quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O Preto Velho

Chego de quietinho, com meu palheiro aceso
Trazendo o jeito velho, do pai zeloso
Que corteja os filhos, mas lhes almeja o consolo
Trago a paz de Deus, e levo a dor do filho
Deixo no ar o aroma de fumo doce
Que contagia e impressiona os sensitivos
Mas faço ouvir a gostosa risada
De carinho e afeição
Se quiser acender uma vela
Faz ela no teu coração
E levanta teus olhos
Para ver o Preto Velho
Te amparando o coração
Abre tua atenção
Escuta os conselhos de amor
Busca tua felicidade
Que a minha eu lhe dou
Não tenha medo da verdade
E ajuda a quem foi que chegou
Em tua casa as vezes passo
Para ver como vais
Se está bem, converso um pouquinho
Depois logo me vou
Se está acabrunhado, me achego a ti
Rezo em teu coração
Te amparo os pensamentos
E te sopro as orientações
Pois sou Preto Velho obreiro de Deus
Teu Pai Preto do coração.


Fique na Paz de nosso Pai!
Preto Velho, teu Pai Preto

Psicografado em 19 de agosto de 2015.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Filhos!

A Alma evolui em decorrência das experiências pela qual passa, tanto no mundo encarnado, como no mundo espiritual. A diferença é que no plano dos encarnados as experiências são mais intensas e contribuem de sobremaneira para acelerar o progresso.
Quando nos revestimos de matéria, ou seja, quando encarnamos, temos a sagrada oportunidade de aprender condicionados aos esforços que fizermos para nos desprendermos e nos desapegarmos das questões materiais. E vejam que sublimidade; na medida que nos desapegamos das questões materiais, mais nos elevamos na espiritualidade, fazendo com que tenhamos melhores condições para discernir sobre as mazelas que prendem os espíritos aos planos materiais, e a louvável ascensão de nossas almas quando percebemos a intervenção do Pai em nos apontar o caminho do Bem.
Por hora, nos parece que os apegos aos anseios de crescimento interior estão na ordem de muitos devotados. Nunca antes na humanidade terrena se percebeu tantos corações que buscam o crescimento interior e se preocupam com a sociedade, com o ambiente, a natureza, os animais e na paz de espírito. Apesar de grassar na Terra focos de incompreensão por grupos de encarnados, fato é que a realidade tem apresentado uma condição diferente. Digamos que há um tom de luz um pouco mais matizado e translúcido a refletir para os planos espirituais.
Louvados sejam os que se esforçam no sentido do bem; que procuram a cada momento ou sempre que percebem a oportunidade, de praticarem o bem, dando atenção e orientando a quem necessita.
Doutro dia, quando excursionávamos em direção a uma casa espírita, fomos tocados por uma luz que irradiava de um veículo em trânsito numas das avenidas da capital de Porto Alegre. De imediato vimos o irmão encarnado acompanhado de seus mentores familiares; o encarnado não tinha nitidez do que ocorria, mas em seus pensamentos ele conversava com grande alegria com os entes espirituais, de forma que de seu coração irradiava fabulosa luz.
Ele seguia anônimo entre a multidão de carros, até se aproximas de um punhado de entulhos próximo a um viaduto. Ali estava um encarnado completamente desamparado pela sorte da vida material. Suas mãos estavam enrijecidas pela dureza da vida. O rosto todo enrugado como resultado ora do frio, ora do calor. O carro se aproximou; parou e buzinou. O irmão encarnado, sem saber o que acontecia, olhou para o motorista. Do olhar de dúvida do morador de rua, ao olhar de amparo do motorista, Deus fez brilhar o momento. O morador logo atendeu ao chamado do motorista, que estendeu a mão e entregou algo ao morador de rua. Depois seguiu sem mais parar.
O morador, que havia apanhado com as duas mãos o que o motorista lhe dera, viu algo que lhe encheu de emoção. Levando as mãos fechadas ao peito, não conteve a emoção e acorreu para debaixo de uma estrutura de papelão; e ali, escondido de todos os outros motoristas e transeuntes, chorou compulsivamente. Chorou tanto que o esgotamento lhe fez ficar como em posição fetal, aninhado em seus cobertores no chão. E, ali, naquela situação, o morador fez uma bela oração ao Pai. E como se fosse uma chama acessa em plena luz do Sul, a oração transformou a atmosfera daquela região e o local de trabalho onde logo chegou o motorista.
O que o motorista deu ao irmão morador de rua? Foi solicitado anonimato pelo próprio motorista em seus mais íntimos pensamentos. E louvamos isso.
Mas pense: o que você daria para alguém, que seja significativo para ela e que possa despertar os sentimentos mais nobres. Faça uma oração, e nosso Pai Celestial lhe enviará irmãos de amor para intuir sobre o que fazer. Faça o bem, pois que ama ao próximo, ama a Deus.
Fiquem em Paz.
Irmão Aníbal

