quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A cidade Colina


A cidade Espiritual Colina está localizada numa região muito ampla e que intermedeia dois Planos Espirituais.
Uma parte da cidade adentra a parte inferior da crosta terrestre, formando ali uma gigantesca cidade que tem como céu o solo da crosta terrestre. Ali estão formados prédios de seis e oito andares, utilizados como escolas e universidades.
Em outras ruas dessa parte inferior, diversas casas são vistas e onde moram Espíritos em passagem transitória pelo local. Todos eles são oriundos das regiões umbralinas e trazem, ainda, conhecimentos brutos.
A cidade também serve de passagem para Espíritos que estão na mesma escala, originários de outros planetas.
Para que os Irmãos possam entender o padrão vibratório, de conhecimento e cultura desses Espíritos, pode-se comparar com os habitantes da Terra do século V e VI, dos povos que dizimaram o Império Romano do Ocidente.
Tudo parece ser feito de pedra e terra. Os prédios e as residências são construídos sem aberturas de vidraças em suas janelas. Estão sempre abertas.
As ruas e avenidas são muito semelhantes as que temos nas cidades históricas na Europa, onde as pedras eram colocadas e batidas para estabelecer o encaixe e ficar o mais plano possível.
Em alguns pontos dessa região, existem morros elevados e que conduzem para a parte superior da cidade Colina. Esses morros estão em enormes aberturas, conduzindo para o exterior “de cavernas”.
A vegetação na parte inferior é de folhas que parecem estar secas; mas é a cor delas. São poucas as plantas que apresentam uma coloração diferente.
Já na parte superior da cidade Colina, encontra-se prédios e casas também nos mesmos aspectos da região inferior. A diferença é que na parte superior elas possuem vidros e coloridos diversos em suas fachadas. A vegetação também é colorida. Todavia, as cores são opacas.
O calçamento das ruas e avenidas também são melhor acabados. E nenhuma dessas regiões da cidade Colina possuem praças.
Assim, percebe-se que a cidade possui dois planos interligados.
É na parte superior da cidade, bem ao leste, onde está localizada as montanhas que interligam com a cidade Espiritual Horizonte de Luz.
Ali, olhando por baixo, as montanhas assumem a forma de paredões rochosos intransponíveis.
O fato é que existem formações em duas áreas que possibilitam o acesso para o plano superior e onde está, a algumas centenas de quilômetros adiante, a cidade Horizonte de Luz.
Para se ter acesso a qualquer plano da cidade Colina, é necessária a permissão da governadoria local, que é formada por um grupo destacado de Espíritos da cidade Horizonte de Luz, pois cabe a ela a organização da cidade Colina e de seus moradores.
Irmão Atanagildo
Psicografado em 28 de janeiro de 2013.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Você vive!


Caríssimos Irmãos em Cristo!
O Amor do Pai está em toda a parte.
Hoje a Espiritualidade trabalha pela benfeitoria dos que deixaram as amarras terrenas.
Almas necessitadas da mais alta atenção e também da mais sublime caridade de Amor e de Fraternidade Divina.
Foram momentos difíceis os primeiros instantes.
Mas tudo ocorreu com a mais importante atenção e dedicação do Alto.
Não ficou sequer um desassistido. Anjos por toda a parte!
Focos de Luz rompiam os clamores de socorro e atendiam prontamente aos necessitados.
As Luzes do Alto faziam uma chuva púrpura prateada acalmar as Almas que, acolhidas, buscavam compreender o ocorrido.
Deus estava presente, como sempre está.
Fica na Terra a dor da saudade; da perda prematura; do desenlace primário e imediato, sem a chance da despedida.
As vozes dos que partiram não são diferente dos que ora ficaram: “- Por que?”
A Providência Divina sabe o que faz. E dentro do tempo adequado, respeitando o tempo de cada um dos Irmãos e Irmãs, o esclarecimento preciso será ministrado.
Os corações entenderão e a Razão dos fatos dará a oportuna compreensão dos atos marcados na hora do desencarne.
-Fiquem com Paz no Coração!
