Fui
um desgraçado na Terra. Tinha muita raiva da vida e de muitas pessoas que
comigo conviveram. Não tinha nenhuma pena das pessoas, e sim, muita raiva. Quando
tinha alguma oportunidade de fazer o mal, assim o fazia e com um gosto que me
deixava com um sentimento de glória.
Convivia
com a maldade e com ela me sentia realizado. Meus familiares jamais gostaram
disso em mim; mas pouco me importava com tal situação. E também contra eles eu
me coloquei e causei o mal. Me deleitava em prejudicar e fazer com que as
diferentes situações vividas pelos familiares não fossem as melhores.
Mas
todo o Mal tem seu fim. E em chegar a termo. Em dado dia e momento, com a raiva
corroendo-me por dentro, me coloquei diante da arma e disparei sem dó. A dor da
bala pouco causou sofrimento. Mas os momentos que daí decorreram foram os mais
doloridos e constrangedores. Sentia com muita intensidade cada dor, cada
fincada na alma, e cada espetada no coração. Como um rio de lava passou a me
queimar as entranhas. Gritava em total desespero e nada acontecia, ninguém por
me salvar. E logo tudo ficou como uma noite que nada podia ver, nada conseguia
perceber.
Tudo
era escuridão e dor como jogo na alma. E o pior foi o frio que se abateu sobre
mim. O gelo me fez reclamar ainda mais. Tremia de frio e tudo que busquei para
acalmar a tremedeira do gelo, nada ajudou, nem o barro, folhas ou mesmo o lodo
com musgos que fedia como carne podre. Quanta dor passei; quanto frio senti;
quanto medo; passei a ter de mim mesmo. E ninguém por mim, e nem para me
apontar um caminho para sair daquele maldito lugar; que lugar! Era meu
pensamento.
Gritos
por toda parte e gemidos em tom estridente me movimentaram para frente, me
fazendo afundar na lama com musgos. Em minha boca, por onde passou a bala, o
lodo entrava e o musgo me engasgava, me dando a sensação de que morreria
afogado. Mas morto eu já estava. E tudo aquilo que passava era um pesadelo
tétrico. Em vertiginoso contexto de inferno vivo.
Mas
chegou um dia, que não consigo precisar. Eu não mais conseguia gritar, sequer
conseguia lamuriar; estava eu flutuando sobre a lama e o lodaçal de musgos, que
nem mais cheiro tinha, quando percebi ao longe uma claridade. Nossa, fazia
muito tempo que eu nem conseguia entender a luz. Mas da claridade pessoas
vieram em minha direção. Eu não conseguia falar. Não conseguia, sequer,
perguntar. E elas me colocaram em uma maca e disseram:
-
Filho! Viemos te buscar. Agora está seguro. Fica calmo e aproveita para dormir.
Não
sei quanto tempo foi que fiquei naquele inferno e nem quanto tempo já estava
sem dormir. Mas a chegada daquelas pessoas me oportunizar o sonho
reconfortador.
Acordei
não sei quanto tempo depois; estava num quarto de hospital. Quando acordei,
senti uma paz como nunca antes. E isso me fez chorar compulsivamente. Chorei
como nunca. E adentrou pela porta, naquele instante, uma enfermeira que me
acolheu imediatamente. Não conseguia parar de pedir perdão. E diante da
situação fui medicado. E de novo dormi.
Quando
lembro dessa minha trajetória, fico a consolar ao Pai, que me concedeu o
perdão, que me concedeu a misericórdia.
Hoje
deixo minha história para estudo. E como ainda estudante, sigo no caminho dado
pelos Irmãos Superiores.
Espero
que me Perdoem.
Fiquem
em Paz.
Valdomiro
Psicografado
em 25 de novembro de 2017.
Que este Testemunho nos ajude a perceber a responsabilidade que temos de as Escolhas serem nossas...
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