Psicografado em 06 de agosto de 2015. 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Navegando no Umbral

Para penetrar em certas regiões umbralinas, com o propósito de promover resgates de almas, é necessário a utilização de equipamentos capazes de conduzir as equipes socorristas, bem como a de abrigar e dar o suporte indispensável aos resgatados.
Não deve ser novidade para os estudiosos do Espiritismo que; há registros sobre “Casas” que mudam de lugar no Plano Espiritual, como a conhecida Casa Transitória de Fabiano; também há registros sobre veículos que penetram nas regiões umbralinas, como o registrado por André Luiz. Mas também há visualizações na Terra, destacada por encarnados, de discos voadores.
Ocorre que no Plano Espiritual, para poder garantir a condição de melhora dos resgatados nas regiões umbralinas, bem como para exercer maior proveito das equipes e de suas ações louváveis nas atividades de resgate, ocorre que a espiritualidade faz uso de naves espaciais. Semelhante a Casa Transitória de Fabiano, algumas dessas naves são construídas com o tamanho de dezenas de quarteirões. Gigantescas fortalezas que navegam pelo Umbral, estacionando e servindo de porto para outras naves de menor tamanho e que também servem para atividades de resgate.
Centenas de irmãos que atingem a condição de resgate, ou seja, que mudam seus pensamentos em direção ao Pai Celestial, são acolhidos pelas equipes de resgate. Alguns chegam a necessitar atenção especial e imediata e essas são executadas pelas pequenas naves de sondagem, onde o socorro é específico para a necessidade da alma resgatada.
Quando acolhidos nas gigantescas fortalezas, na gigantesca nave, a alma é internada em quarto hospitalar onde a arquitetura interna lhe dá a impressão de estar em um prédio de uma cidade. Conforme o tempo que essas gigantescas naves singram pelo Umbral, as vezes anos ininterruptos, alguns pacientes, em decorrência de melhoras significativas, passam a trabalhar em pequenas atividades de auxílio. Sentem eles que estão morando numa pequena cidade, visto que essas gigantescas naves são construídas para oportunizar o melhor ambiente para os seus internos.
Não rara são as vezes que algumas dessas naves, sejam as gigantescas ou mesmo as menores, se fazem visíveis, de forma isolada, no plano dos encarnados. Nesses casos específicos, as naves desenvolvem incursões na matéria densa para condicionar aos que serão resgatados uma melhor ação das equipes socorristas; pois não é raro que, em casos dessa envergadura, a alma se considere ainda encarnada e transita por região umbralina que interpenetra o mundo dos encarnados. Nessa condição, essas almas têm os sentidos como dos encarnados, de forma que não enxergam ou sentem o mundo invisível.
Ninguém fica desamparado. Todos são acompanhados pelos planos da Espiritualidade. E tão logo as almas que transitam no Umbral passam a despertar suas consciências para o Pai Celestial, se desfazendo das amarras carnais e dos pensamentos egocêntricos de satisfação própria, a luz se faz e as equipes do bem atuam.
Fiquem com Deus!
Irmão Aluízio