Nesse momento de angústia, até parece retórica de quem está de fora. Mas não!
Fomos trabalhadores da hora. Acolhemos nossos Irmãos e Irmãs nos braços do Amor e consolamos.
Outros ainda carecem de cuidados médicos. E a Misericórdia Divina atende a todas as Almas. Acreditem!
Deus Ama a todas as suas criaturas! Sabe da dor! Exercício de louvor ao Amor de cada Irmão e Irmã!
Do querido trabalhador Luiz Cláudio, um dos socorristas.
Fiquem com Deus!
Psicografado em 28 de janeiro de 2013.

Balanço anual das atividade Espirituais de 2012


Foi na noite de 24 de dezembro de 2012 quando ocorreu a reunião anual, na Espiritualidade, do balanço geral das atividades realizadas nas Casas Espíritas.
Essa atividade foi designada para acontecer na cidade Espiritual de Vera Cruz. A mudança se deu para oportunizar o reencontro de diversos trabalhadores que estavam em afazeres na superfície terrestre e que atendiam aos Irmãos na região do Oriente.
Como sempre ocorre, representantes e dirigentes Espirituais das atividades nas Casas Espíritas acorreram no exato horário estabelecido.
A oportunidade, entretanto, era mais que diferente, pois trazia as determinações dos Arcanjos, em reunião, dias antes, na Espiritualidade terrena.
Nossos queridos trabalhadores da Espiritualidade iniciaram as atividades com uma oração que fez florir e perfumar todo o ambiente. Logo o espaço da reunião ficou tomado de brilho, com as paredes serpenteadas de flores luminosas.
Ao centro da reunião, um painel fazia surgir imagens com mensagens de Amor e Paz. Diversos Anjos faziam referência ao Cristo e ao Apostolado que cada qual deve seguir na sua escala progressiva.
Ismael fez sua comunicação trazendo as orientações dos Arcanjos, sobre as necessidades de trabalho para os próximos anos. Diversos elogios foram destacados pelos Arcanjos quanto aos andamentos das equipes Espirituais que dirigem as Casas Espíritas. Uma menção especial foi proferida aos Irmãos que atendem nos Hospitais terrenos, levando o aconchego cristão para os necessitados. Os Arcanjos destacaram, ainda, sobre os grupos socorristas da Espiritualidade e de seus desprendimentos em acudir integralmente nos desencarnes coletivos.
De forma geral, Ismael destacou as atividades ocorridas nos últimos vinte anos, no entendimento que o conhecimento da Espiritualidade atingiu e o quanto ainda de Irmãos desejam encarnar na Terra para receberem essa oportunidade de crescimento. Na mensagem dos Arcanjos, proferida por Ismael, ficou a certeza do progresso imorredouro do Espírito. A certeza do acompanhamento permanente e contínuo da Espiritualidade Superior e, mais ainda, a certeza inabalável da presença de nosso Pai em todos os corações.
Seguindo nos mesmos passos à fala do querido Ismael, os mentores dos estados passaram, então, a apresentar seus balanços de atividades.
Quando já se aproximava o encerramento das atividades da reunião, um som suave de clarim se fez ouvir no ambiente. No alto o teto se transmutou e viu-se quatro luzes descerem suavemente. Entre essas luzes, e mais acima, viu-se uma tão luminosa que transformou a todos que estavam ali. A claridade era tão sublime e tão penetrante, que por instantes parecia que estávamos translúcidos.
Aquela luz encheu a todos de muita Paz e Amor, num sentimento inigualável. Aquela luz era Jesus, que veio saldar a todos.
Nada foi dito. O fato é que, no entanto, todos ouvimos a mensagem do Mestre sobre os novos procedimentos da Espiritualidade para os próximos anos; para os próximos séculos.
Quando tudo terminou. Quando o Mestre se retirou. Ficaram todos ali, calados. No semblante de cada Espírito era visível a alegria.
Só depois de algum tempo os Irmãos e Irmãs passaram então a se retirar, levando, cada um, flores que formavam corações em suas pétalas.
