que tive encontros no Centro Espírita que frequento. Como explicar isso?
-Charles, faz pouco que seus desdobramentos passaram a ser plenamente consciente. Mas inúmeras vezes nós estivemos juntos aqui. Nós vamos hoje andar por alguns ambientes desta Escola e você vai recordar de momentos vivenciados aqui. Vou lhe ajudar a rememorar alguns desses momentos. Assim, quando você escrever sobre a Escola e seus ambientes, nossos irmãos e irmãs, ao lerem, poderão ter, em alguma medida, lembranças de lugares semelhantes.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vera Cruz – Cidade Espiritual localizada sobre São Paulo – Parte V

Fomos para a porta do saguão, onde Bartolomeu nos aguardava.
Após rápida conversa entre ele e Manoel, definiram que iríamos para o Ministério das Artes pelo deslocamento mentalizado. Manoel pediu para eu fechar os olhos, pois colocaria suas mãos sobre minha cabeça. Disse que uma imagem surgiria.
Imediatamente a imagem de um prédio, semelhante a um enorme estádio de futebol, apareceu em minha consciência. Quando essa imagem ficou nítida, Manoel pediu para eu abrir os olhos. Estávamos em frente a um prédio igual ao que surgira em minha consciência. A construção era arrojada, com estrutura arquitetônica toda diferenciada. O prédio parecia ter brotado do chão, que era recoberto por um gramado. A construção tinha colunas verticais que suportavam o prédio acima de um espelho d'água. O gramado que circundava todo o prédio terminavam num calçamento onde as pedras formavam esteiras de diversas cores, como círculos concêntricos, em toda a extensão da calçada, formando uma praça no entorno do prédio. Esse calçamento tinha uns cinquenta metros. Após isso existiam corredores formados por canteiros com flores e árvores, onde também existiam bancos esculpidos em pedra.
No ambiente havia uma musica que parecia sair de alguns obeliscos que formavam corredores em direção as diversas entradas do prédio, que era todo de vidro transparente, permitindo ver tudo e todos no seu interior.
Manoel disse que estávamos diante do Ministério das Artes, de onde os curadores foram lhe procurar para que ele me recepcionasse em Vera Cruz.
-Meu aluno, aqui é o Ministério das Artes. Daqui saíram os curadores que me procuraram com o objetivo de receber você e trazê-lo aqui para conhecer e comunicar para a Terra o trabalho desenvolvido por este ministério. Vamos caminhando, pois eles nos aguardam.
Após atravessar o calçamento, nós passamos por uma rampa de acesso ao prédio. Abaixo dessa rampa, no espelho d'água bem cristalina e com o fundo azul, igual aos das piscinas, vi cardumes de peixes dourados. Diante da minha surpresa em ver animais ali, perguntei ao Bartolomeu se aquilo era real.
-Charles, os peixes são reais. Não se surpreenda. No plano espiritual também existem animais. São espíritos em evolução que estão ainda em processo de despertar para a racionalidade.
Manoel indicou para nós os curadores que estavam na entrada. Eram duas entidades, que vieram em nossa direção.
-Sejam bem vindos ao Ministério das Artes. Que as bênçãos de Deus iluminem este momento. Irmão Manoel e Irmão Bartolomeu, que a paz de Deus irradie em vossos corações. Permitam-me apresentar-me ao nosso irmão Charles. Eu sou o irmão Isaías, curador do Ministério das Artes, juntamente com o nosso irmão Jeremias. Nossa tarefa é proporcionar ao querido irmão, informações sobre nossas atividades.
Nisso Isaías me abraço.
Jeremias também nos cumprimentou e me abraço, agradecendo a Deus pela minha presença na cidade e no ministério.
Isaías posicionou sua mão direita em minhas costas e disse para entrarmos.
Eu fiquei ladeado por Isaías e Jeremias, que me conduziram para o interior do prédio.
Logo na entrada vi um amplo corredor, com diversos painéis enfileirados. Nesses painéis havia pôsteres iguais aos que vemos nas entradas dos cinemas.