Psicografado em 29 de julho de 2015.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O desencarne de Allan Kardec

Eis que o momento chegou. Era dia 31 de março de 1869, fazia dez dias que a estação da primavera iniciava a florir Paris e Kardec contava com 64 anos e cinco meses. As orientações da Espiritualidade, de amigos fraternos, já haviam lhe indicado atenção quanto ao trabalho estafante. Os trabalhos exaustivos e a dedicação incansável à missão de fazer nascer o Espiritismo, somado ao cansaço da mudança para o novo lar e ao frio do inverno que cobrou um esforço maior do coração, fizeram com que as rotinas de trabalho do missionário chegassem ao intervalo de descanso.
O desencarne se fez de forma abrupta. Somente suas mãos espirituais acolheram ao peito no momento fugidio de uma sensação de aperto e queimação. Tudo ocorreu muito rápido, poupando Kardec de qualquer sofrimento físico ou de embargos que estendessem um prolongamento de uma vida parcial do encarnado. O desligamento imediato de partes vitais oportunizou ao missionário enxergar o aparelho físico já inerte, enquanto que o irmão que pegaria os pacotes da Revista Espírita, assustado, procurava reanimar o combalido corpo, chamando-o pelo nome. Gabi, sua esposa, nada demorou para verificar que o momento havia chegado. O corpo de Kardec não reagia mais. E ali estava o Espírito de Kardec a observar a cena, lhe causando certa confusão e angústia ao ver e ouvir a dor, o pesar e o sofrimento daquela que lhe apoio sem pestanejar.
A lástima dos amigos ao chegarem e observarem o missionário Kardec sobre um colchão, faziam ao Espírito recém desencarnado sentir na sua Alma o ecoar da dúvida quando dos primeiros momentos que tomou para estudar sobre as manifestações do mundo invisível.
A sala onde o corpo era velado estava repleta de Espíritos, confirmando ao missionário que, de fato, o mundo invisível se acotovela em observar o mundo dos encarnados.
Kardec, agora desencarnado, não arredava do lado da sua esposa Gabi. Junto de Kardec estava o Espírito de seu pai, lhe dando o suporte necessário para o momento de transição. Foi esse Espírito, seu pai, Jean-Baptiste Antoine Rivail, quem acompanhou, orientou e protegeu Kardec durante a atividade missionária de estabelecer o Espiritismo. Pai esse que desencarnou em atividade militar na Espanha, quando Kardec, ainda na infância, tinha de três para quatro anos. O Espírito de Jean-Baptiste acolhia e aconselhava Kardec a cada momento específico do velório, do cortejo fúnebre e das homenagens; da mesma forma que durante a construção da Doutrina também o fizera, ao chamar a atenção sobre questões textuais e orientar sobre o conhecimento espírita organizado por Kardec.
Ocorre que Kardec recebeu do Alto a oportunidade de acompanhar todo o cortejo fúnebre, e pode, assim, ouvir e sentir os efeitos das conversas e dos pensamentos dos encarnados. Ouviu cada palavra dos companheiros que acolheram em discurso junto do local onde era depositado o corpo. E com maior facilidade pode perceber e distinguir o que era dito com sinceridade, daquilo que era pronunciado apenas como pompa; identificando sentimentos de sinceridade, interesses e também de oportunidades que se manifestavam no íntimo dos encarnados que labutariam pela continuidade do Espiritismo.
Kardec vislumbrou nos discursos a verdade ditada pelos Espíritos Superiores quando da origem da Doutrina. O Espiritismo não seria mais o mesmo. Outros propagadores; novas realidades. O Espiritismo se propagaria, sim, tal como fora ditado pelos Espíritos em Prolegômenos, no Livro dos Espíritos, ou seja: a de que a vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo explicam a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes. Mas, quanto aos seus fundamentos, a Doutrina será sempre a mesma para aqueles que receberem comunicações de Espíritos Superiores.
A certeza nos princípios do Mestre Jesus e a crença nas bases da Doutrina era o que lhe dava um pouco de tranquilidade quanto ao coração da sua companheira Gabi, que poderia ser arrastada ao erro para atender às particulares pretensões de certos propagadores do Espiritismo.
Terminado os atos fúnebres, o cerimonial se desfez e Kardec se despediu daqueles que lhe foram caros. Seu retorno só ocorreria em próxima encarnação, sem haver tempo nesse interregno para qualquer aproximação ou manifestação do missionário no mundo encarnado. O Espírito Jean-Baptiste levou Kardec para o acolhimento hospitalar na Espiritualidade. Afinal, era necessário o atendimento revigorador da Alma de Kardec; bem como o órgão cardíaco necessitava de reparos.
Bartolomeu (Espírito Mentor)