Irmão Aníbal
Psicografado em 28 de dezembro de 2012.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Reunião cósmica no orbe terrestre


Foi na madrugada de 20 de dezembro de 2012 que ocorreu no Plano Espiritual a reunião dos Arcanjos para tratar dos desígnios da humanidade na Terra.
Nessa madrugada, fui levado pelos Mentores Bartolomeu e Onofre até a Cidade Espiritual Vera Cruz. Estando lá, por um determinado momento, fui intuído a olhar para o céu. Vi, então, algo parado a uma determinada distância, parecendo uma cruz branca. Logo em seguida, ao lado dessa imagem, vi chegar outra em forma esférica, que quando se posicionou ao lado da outra, também ficou parecendo com uma cruz, também branca.
Perguntei para o Mentor Bartolomeu sobre o que se tratava, ao que ele orientou para eu continuar observando. Por um momento pensei tratar-se de naves. Mas logo percebi que não. O numero daquelas imagens foi aumentando. Mais e mais foram chegando e logo o céu ficou repleto daquelas imagens, que com exceção daquelas duas primeiras que continuavam paradas, as demais se movimentavam suavemente em várias direções na atmosfera da Terra. O Mentor Bartolomeu explicou, então:
-Esses são os Arcanjos! Estão chegando para a reunião cósmica que mobilizará todos os entes da Espiritualidade aqui na Terra e também terá seus reflexos nos desígnios dos encarnados. Esse encontro transcorrerá de hoje até o dia 22 de dezembro. Serão três dias, pela contagem da Terra, período de duração dessa reunião. Os nossos queridos Irmãos Superiores, governadores da Espiritualidade, de países e propagadores do progresso, estão em reunião com esses Arcanjos. Nosso Pai Celestial se faz presente. Nosso querido Irmão Cristo e todo o Apostolado do Mestre estão em reunião com os Arcanjos para deliberar sobre os diversos pontos essenciais ao progresso da humanidade. Logo mais as deliberações serão transmitidas para toda a Espiritualidade.
Perguntei sobre os motivos de tal reunião, ao que o Mentor Bartolomeu respondeu:
-Nossos Irmãos estão lançando luz sobre o orbe terrestre. E o resultado dessas reuniões, que ocorrem a cada período de cinco mil anos terrestres, é a efetiva transformação da humanidade dentro de um meticuloso processo muito bem elaborado. Nos próximos anos a Terra nem perceberá os efeitos das deliberações dessa reunião que inicia hoje, mas brindará as grandes conquistas morais e científicas. É exatamente para isso que está ocorrendo essa reunião, para que a Espiritualidade conduza os avanços morais e científicos, visto que a Terra já está no seu alvorecer como planeta de regeneração.
Comentei com o Mentor Bartolomeu sobre a forma de cruz que eu via os Arcanjos, ao que ele assim esclareceu:
-Repare que eles são quase que translúcidos, transparentes. O que você, de fato consegue enxergar, pois está sob efeito magnético do Irmão Onofre, lhe possibilitando uma visão além do seu perispírito, é a luz que irradia da Alma desses nossos Irmãos Superiores. O coração deles é tão sublime e repleto de Amor, que a luminosidade a irradiar dá-lhes quase um formato de cruz ou de estrela, tal como as crianças desenham. Repare nos que estão em movimento; os mesmos parecem possuir assas, como os Anjos nas artes e pinturas terrenas. Essas não são assas, mas a vibração luminosa do Amor que sai do coração desses nossos Irmãos Superiores. Se buscar informações na Terra sobre o querido Irmão Chico Xavier, encontrará algo semelhante. Contam os registros terrenos que do coração do Irmão Chico Xavier, passou a irradiar uma luminosidade que era visível em seu peito, pelas pessoas presentes. O Irmão Chico, então, pediu um cobertor para cobrir a luminosidade, a fim de evitar constranger os presentes. Mas o cobertor foi inútil, pois a luminosidade irradiou com muito mais intensidade pelas costas do Irmão Chico, tal era o seu Amor. Agora na Espiritualidade, esse Amor de Chico é tão grande que ao irradiar de seu coração, sai pelas suas costas formando como as assas de Arcanjos.
