terça-feira, 9 de outubro de 2018

Quando deixei a Terra


Um dia deixei a Terra e fui para um mundo totalmente diferente. Me encontrei em paisagens idílicas, com muita luz e suavidade. Não estava só, pois comigo estava minha querida vó materna, que bem antes de mim já havia feito a passagem.
Minha vó levou-me para lá para que eu sentisse a paz que me faltou nos últimos dias, antes de deixar a Terra. Foram momentos complicados aqueles quando o corpo passou os últimos estágios do coma profundo, quando as perturbações em lembrar dos filhos que ficavam e das tarefas inacabadas. Tinha uma sentimentalidade que não apaziguava de forma alguma a certeza de estar em desfecho da vida na Terra. Fiquei em diversas ocasiões em tristeza pela situação. E mesmo conversando com a vó e outros que acompanhavam naqueles últimos instantes, ainda queria ver meu quadro se reverter. Mas não tinha mais como reverter a falência encefálica que passou a acontecer de forma rápida em dado momento. E a minha situação foi a de aceitar os fatos... A vó, toda carinhosa, segurou minhas mãos, e me olhando no fundo da minha Alma, disse que a vida é mais bela e feliz quando cumprimos com as orientações de Deus, e no meu caso, a vida estava apenas recomeçando. E agora, mais uma vez, no plano espiritual.
Saímos do hospital e ela levou-me para um lugar maravilhoso, com flores, e pássaros, e arvores, e um belo rio, tudo com colorido radioso que encantava de tal forma o coração, que mais parecia como embalar o filho no braços; sentia eu que toda aquela paisagem me abraçava de tal modo a me encher de paz e de felicidade. E mais que isso, fazia-me sentir em paz e tranquilo diante dos fatos acontecidos momentos antes. Era como se tudo tivesse ficado num passado distante e o meu único desejo naquele lugar, naquele momento, é e era o de respirar e me encher daquele momento, de viver com toda a intensidade aquele instante de luz e paz.
A calma que preencheu-me a Alma, e era tanta, foi me elevando em pensamentos, em recordações felizes, em sentimentos fraternos. E as únicas palavras que saíram e saem de minha Alma são: Obrigado! Pai!
A luz daquele ambiente, daquela natureza espiritual, o canto dos pássaros e o silvo do vento nas flores, eram e são uma musicalidade que vive em meu intimo até hoje. A espiritualidade faz bem aos Espíritos, muito mais a que se possa imaginar. Enquanto a vida na matéria nos aprisiona momentaneamente em circunstâncias de aprendizado.
Sempre aprendemos! Isso não restam dúvidas. Mas a graça divina oportuniza uma luz maior nas Almas; é quando elas retornam ao mundo espiritual. O deslumbramento que sentimos ao tomar consciência na retomada de nossas vidas na Espiritualidade é de tal maneira, que é como se recém estivéssemos chegado em ambiente tão fraterno em nosso lar.
Agradeço a cada momento os que tenho vivenciado na Espiritualidade, agradeço a cada reencontro, a cada descoberta e sempre na certeza da caminhada na direção do Pai Amado, ao nosso querido e bondoso Deus de Amor!
Ambrósio
Psicografado em 10 de agosto de 2018.

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