Mensagem recebida em 07 de julho de 2015.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Na natureza tudo se encadeia

Já foi dito pelos filósofos antigos que na natureza tudo se encadeia. Desde a mais insignificante partícula, até a mais complexa criação.
Fato é que pouco ou nada está desalinhado. Pois o grande mistério para o ser é perceber como esse encadeamento se dá... como esse encadeamento se processa.
Ora; são muitas as criaturas que concorrem para tal trabalho. Atividade incessante que atende a uma Inteligência maior. É essa Inteligência a que chamamos de Deus. Único e Soberano, nosso Pai Celestial oportuniza que cada criatura, desde a mais pequenina, faça parte da atividade misteriosa do encadeamento entre os seres. São Almas em todas as escalas que concorrem em aprender e ensinar, em compreender e fazer compreender.
Cabe ao homem buscar a compreensão de tal encadeamento, assim como nós na Espiritualidade buscamos a compreensão dessa rede invisível de atividades, necessidades e dedicações que ligam todos no Universo.
E é assim que a Alma se faz. Alma, ser individual e inteligente que independe da matéria para existir, mas que, no entanto, depende da matéria e do concurso de outras Almas para evoluir mais rápido em direção ao Pai Celestial. E é pelas Almas de cada ser do Universo que tudo se encadeia na natureza.
Misericórdia Pai Celestial, pois ainda estou cá embaixo, entre desafios existenciais e percalços materiais, numa existência que me empolga a cada momento em querer reencarnar novamente. E poder na matéria, entre os encarnados, aplicar os estudos que fiz na Espiritualidade.
Concede nova oportunidade! Quero contribuir com a humanidade. Quero oportunizar aos que por mim passarem a certeza da vida eterna e o de amar sem nada cobrar ou mesmo condicionar.
Os trabalhos são muitos e nas atividades que participei com as diversas equipes da Irmandade Espiritual, aprendi sobre os Irmãos pequeninos, aqueles que olham para a humanidade e a tem como deuses. Esses pequeninos que encarnam nos organismos de animais e que tanto contribuem para o desenvolvimento humano, mas que ainda carecem de maior entendimento sobre seus lugares na natureza. Ou essas pequeninas Almas que encarnam nos organismos dos vegetais, que de seus organismos deixam os nutrientes e os medicamentos necessários para a saúde humana. E todas aquelas Almas, em qualquer escala de conhecimento, estando encarnadas ou não, mas que oportunizam a reflexão e a construção do entendimento social.
Contemplo agora as redes infinitas das Almas, desde a diminuta molécula até ao Anjo. Tudo se encadeia na natureza. E tudo evolui em tua direção Pai Celestial. Na direção do Amor.
Fiquem com Deus!
Irmã Lúcia Miranda

Psicografado em 15 de junho de 2015.