Bartolomeu também explicou que após o término dessa reunião dos Arcanjos, aconteceria a reunião de balanço anual dos trabalhos Espirituais. Ficamos um tempo ali, observando a movimentação dos Arcanjos. Depois fomos para uma atividade de incorporação.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O resgate do menino Hugo


Foi numa das atividades, das muitas que são realizadas na espiritualidade, que certa noite fui levado para o Hospital de Cáritas. Estando lá, o Mentor Bartolomeu dirigiu-me até ao consultório médico do Dr. Oberdam, psicólogo da espiritualidade. Lá também estava do Dr. Rafael, médico pediatra.
-Olá meu querido Irmão Charles! - Cumprimentou-nos o Dr. Oberdam – Seja bem vindo. Que nosso Pai Amado ilumine seu coração. Meu querido Irmão Bartolomeu! Que a luz de Amor, de nosso Pai se faça em nossos corações.
O Dr. Oberdam, amorosamente, dirigiu suas palavras para nós ali presente e comentou que logo chegariam outros Irmãos e daria as informações precisas sobre a atividade a desempenhar.
Por sua vez, o Dr. Rafael também cumprimentou-nos no mesmo estilo do Dr. Oberdam. Comentou ainda para aguardarmos os préstimos da Irmã Edileusa, uma estudante de pediatria da espiritualidade e dedicada em atividades de resgate, que nos acompanharia na tarefa.
Logo entendi que o assunto se tratava de resgate de criança, tal como já realizamos em outras oportunidades nas regiões umbralinas.
O Mentor Bartolomeu fez uma comovente oração ao cumprimentar a todos que estavam na sala. Sua oração, em poesia, fez a sala iluminar-se em tom prateado.
Não demorou nada e logo chegou na sala a Irmã Edileusa e mais três outras Irmãs. Após os cumprimentos e apresentações o Dr. Oberdam passou a explicar sobre a atividade:
-O grupo está constituído na Sala. Hoje necessitamos nos dividir e vamos encaminhar dois missionários para resgates em regiões distintas. O Irmão Charles e a Irmã Edileusa irão até a praça da cidade umbralina de Colina e as Irmãs Odete e Marta descerão até as imediações da Terra, onde a cidade de Colina intermedeia os umbrais terrenos da cidade de Caxias do Sul. Nossa tarefa é resgatar o Irmãozinho Hugo, que já desencarnou a mais de três semanas, em acidente que também vitimou sua avó. Alerto que existe uma ligação muito forte entre o neto e a Irmã Miguelina, sua avó. Hugo desencarnou com a idade de cinco anos e ainda mantém a consciência de tal criança. Merece atenção. Assim, enquanto o Irmão Charles e a Irmã Edileusa buscam o pequeno Hugo, peço que as Irmãs Odete e Marta sigam ao encontro de Miguelina e travem um diálogo amoroso com ela, para que no momento as ligações magnéticas se desfaçam e permitam o deslocamento do Irmão Hugo. Peço a compreensão de vocês diante da adversidade que encontrão. Ambos os espíritos ainda estão muito imantados. Irmã Marta e Irmã Odete, nossa Irmã Miguelina não está ainda preparada para ser resgatada, por isso, não tentem nada nesse sentido, pois poderá provocar o agravamento de sua situação psicológica. Ela não acredita na imortalidade da alma e não detém esclarecimento mínimo sobre a Espiritualidade. Sendo que vocês devem apenas conversar com ela sobre as necessidades diárias e sobre suas idas ao Templo para orar. Conversem com ela sobre a Bíblia e procurem ler algum capítulo abrindo a Bíblia ao acaso. Peçam para a Miguelina escolher uma passagem bíblica e comentar sobre seu entendimento. Durante esse momento, Irmão Charles e Irmã Edileusa estarão resgatando o pequeno Hugo. Irmão Charles, tão logo consiga a proximidade com o pequeno Hugo, pegue-o pela mão e traga-o para cá. Irmã Edileusa, tão logo o pequeno Hugo segurar a mão do Irmão Charles, faça o passe magnético sobre a cabeça e sobre o coração do menino, mantendo esse passe até vocês chegarem aqui. Meus queridos, nós vos aguardaremos aqui, em oração e vibração permanente, eu, Irmão Bartolomeu e Irmão Rafael. Vão, e que o Mestre Jesus ilumine a todos.
Ouvi atentamente as instruções. As Irmãs Edileusa, Odete e Marta, com sorriso aberto, chamaram pela proteção e amparo do Alto e imediatamente saímos da Sala, que está localizada em um dos prédios do Hospital de Cáritas na cidade Espiritual Horizonte de Luz.
Começamos a descer, e logo nos separamos. Enquanto as Irmãs Odete e Marta seguiram uma direção, eu e a Irmã Edileusa fomos noutra.
Descemos por vielas que a cada momento contrastava com ambientes de crescente penumbra. Até que chegamos na praça da cidade Colina. A luminosidade do ambiente era semelhante ao vespertino; quando o Sol já não aparece mais no horizonte. A praça era com piso de concreto e os únicos brinquedos ali eram a gangorra o escorregador e um emaranhado de grades semelhante a um labirinto, por onde as crianças podiam entrar por alguns lados e escalar em outros.
Logo a Irmã Edileusa apontou onde estava o pequeno Hugo. O menino estava sentado ao lado desse gradil. Parecia cansado de tanto brincar. Existiam outras crianças ali, assim como adolescentes. A única pessoa adulta que estava ali, se aproximou de nós e falou:
-Olá Irmãos! Tudo bem? Então, vieram para o resgate do Irmão Hugo?
Sem eu saber de maiores detalhes sobre a situação, a Irmã Edileusa esclareceu que a Irmã Zélia é uma protetora a acompanhar os pequeninos. Edileusa explicou para a Irmã Zélia e pediu sobre o emocional do pequeno Hugo, ao que ela comentou:
-No momento nosso pequeno Hugo está muito confuso. Como não vê os pais, busca saber pela avó e quando ela o levará até eles. Os pais de Hugo, apesar da gravidade do acidente, continuaram encarnados. Mas é a avó quem mantém uma forte imantação sobre o pequeno. Já trabalhamos um bocado para se desfazer essa ligação. Espero que hoje tenhamos exito de levar o nosso querido Hugo para o Hospital, a fim de que receba o atendimento no seu emocional.
A Irmã Zélia explicou ainda que, mesmo Hugo desencarnando como criança, os laços magnéticos entre ele e a avó não podem ser rompidos abruptamente. Assim como o livre-arbítrio de Hugo deve ser respeitado. Como ele desejou ficar junto a avó, a Espiritualidade definiu um meticuloso trabalho de resgate para o pequeno Hugo e de esclarecimento para a avó Miguelina.
Zélia nos conduziu para junto de Hugo e passou a falar-lhe que eu e Edileusa trabalhávamos numa praça mais iluminada e com outros brinquedos. Falou sobre uma escola que ele poderia conhecer e brincar com outras crianças.
Durante a conversa, fui a cada momento me aproximando de Hugo. Sentei ao lado dele e entre um comentário e outro que ele fazia, sobre sua bola de futebol, sobre sua mãe e seu pai, fui buscando a mão dele. Como estava sentado na sua direita, logo peguei sua mão direita e levantei-me, pedindo para ele também levantar. O que ele fez com a minha ajuda, pois aproveitei para auxiliar a levantar e não larguei mais a mão dele. Foi aí que a Irmã Edileusa iniciou o passe magnético. Ela se posicionou atrás de Hugo. Interessante. Edileusa se transfigurou naquele instante. De suas mãos saiam uma luz esbranquiçada que atingiam a parte superior da cabeça e o coração de Hugo. Também do coração de Edileusa saia uma luminosidade ainda mais clara. Enquanto que em suas costas, a irradiação se fazia de tal forma que mais pareciam com as assas de anjo.
O passe magnético fez Hugo sorrir. E numa suave flutuação, de alguns milímetros do chão, o pequeno Hugo desejou conhecer a escola e a outra praça.
Pronto. Estava dado o primeiro passo para o resgate. Os pensamentos de dor e sofrimento, os sentimentos de perda e saudade, estavam sublimados. E a lembrança das censuras da sua avó não se fizeram. Naquele momento, durante o passe de Edileusa sobre o pequeno Hugo, minha mente podia sentir e ouvir como se eu mesmo fosse o Hugo. Tudo o que ele pensava eu ouvia. O pensamento do menino passou a ter eco em minha própria consciência. E foi sentindo tal confiança que passamos a caminhar em direção ao Hospital de Cáritas. E a cada ambiente com maior claridade a que chegávamos, e lendo os pensamentos do menino, passava a contar sobre o local e destacava para ele sobre a alegria de brincar com outros brinquedos e amigos.
A Irmã Edileusa ficou completamente translúcida. Quase invisível. Ela nos acompanhava na subida, em direção a cidade Horizonte de Luz, como um Anjo da Guarda, flutuando a um metro do chão e sempre mantendo o passe magnético.
De repente senti que Hugo passou a pensar na avó. Logo percebi que ele tinha medo de ser xingado por ela. Sem que ele falasse qualquer coisa, senti como em meu coração o pavor que quase tomou conta do menino. Falei, então, do futebol que poderia praticar, para tentar distraí-lo.
Logo o pórtico de entrada do Hospital ficou à nossa frente e de imediato falei:
-Olha ali, Hugo. Chegamos!
Na frente do Hospital, ali no pórtico, diversas crianças brincavam. Interessante, pois toda vez que cheguei no pórtico de entrada do Hospital de Cáritas, sempre vi crianças brincando. Agora eu entendi o motivo.
Apontei para o Hugo as crianças que brincavam com uma bola. Ele levou o dedo na boca e ficou encabulado. Disse para ele que primeiro iriamos conversar com um amigo e depois ele já poderia brincar.
Passamos pelo pórtico e seguimos para o prédio onde está a Sala, conforme as orientações. Hugo estava apreensivo. Olhava todo aquele ambiente arborizado e as pessoas que estavam ali e começou a pensar em sua avó. Procurei distraí-lo para evitar qualquer imantação telepática.
Conseguimos entrar no prédio e subimos pelo elevador até o andar do Dr. Oberdam. Mas quando saímos do elevador, já no corredor e a poucos metros da Sala, nosso destino, senti uma forte dor no peito e um grito em minha consciência:
-Hugo! Hugo!
Em minha consciência a voz da Miguelina se fez como se eu estivesse na frente dela. E logo em seguida o xingamento começou:
-Eu disse pra não sair daqui... Agora vai ficar de castigo...
Além da voz, também vi a imagem da avó de Hugo e pude ver ele sentadinho num canto de uma cozinha quase escura; a chorar.
Essas foram as imagens que vi. E elas ocorreram no exato momento em que Hugo voltou para as regiões umbralinas. A imantação da avó se refez assim como o receio de desobedecer acabou o imantando também à sua avó.
Hugo havia desaparecido, se podemos dizer assim, de minha mão, a poucos metros da Sala.
A Irmã Edileusa, sem abater-se, disse para eu ficar tranquilo com a situação, e que deveríamos retornar para buscar o Irmão Hugo.
Na porta da Sala apareceram o Dr. Oberdam e o Mentor Bartolomeu. Me desculpei com eles pelo meu insucesso com o menino. Bartolomeu buscou amenizar meu sentimento de derrota e orientou que eu seguisse junto com a Irmã Edileusa para a casa da avó de Hugo, a fim de buscá-lo. Disse, ainda, que as Irmãs Odete e Marta já haviam retornado para conversar com a Irmã Miguelina, mas que aguardariam a nossa chegada.
Ao lado da Irmã Edileusa, passamos a refazer o caminho até ao encontro de Hugo. Confesso que um sentimento de perda preencheu meus pensamentos.
Em nossa descida, quando chegamos na praça de Colina, já as escuras e sem mais ninguém, a Irmã Edileusa levou-me até uma escadaria localizada na parte oeste da mesma. Descendo pela mesma, chegamos a uma parte com um gramado alto e em declive acentuado. Esse declive terminava a uns trinta metros com uma profunda queda livre de uns vinte metros. Lá embaixo via-se um solo de barro. Percebi que aquela parte estabelecia a fronteira entre duas regiões. Mas ali embaixo exite a cidade Colina, que está basicamente próxima a parte mais material da Terra.
Em meio ao ambiente de penumbra, a Irmã Edileusa apontou os corredores de passagem para a parte inferior. Pareciam rampas de lama, mas que nos ofereciam caminho até uma rua estreita da cidade.
Na cidade existem casas e também prédios de três e quatro andares. Todos em aspecto antigo e extremamente mal cuidados.
Depois de caminharmos por algumas ruas, chegamos na frente de um prédio de três andares, onde na frente estavam as Irmãs Marta e Odete. O assoalho do prédio estava completamente sujo; como se nunca fosse varrido. Duas outras entidades estavam ali. Uma se apresentou como o zelador do prédio e pediu onde íamos. Nesse instante a Irmã Odete passou a conversar com o mesmo. Já a Irmã Edileusa conversou comigo:
-Irmão Charles. Agora você necessita voltar. Fique tranquilo com o Irmão Hugo. E acalme seu coração. Essas situações são assim mesmo. Exigem sempre nosso retrabalho. Peço que agora ore o Pai Nosso e retorne. Na Terra, seu despertador já está para tocar. Tão logo a atividade se conclua, te informaremos para lhe acalmar.
Acordei orando o Pai Nosso a poucos segundos do despertador tocar. Eram sete horas da manhã. Passei o dia pensando sobre a situação. E quando eram quase 16 horas, o Mentor Bartolomeu falou-me que Hugo já estava conversando com o Dr. Oberdam no Hospital de Cáritas. Que o resgate havia avançado. Graças a Deus!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Visitando o Hospital de Cáritas, na Espiritualidade – Parte II


Tão logo a Irmã Glória seguiu para acompanhar os pacientes, o Mentor Bartolomeu indicou que também entraríamos no Hospital.
Ao passarmos pelo pórtico de entrada, senti uma vibração diferente. Meus sentimentos de amor, de carinho, de fraternidade, ficaram mais salientes. De repente sentia uma leveza no íntimo que tocou-me um forte sentimento de gratidão. Bartolomeu, vendo o que ocorria, explicou:
-Irmão! Estamos entrando na área hospitalar no exato momento que a Espiritualidade Superior oportuniza as vibrações de prece, de saudade fraterna, de carinho, saúde e tantas outras que possam tocar o coração daqueles que deixaram a veste terrena. Essas vibrações são originárias daquelas pessoas, familiares e amigos, que continuam encarnados, mas que vibram pelos seus queridos que desencarnaram. Repare com mais atenção: existe uma musica no ar! Os louváveis sentimentos dos terrenos chegam aqui transmutados em sonoridade angelical, contribuindo para a recuperação daqueles que aqui chegam para tratamento.
De fato, passei a ouvir uma suave cantoria. Em tom quase imperceptível, tinha a nítida certeza de que era um coral de crianças a cantar. Entre as rimas que ora aconteciam, nomes de pessoas eram entoados entre frases que destacavam: “a vida continua”, “te amo para sempre”, “esteja com Deus”, “Deus ilumina”.
Enquanto ouvia a musicalidade, nosso deslocamento do pórtico de entrada, até o primeiro prédio, deu-se numa distância de aproximadamente duzentos metros.
No início, logo na entrada do pórtico, existe uma parte de uns dez metros que é do mesmo calçamento da parte externa. Em seguida, estendem-se gramados e jardins em uma ampla área arborizada, com diversas banquetas e bancos de jardim espalhados e onde em algumas haviam entidades sentadas.