Jeremias passou a explicar sobre os pôsteres.
-Irmão Charles. Aqui nós temos uma galeria que retrata todas as atividades artísticas onde atuamos para a sua realização na Terra. Todos os trabalhos do cinema, novela e teatro, onde irmãos encarnados encenaram situações relacionadas à espiritualidade, tiveram o nosso auxílio e intuição. Aqui expomos a reprodução dos painéis que noticiaram cada um desses trabalhos. Eles são iguais aos que foram veiculados na Terra. São o nosso maior exemplo da comunhão artística entre o plano espiritual e o plano material.
Os painéis eram formados por dois vidros em camada, tendo entre eles o pôster. Ali tinham os pôsteres dos filmes do Chico Xavier, do Bezerra de Menezes, do Nosso Lar, de peças teatrais, de novelas. Também tinham pôsteres de outros filmes em inglês, italiano e francês.
Isaías explicou que aquela galeria reportava as atividades de mais de trinta anos, quando irmãos que passaram por Vera Cruz iniciaram os reencarnes na Terra para desenvolver atividades relacionadas à representação e dramaturgia. Ele me levou até o pôster do Nosso Lar. Mostrou três colunas de nomes colocadas ao lado do mesmo. Na primeira coluna tinha o título “Vivência Experimental”. Abaixo havia uma relação de nomes e sobrenomes. Isaías disse que aqueles nomes correspondiam aos irmãos encarnados que vivenciaram as experiências reais na matéria e que foram reproduzidas pela atividade cinematográfica.
Ao lado dessa primeira lista, havia outra com o título “Obreiros Encarnados”. Isaías explicou que a relação de nomes, abaixo desse título, correspondia a todos os irmãos encarnados que foram retratados, que encenaram e trabalharam para a realização do mesmo. Aparecia o nome completo de muita gente; maquiadores, câmeras, cinegrafistas, atores, atrizes, pesquisadores.
Na terceira coluna, com o título “Obreiros da Espiritualidade”, e com uma relação de nomes quase que o dobro da lista dos “Obreiros Encarnados”, Isaías explicou que aqueles foram os irmãos e irmãs da espiritualidade que trabalharam com cada um dos encarnados envolvidos na realização da filmagem.
Em todos os pôsteres existiam três colunas com nomes e as respectivas atividades.
Ao lado esquerdo do pôster havia uma pequena tela, igual a um espelho retangular de uns quarenta de altura e sessenta de largura.
Jeremias apontou para a tela e explicou que ali era possível ver imagens, comentários e diversos momentos para o registro histórico do trabalho. Ele tocou na tela e diversos ícones apareceram. Durante a sua explicação, ele ia tocando em determinados ícones e as imagens iam se sucedendo. Vi cenas do filme e dos ambientes das gravações. Também um ícone descreveu o surgimento da proposta para a realização daquela atividade cinematográfica. Nessas imagens, que eram comentadas por um locutor, apareceram grupos de espíritos reunidos e definindo tarefas. Na sequência das cenas essas mesmas entidades apareciam ao lado de diretores, atores e atrizes que estão encarnados. Depois as imagens destacavam as pessoas encarnadas se reunindo para tratar do projeto do filme. Nessas cenas apareciam as entidades participando da reunião. Nas montagens dos cenários e durante as cenas gravadas pelos atores e atrizes encarnados, junto deles estavam entidades que vestiam os mesmos trajes. O locutor explicou a cena como sendo os “Obreiros da Espiritualidade”, que auxiliaram na arte da interpretação. Em todas as imagens eram vistos os encarnados e as entidades trabalhando conjuntamente.
Isaías pediu para mostra as imagens das atividades desenvolvidas no Ministério das Artes com os atores e atrizes. Jeremias tocou em um ícone abaixo das imagens e surgiram outras mostrando alguns atores e atrizes, ainda encarnados, entrando no ministério acompanhado pelas entidades espirituais. Apareceram cenários iguais aos feitos na Terra, onde os mesmos recebiam explicações das entidades que lhes acompanhavam e depois as cenas mostravam esses atores e atrizes interpretando sob a orientação dessas entidades. Na cena, o locutor destacou a expressão corporal, a entonação da voz e a expressão do olhar que foram exercitadas conjuntamente.
