Certa madrugada fui
levado pelo mentor Bartolomeu até a Cidade Espiritual Horizonte de
Luz. Logo chegamos numa avenida larga, com casas dos dois lados. As
casas eram de dois pisos. Bartolomeu comentou que ali moravam
entidades profissionais dedicadas aos ensinamentos mediúnicos na
Terra e na Espiritualidade. Explicou que todas aquelas casas estavam
localizadas na área das Escolas para Médiuns:
-Charles! Aqui estamos
na localidade destinada ao Ensino. Todos os que aqui residem se
dedicam em ensinar, orientar e aprimorar a mediunidade nos
encarnados. Logo vamos visitar uma Escola para Médiuns localizada
nas imediações e você poderá conhecer melhor a dinâmica das
atividades.
As casas eram com
janelas amplas. Todas tinham jardins e gramados, sendo que algumas se
destacavam pelas árvores floridas com pétalas violenta e branca,
semelhante a árvore primavera.
Notei que não havia
movimento na rua, ao que Bartolomeu, lendo meus pensamentos,
explicou:
-Por se tratar da hora
dos estudos de muitos encarnados que trabalham como médiuns na
Terra, os moradores todos estão os acompanhado nas Escolas. Esse
trabalho visa aprimorar as missões mediúnicas dos encarnados. São
muitos os médiuns, durante o período em que repousam seus corpos,
trazidos para as Escolas de Médiuns.
Bartolomeu disse que
estávamos indo para a “Sala 16W”, onde seria desenvolvida uma
atividade para auxiliar no desenvolvimento da mediunidade intuitiva.
Após algumas quadras,
vi um grande conjunto de prédios. Era como se chegássemos num
campus universitário. Os prédios eram de cinco e seis andares.
Todos eles eram envidraçados.
Fomos na direção de
um prédio cujas laterais eram em enormes colunas de pedra granito.
As paredes e janelas eram formadas por vidros na cor lilas. A
luminosidade do Sol, refletindo nos prédios, produzia combinações
luminosas que se confundiam com as flores, gramados e árvores em
redor de cada prédio; sendo que no alto de cada um deles a luz
parecia formar um cone a se alongar em direção ao céu. Bartolomeu
comentou sobre a luminosidade:
-Charles! A
luminosidade que estas vendo em cada uma das oito Escolas
correspondem ao momento de passe magnético. Correspondem à
fluidificação das atividades realizadas em cada um deles. A
Espiritualidade Superior auxilia a todo o instante. É de lá que vem
toda essa luminosidade que se combina com as dos trabalhadores.
Assim, cada uma das Escolas recebe exatamente o fluido necessário
para desenvolver as mediunidades dos encarnados trazidos até aqui.
Eles regressarão para a Terra e quando despertarem do período de
sono alguns terão a lembrança de sonhos graciosos e acolhedores.
Entramos no prédio de
vidros lilas. Ali dentro a luminosidade parecia formar uma sutil
neblina na mesma tonalidade.
Uma entidade veio em
nossa direção.
-Olá meus Irmãos!
Sejam bem vindos! Sou o Irmão Adamastor e vou conduzi-los até a
sala. Vamos sem demora. A Espiritualidade Superior já está
iluminando nossas atividades.
Do hall de entrada,
formado por uma área ampla e confortável, fomos levados pelo
Adamastor por um largo corredor. Ali reparei as salas onde, em
algumas que estavam com a porta aberta, foi possível ver as
entidades orando.
Chegamos numa sala que
também estava com a porta aberta. Bartolomeu orientou para eu entrar
e acompanhar com atenção o que a Irmã Divanildes ensinaria. No que
entrei, a Irmã Divanildes fechou a porta e me conduziu até uma
carteira e disse:
-Meu Irmão! É muito
bom tê-lo aqui. Estamos orando e você pode acompanhar-nos.