O gramado era recortado apenas pelos cinco caminhos feitos em pedras em formato de losango, como o ponteiro de uma bússola; cada um daqueles corredores conduzia para um grande prédio. As pedras estavam unidas em suas extremidades, como que encaixadas a uns cinco centímetros em suas extremidades laterais; esses encaixes se alternavam de lado ao longo do caminho, mantendo a disposição do caminho em linha reta.
Chegamos na frente de um dos prédios. Era todo envidraçado. Acredito que tinha uns oito andares. Toda a parte de entrada era de um vidro em tonalidade levemente esverdeada. Colunas redondas e marmorizadas estavam dispostas ao longo da fachada.
Estando na frente, onde paramos por breve instante, fiquei a observar o movimento intenso no ambiente interno do prédio.
Ao nos aproximarmos da entrada, a vidraça que parecia ser uma porta automática se desfez como numa desmaterialização. E assim que entramos, pude ver melhor o intenso movimento de entidades.
No centro daquela área do prédio havia um jardim com uma fonte d'água. Ali também estavam alguns bancos de jardim. Esse espaço correspondia a uma grande área, de onde era visto todos os andares que davam acesso aos quartos. No alto há uma gigantesca claraboia, da mesma dimensão do jardim, onde via-se uma nuvem de luminosidade leitosa a mover-se lentamente como uma onda.
Nos parapeitos dos andares estavam alguns pacientes a observar o ambiente. Num dos andares, identifiquei o Irmão Pedro, que havia desencarnado fazia uma semana.
Bartolomeu recomendou que fossemos conversar com o Pedro:
-Já identificou onde está nosso Irmão Pedro? Vamos lá conversar com ele.
Num rápido relance, me vi imediatamente ao lado de Pedro. Ele estava com o braço direito apoiado sobre o parapeito, olhando para baixo, e não percebeu nossa chegada. Ele estava usando vestes de paciente e tinha o braço esquerdo com algo que parecia uma leve varicose, sendo que no dorso da mão esquerda havia uma atadura.
Me dirigi a ele:
-Olá Pedro! Como está?
Quando nos viu, Pedro inquiriu:
-Nossa! Você também morreu?
Bartolomeu assumiu as explicações necessárias; sobre o que estávamos fazendo no Hospital, entre outros esclarecimentos.
O Irmão Pedro já contava com oitenta e três anos quando teve um AVC e ficou em coma durante mais de quarenta dias. Seu desencarne deu-se num sábado, quando a equipe do Dr. Frederich conduziu os últimos desenlaces. No mesmo dia Pedro foi internado no Hospital de Cáritas para receber o tratamento adequado. Seu comentário sobre a situação é interessante:
-Estou admirado com tudo isso aqui. E nem sei mais se estou morto. Lembro a todo o momento do filme “Nosso Lar”. É tudo muito parecido. Tudo fica muito familiar. Lembro das situações e necessidades do “André Luiz” em querer ver e saber sobre a família na Terra. Tudo isso estou vivenciando. Minha mãe ainda não veio me visitar. Mas já me informaram que antes de eu ter alta ela virá. Já recebi a visita de dois amigos e agora a de vocês. Estou aguardando meu pai. Disseram que ele daqui a poucas horas, no vespertino, antes da nossa reunião para oração coletiva. Confesso! Sinto que estou vivenciando o filme “Nosso Lar”. Já disse aqui para os doutores que quero trabalhar logo; quero trabalhar com flores. Meu quarto está cheio delas. A todo o momento chegam elas em belos vasos; em lindos arranjos. Cuido de cada uma delas. Já disseram que essas flores são a materialização das preces da minha esposa. Vou cultivar essas flores para o dia que minha querida “Mara” aqui chegar.
Ficamos um tempo conversando com o Irmão Pedro. Bartolomeu fez diversas explicações para auxiliar na adaptação do Irmão. Também comentou que eu conversaria com a Mara, dentro das possibilidades, informando sobre a situação do Irmão Pedro.
Tivemos a oportunidade de entrar no quadro de Pedro, onde muitos vasos de flores perfumavam o ambiente. Ali o deixamos acomodado na cama, e nos despedimos.