Isaías explicou que os encarnados são trazidos para a Escola de Intérpretes, uma das unidades do ministério, onde recebem atenção e orientação para as atividades na Terra. Disse também que muitos desses atores e atrizes encarnadas já participaram de peças teatrais que foram apresentadas no Anfiteatro do ministério. Isaías disse ainda que nesse mesmo Anfiteatro foram reproduzidos os filmes realizados na Terra, para os moradores de Vera Cruz.
Jeremias solicitou para lhe acompanhar na ala lateral, que ficava à esquerda de nossa entrada. Fomos até uma abertura junto a uma parede de vidro. Ali havia uma gigantesca galeria de obras, com um conjunto de estátuas, pinturas e trabalhos em pedra, madeira e metais. Em todas havia a mesma tela.
Ao andar por entre as obras, Jeremias explicou que em todas elas há o mesmo sistema de explicações históricas como foi mostrado nos painéis dos filmes. Destacou que as peças estavam dispostas conforme as escolas de artes.
Algumas daquelas pinturas eu já vi na Terra. Mas a grande maioria eu não conhecia.
Depois de caminhar por entre diversas obras, conversando sobre seus significados, Isaías solicitou para irmos ao centro do ministério.
-Irmão Charles, antes de você retornar para a Terra, vamos lhe levar até a praça das águas, no centro do ministério. Queremos que você guarde na memória uma ótima lembrança de nós.
Saímos da galeria e entramos no mesmo corredor onde estavam os painéis dos filmes. Mas fomos andando, seguindo o corredor onde outros painéis estavam expostos. Na medida em que avançávamos, senti que o ar ficou com um aroma agradável, juntamente com um som de música suave. Logo vi, bem à frente, uma praça. Ali existia um gramado com jardins e árvores. Bem no centro havia um chafariz, cujo esguicho d'água subia alto e caia sobre si mesmo. Ali o ambiente era a céu aberto e a luz do Sol já iluminava todo o ambiente.
Todo aquele ambiente era circular. O gramado, que se estendia nuns quinze metros com um leve declive, terminava e uma superfície de vidro plano, de uns três metros, que possibilitava visualizar o espelho d'água que ficava a um metro abaixo do piso. Existiam bancos dispostos pela grama e sobre o piso de vidro central.
Jeremias destacou que ali era um ambiente de descanso e de reflexão.
-Irmão Charles, aqui na área central do ministério, está o nosso local de descanso e reflexão, onde revigoramos nossas forças depois das atividades diárias. Peço que Deus ilumine seu coração e sua consciência para recordar desses momentos.
Após Jeremias, Isaías também falou comigo, já se despedindo. Ao abraçar-me disse que o ministério aguardava-me para outras oportunidades de visita.
Manoel também se despediu de mim. Agradeci pela oportunidade e conversei sobre situações que estavam relacionadas a mim e ao Manoel quando encarnado.
Depois disso, Bartolomeu agradeceu aos curadores e ao Manoel e destacou que já estava na hora de eu retornar. Nisso ele colocou sua mão direita sobre minha testa, fazendo-me fechar os olhos. Imediatamente acordei em minha residência. Eram 5h50min.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vera Cruz – Cidade Espiritual localizada sobre São Paulo – Parte IV

Manoel, parado na minha frente e diante de sua casa disse que me proporcionaria algo que aprendeu a fazer na cidade Vera Cruz.
-Meu aluno, com a permissão de vosso mentor Bartolomeu, vou lhe proporcionar o deslocamento imediato para nossos destinos. Assim vamos aproveitar bem o tempo que temos para você. A cidade Vera Cruz é muito grande. Se fossemos com alguma condução, não teríamos o tempo necessário para lhe mostrar o conjunto de pontos importantes da cidade. Assim, com o deslocamento imediato, vou lhe apresentar uma forma de locomoção bem rápida. Vamos lá. Olhe para o horizonte dessa avenida e fixe os olhos nos prédios mais distantes que você possa ver.
Nesse instante, enquanto eu olhava para o horizonte daquela avenida, vendo ao longe algumas construções, Manoel, que estava ao meu lado, pediu licença e colocou suas mãos sobre minhas têmporas. Imediatamente vi que o horizonte da avenida ficou nítido, como se meus olhos tivessem o efeito de um binóculo. Imediatamente a isso, aquela imagem do horizonte se aproximou igual ao que acontece quando ampliamos qualquer imagem no computador. A velocidade do aumento foi tão imediata que logo vi um fabuloso prédio ganhar proporções em minha visão.
Quando na visualização foi possível ver uma enorme rampa de acesso, diante daquele prédio todo envidraçado, notei que eu estava numa praça.
-Viu meu aluno?! Já chegamos ao prédio da governadoria de Vera Cruz.
Manoel falou com o seu sorriso característico, percebendo minha surpresa diante do deslocamento. O fato mais interessante é que não senti, em nenhum instante, que estava me deslocando. Simplesmente as imagens forma se ampliando até eu enxergar a rampa e o prédio à minha frente.
-Manoel, é assim que os espíritos se deslocam?
-Aprendi com algum exercício esse tipo de deslocamento. Mas também posso te afirmar que ele pode ser feito pelo pensamento. Quando nós pensamos em um lugar, nós visualizamos esse lugar e imediatamente nos deslocamos. Isso é uma questão de exercício. Aprendi isso com alguns irmãos muito queridos.
Manoel destacou que muitos espíritos ainda não sabem como fazer esse deslocamento. Disse ainda que essa faculdade é um princípio de qualquer espírito. Garantiu que isso faz parte dos sentidos, semelhante à visão, audição, olfato ou tato.
Na nossa volta via intensa movimentação de entidades. A rampa de acesso me fazia lembrar a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília. O prédio da governadoria parecia ter uns cinquenta andares. Tinham colunas que se alongavam acima dele nas laterais, terminando em formato de ponta, como se fossem antenas. O topo do prédio, ao centro, formava um bojo arredondado, sendo que toda sua estrutura se elevava em formato semelhante a um cone. A base do prédio era de uns 100 metros, enquanto que o topo parecia ter uns vinte metros. Sobre a superfície do topo do prédio, a luz do sol denotava reflexos como o de um espelho. Nele se via um facho de luz branca em direção ao céu.
-Meu aluno. Para quem já leu a obra do nosso irmão André Luiz, o Nosso Lar, está familiarizado com as atividades realizadas pela governadoria. Nas cidades da espiritualidade, assim como na Terra, as estruturas de governo são semelhantes. Vou lhe explicar melhor. Na Terra, todas as cidades têm prefeituras e essas têm suas secretarias. Em sua maioria, as prefeituras têm os mesmos tipos de secretarias. Isso porque as necessidades sociais são iguais para serem organizadas pelas prefeituras. Na espiritualidade a situação não é diferente. Todas as cidades têm sua governadoria, composta de ministérios. Assim como na Terra, aqui os irmãos também têm necessidades que precisam ser administradas.
-Manoel, você quer dizer então que a cidade de Vera Cruz é igual à cidade de Nosso Lar?
-Em se tratando de estruturas administrativas, compreendendo todas as atividades de orientação, reencarne, resgate, atendimento aos necessitados, entre outros, todas as cidades da espiritualidade são basicamente iguais. O que as distingue uma da outra será algum ministério específico, destinado também a demandas específicas orientadas pela espiritualidade maior.
-Então quer dizer que as cidades da espiritualidade são como Nosso Lar?