Havia quatorze
entidades encarnadas naquela sala. Sobre cada carteira estavam
colocadas pastas fechadas. Enquanto a oração do Pai Nosso
prosseguia, eu olhava para as entidades a minha volta. Com a
curiosidade que me é peculiar, fiquei analisando o ambiente e as
entidades.
Terminada a oração, a
Irmã Divanildes falou da alegria de receber os Espíritos Encarnados
e de ela ser uma serva das atividades missionárias dos mesmos que
estavam ali. Depois pediu para abrirmos a pasta que estava em nossa
frente.
Havia uma folha com
questões a serem respondidas em múltipla escolha. A Irmã
Divanildes orientou sobre a atividade:
-Irmãs e Irmãos! Essa
primeira atividade está destinada a trabalhar a Alma de cada um. É
um exercício de desprendimento da Alma. Peço que leiam com atenção
cada um dos enunciados e procurem a melhor resposta.
Ao iniciar a leitura do
enunciado, lembranças começaram a invadir meus pensamentos. Passei
a recordar de algumas situações. As imagens iam tomando forma e
densidade em minha mente. Recordações de outras encarnações foram
aparecendo. Tudo se dava em grande velocidade. A impressão era de
não estar mais na sala, nem na Terra. As lembranças me levaram para
outros planetas, numa viagem hipersônica. Vendo-me e vendo situações
particulares. Tudo isso ocorreu em segundos, até eu me deparar num
lugar diferente, mas familiar, com pessoas e ambientes diferentes do
da Terra, mas tudo muito familiar.
Diante daquela
realidade ouvi a Irmã Divanildes chamando:
-Charles! Charles! Está
bom assim, agora vamos voltar.
Era como se eu
estivesse dormido na sala de aula.
Divanildes me olhava
com um sorriso no rosto e perguntou:
-Meu Irmão! Como está?
Está tudo bem com você? Reparei que você já na primeira
questão...
Como num ato de buscar
uma desculpa, e sem deixar ela continuar a indagação, de pronto
apresentei uma resposta:
-Nossa! Desculpe-me! Eu
dormi.
-Não! Você não
dormiu. Você executou o exercício dentro do previsto. Você, em
Alma, libertou-se do Espírito e do Perispírito. Os laços que os
prendem ficaram diáfanos. Recordou suas encarnações e seus Amigos
Espirituais que muito lhe acompanham. Agora desenvolva a segunda
parte da atividade; relacione as figuras da página dois com as
respostas que considerar adequada na página três.
Na página dois havia
diversas imagens, como fotografias de pessoas encarnadas, vestindo
trajes específicos com as profissões desempenhadas e de diferentes
épocas da História. Ao menos foi essa a minha impressão sobre a
página dois. Já na página três estavam as figuras de ferramentas
e equipamentos diversos como relógios de diferentes épocas, lápis,
penas e tinteiros, canetas, roupas, vestimentas e uniformes.
A atividade era
interessante, pois era impossível olhar as duas páginas ao mesmo
tempo para registrar o número da figura das pessoas com os das
figuras dos equipamentos; era necessário folhear a página dois para
identificar as possíveis relações com a página três.
Conforme íamos
terminando a atividade, a Irmã Divanildes orientou para fecharmos as
pastas e dirigirmos para o hall.
Bartolomeu me aguardava
bem próximo da porta de saída do prédio. O movimento já era
intenso. Diversas entidades, encarnadas e desencarnadas, se
movimentavam em diferentes direções.
Cheguei próximo ao
mentor Bartolomeu e comentei sobre as atividades desenvolvidas.
-Muito Bem. - Disse
Bartolomeu. - Você percebeu a fluidez da Alma e sua condição
peculiar e perfeitamente natural em se deslocar e perceber as
diferentes épocas, encarnações, experiências e sentimentos.
Noutra oportunidade daremos continuidade às atividades programadas.
Agora, como percebes, tens que retornar.
Depois de uma rápida
conversa sobre o momento vivenciado na sala, retornei. O relógio
marcava sete horas. Era manhã de 18 de janeiro de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário