Hoje chegamos mais cedo e
acompanhamos as conversas que se desenrolaram entre os irmãos. Ficamos muito
satisfeitos e felizes em notar como o conhecimento se realiza a cada instante.
Mas venho aqui com texto
pronto e é a isso que me dizem agora para fazer. Passar o Texto. Vamos lá!
Fui um rapaz que não tinha
muito interesse pelo estudo. E sempre me coloquei como sábio de mim mesmo, e de
minhas atitudes tudo sabia e fazia por acontecer. Sem me preocupar com as
circunstâncias alheias e com as pessoas. Fosse o que dissessem ou comentarem.
Mas de arrogância e de
desejo da aventura, fui logo acometido de própria desgraça. Fui tomado de
desejo pela velocidade. E em determinada noite, com o carro do pai, me pus a
correr em alta velocidade. Queria sentir o motor e conseguir bater o ponteiro
nos 220.
Quando quase estava no
auge da velocidade, um estouro aconteceu no veículo, e de pronto uma grande tragédia
se fez.
Não podia, e nem queria
acreditar no que estava vendo: Tudo era uma grande loucura, enxergava pessoas
que antes não estavam ali, com roupas diferentes e com olhares de sorriso e de
acolhimento. Mas o carro já estava todo destruído.
E o sentimento de perda
também me abateu. E quando, me vi: sim! Quando me vi! Vi-me no banco da frente,
em pedaços. Que horror! E em pedaços em um carro completamente destruído, e
também ali, ao lado, com muitas pessoas estranhas a mim. O que estava
acontecendo, afinal?
Claro que notei de
imediato que estava morto. Morria com a destruição do veículo do Pai. E agora?
Como faria para contar ao Pai Augusto sobre o acontecido.
Ocorreu que o desespero
foi mais forte. E mesmo sentindo uma leveza, meu coração passou a pesar. Sentia
meu coração bater forte, e forte ao ponto de doer o peito. E chorei como nunca
antes.
Tudo estava acabado com
meus 21 anos! E agora!
Quanta agonia me percorreu
os pensamentos. Lembrança de diversas situações da vida. Das orientações que
não dei atenção. E agora?
Mas foi quando a dor foi
forte no peito que ouvi a voz da minha vó, que já fazia uns 10 anos que havia
morrido. A vó passou a me chamar pelo nome. Olhei para o lado e a vi. Minha vó
Fernanda estava ao meu lado; mas ela estava jovem, mais jovem do que quando
morreu.
Ela chegou até mim, me
abraçou, e dizendo palavras de consolo passou a me abraçar afetuosamente, e
disse:
- Meu neto! Meu neto! Vim
te buscar e levar para a escola.
Eu pensei, na confusão de
meus pensamentos, que era um sonho!
Vi a vó jovem. Ela dizendo
de escola. Mas logo eu que nada queria saber isso. Mas a vó Fernanda foi muito
carinhosa e disse que não podíamos ficar muito ali! Que teríamos de nos
apressar.
Saímos e fomos em direção
a um ônibus. Pelo menos era o que parecia ser; um ônibus. De dentro do ônibus
ainda olhava para o carro destruído e o monte de gente chegando para ver o
acidente. Para ver a tragédia.
Mas sem muito tempo para
acompanhar a situação, me coloquei a perguntar o que estava acontecendo. A vó
passou a explicar algumas coisas que para mim não faziam sentido. Mas tudo bem.
Pelo menos eu, ali, estava entendendo que continuava vivo. Que eu ainda estava
inteiro.
O ônibus logo começou a
andar para frente e num instante passou a flutuar. E da noite virou dia. E a
paisagem já era outra e tudo era diferente e estranho.
A vó notou minha surpresa
e comentou para que eu ficasse calmo.
Claro que fiquei: afinal,
tudo ali era muito bonito e diferente.
Paramos em um determinado
ponto de uma rua, numa cidade muito arborizada e florida, com casas muito
bonitas, também, com animais e flores que refletiam luz. Mas que surpresa, ver
animais e flores emitindo luz. E claro, sair da noite para o dia em um
instante. Claro que tudo parecia um sonho. Mas era tudo real.
Descemos do ônibus e a vó
me levou para uma bela casa. Ali encontrei outros familiares e pessoas que não
conhecia. E a vó disse:
- Meu neto! A partir de
hoje você passará a morar aqui. Ficará com nós e eu te darei todo o cuidado e
atenção como sendo tua mãe. Se tem alguma dúvida ou quer entender o que passa,
fique à vontade de perguntar.
Mas na situação não quis
fazer perguntas difíceis, apenas uma.
- Como assim?
- Meu neto! Sua morte
prematura lhe fez vir para junto de nós. E a partir de agora terás de
frequentar a escola e só quando estiver pronto poderá visitar seus pais.
Pronto? Visitar? As
dúvidas aumentaram. Mas a vó Fernanda deu-me um chá, um calmante como ela
disse, e já fiquei mais tranquilo.
Bom. Hoje já estou formado
nas escolas da espiritualidade. Formado no entendimento sobre o respeito à vida
e ao próximo. Terei outras escolas por fazer. Mas por hora já posso dizer que aprendi
muito.
E já visitei diversas
vezes meus familiares. Meus pais, que muito sofrem com minha partida.
Não pude acompanhar e ver
as situações que decorreram do acidente quando os fatos se deram. Mas quando
participei da escola, aprendi a ver o passado e também o futuro. E nesses fui
ver o passado e a dor causada em meus pais.
Mas também aprendi a ver o
futuro de felicidades que ainda teremos.
Nesses dias que se
aproximam das festas natalinas, que o Amor do Cristo se faça presente em todos
os corações.
Com Paz no Coração.
Augusto
Psicografado em 02 de
dezembro de 2017.
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