-O irmão André Luiz já iluminou o entendimento humano sobre as atividades desenvolvidas na cidade Nosso Lar. Essas mesmas atividades são realizadas em todas as outras próximas da Terra. Afinal, as necessidades do espírito são as mesmas em qualquer lugar no planeta. Mas algumas cidades têm um que outro ministério a mais para desenvolver algum trabalho específico. É o caso daqui, em Vera Cruz. Aqui existe o Ministério das Artes, que nós já vamos conhecer. Para se ter um conhecimento aprofundado das estruturas administrativas da espiritualidade, você deve ler as obras do irmão André Luiz. Você deve ler a obra Nosso Lar. Também pode ler as obras do irmão Ramatis. Ele também fala sobre cidades da espiritualidade. Agora vamos até o saguão da governadoria.
Passamos então a caminhar, atravessando uma praça toda atapetada de grama, com muitas flores em diversos canteiros. O calçamento era de pequenas pedras, formando um mosaico com símbolos religiosos, de todos os tipos. A praça circundava o prédio. Da posição onde estávamos até a entrada do prédio devia ter uns 150 metros.
Na subida da rampa, diversas entidades que estavam saindo do prédio, ficaram nos observando com certa curiosidade. Manoel e Bartolomeu cumprimentavam cada uma delas, ao que eu também passei a fazer o mesmo.
Manoel sorrindo disse que aqueles irmãos estavam estranhando a presença de um encarnado. A situação de um encarnado estar na cidade não era nada comum. Rindo ele disse que alguém poderia se aproximar para que eu levar alguma mensagem para familiares na Terra.
A entrada do prédio era de uns vinte metros. Já o saguão era enorme. Em quatro pontos havia pequenos chafarizes, onde a água escorria sobre pedras brancas, no formato de uma pequena coluna de uns dois metros. Ao centro do saguão havia um balcão em forma circular, sendo que atrás havia um vidro por onde escorria água. Duas mulheres estavam ali. Parecia um local para informações.
Ao longo de toda a extensão da parede envidraçada, via, em diversos pontos, folhagens e flores junto ao vidro, dando um efeito de cor na luz que entrava no saguão.
-Meu aluno, como sabe, há coisas que ainda não estão permitidas. A governadoria sabe de sua presença aqui. Mas hoje nossa atividade se destina a conhecer outro ponto, conforme o irmão Bartolomeu já lhe comentou. Trouxemos-lhe até a governadoria, pois a espiritualidade maior considerou apropriada que nossas irmãs e irmãos na Terra tenham a confiança de que existe uma organização dedicada e sempre disposta ao amparo.
Perguntei ao Manoel se iríamos visitar os outros ministérios.
-Hoje o tempo é dedicado para conhecermos, além do saguão da governadoria de Vera Cruz, o Ministério das Artes. Este desenvolve uma atividade específica, com laços estreitos com os irmãos encarnados.
Olhando para uma das colunas internas, onde se via elevadores panorâmicos, perguntei ao Manoel se iria subir por algum daqueles elevadores. No ambiente interno, onde o teto do saguão estava a uns vinte metros, doze elevadores estavam dispostos no centro, próximos ao balcão onde duas mulheres trabalhavam como atendentes para informação.
-Meu aluno, o Ministério das Artes fica em outro ponto da cidade. Aqui nós temos apenas a governadoria e o conjunto de atividades, distribuídas em diversas salas, que buscam centralizar todas as informações necessárias para o desenvolvimento espiritual de cada um de nós. Aqui também há a centralização dos demais ministérios, mas a atividade principal está alocada em cada um deles.
Manoel pediu para eu ir com ele até o balcão. Chegando junto a ele, fui apresentado para as entidades que ali trabalhavam. Ele pediu então para que eu olhasse para cima. Acima do balcão das atendentes, havia uma abertura circular em cada andar, que ia até o teto do prédio.
Em seguida ele pediu para irmos até a parede lateral do prédio. Do lado de fora eu vi um gramado em declive. Manoel pediu para que olhasse também para cima.
Ali vi que o teto do saguão não terminava na parede de vidro. Havia uma base de vidro de um metro e meio que unia a parede de vidro e o teto do saguão.
-Veja meu aluno. Em todos os andares a formação é a mesma. Além de proporcionar maior luminosidade, essa construção se torna admirável pelo fato da leveza, onde cada andar fica apoiado por vidro. Agora temos que ir para o nosso outro destino.