Consuelo foi mulher da vida. Sua
jornada terrena não lhe poupou os caminhos fáceis da perdição.
Ela tinha tudo que uma pessoa necessita para se dizer vive do luxo e
no luxo.
Mas a matéria cobra uma condição
inamovível para as Almas: a de fazermos sempre mais e mais pelo luxo
e pela vaidade, duas irmãs diretas do egoísmo e do egocentrismo.
As disparates materiais cobram,
inclusive, o próprio corpo da pessoa, e Consuelo teve de compreender
que a riqueza não se leva.
Teve vários homens, e também
muitas mulheres, mas na hora do infortúnio ninguém para ajudar.
Ninguém para dizer uma palavra qualquer.
Quanta dor e quanta solidão. A
doença corroía suas entranhas e a prescrição médica a nada mais
servia.
Suas vísceras já pareciam não
existir mais. Um sentimento de vazio lhe fazia gritar não pela dor,
mas pelo esquecimento dos muitos que a conheceram e compartilharam de
seus braços.
Consuelo até foi conselheira de
amores, romances e também de intrigas. Mas no leito hospitalar só
as ampolas lhe faziam a companhia e testemunhavam sua penúria.
Mas não há dor que persista para
sempre, e certa noite Consuelo recebeu a visita de sua mãe, que
adentrou pela porta do quarto com um largo sorriso.
Mãe e filha se abraçaram como
nunca antes. E entre lágrimas, soluços e pedidos de perdão à sua
mãe, Consuelo pedia ainda a ajuda para diminuir a dor da solidão.
E enquanto o coração de Consuelo
batia forte em seu peito, os equipamentos a qual seu corpo estavam
ligados acusaram um único “pin”... ininterrupto.
Consuelo estava morta.
E de mãos dadas com sua Mãe, foi
passear; tal como faziam quando ainda menina, costumavam fazer até a
praça.
Irmã Divinéia
Psicografado em 25 de fevereiro de
2013.
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